Territórios da Transgressão

EP01 Territórios da Transgressão - Introdução

Show Notes

Legislação:
Lei n.º 72-2, 03.01.1977 sobre Arquitetura [tradução nossa do francês]
Directiva Europeia 85/384/EEC, 10.06.1985 sobre o reconhecimento mútuo dos diplomas, certificados e outros títulos do domínio da arquitetura
Decreto-Lei n.º 465/88, de 15 de Dezembro de 1988 sobre o Estatuto da Associação dos Arquitetos Portugueses
Decreto-Lei n.º 73/73, de 28 de Fevereiro de 1973 sobre a qualificação dos técnicos responsáveis pelos projetos de obras sujeitas a licenciamento

Referências bibliográficas:
COLOMINA, B. (1996) Privacy and Publicity, Cambridge-London: The MIT Press.
FOUCAULT, M. (1967) De Outros Espaços, Paris: Cercle d'Études Architecturales.
INGERSOLL, R. (2012) “The Ecology Question and Architecture” in AA.VV. The SAGE Handbook of Architectural Theory. LA/London/New Deli/Singapore/Washington DC: SAGE.
JORGE, J. 2014. “Arquitetura e Ambiente (entre o bom, o mau e o péssimo)” in Arquiteturas do Mar, da Terra e do Ar. A arquitetura e o urbanismo na geografia e na cultura, Lisboa: AEAULP.
NORBERG-SCHULZ, C. (1975) Meaning in Western Architecture, Westport: Praeger Publishers.
PHILIPPOPOULOS-MIHALOPOULOS, Andreas (2015) Spatial Justice. Body, Lawscape, Atmosphere, Oxfordshire - New York: Routledge.
PORTAS, N. (1974) “Arquitetura: Forma de Conhecimento – Forma de Comunicação” in AA.VV. Novas Perspetivas das Ciências do Homem. Lisboa: Biblioteca das Ciências Sociais.

Créditos:
  1. Genérico dos Filmes Castello Lopes
  2. David Crosby, “Kids and Dogs”, 1970, Perro Sessions
  3. Meredith Monk, “Do You Be”, 1971, Key
  4. George Harrison, “Red Lady Tool”, 1968, Wonderwall Music 
  5. Pete Townshend - “Baba O’Riley”, 1971, London Philharmonic Orchestra
  6. Steve Reich - “The Four Sections”, 1987, Leipzig Radio Symphony Orchestra
Um programa de Lucinda Correia
Leitura de excertos de diplomas: Mónica Lara
Masterização: Miguel Serrão

Lucinda Correia é arquiteta e investigadora (FA-ULisboa). Desenvolve a tese de douramento «A (In)certeza da Norma. Arquitetura, Direito e Políticas Públicas em diálogo» que explora e aprofunda as implicações recíprocas entre o desenho da legislação e as práticas da arquitetura (FCT 2018-2022). Fez a curadoria de Contra-Arquitetura. Re-construir a Realidade (2020), a convite do MAAT, resultando na edição de um Livro Verde (2021). Fundou, em 2019, efabula – towards a habitat culture, uma cooperativa cultural e atelier de Arquitetura e investigação em Artes e Humanidades. Em 2011, co-fundou Artéria – Humanizing Architeture, atelier que co-dirigiu até 2018. Foi co-curadora de: CCA c/o Lisboa (Canadian Centre for Architecture, 2016-17); The Power Of Experiment Formulate, Formalize, Perform (Satélite Nórdico, 4ª Trienal de Arquitetura de Lisboa, 2016); Lisbon Skyline Operation (Representação Portuguesa na 14ª Bienal de Arquitetura de Veneza, 2014); Avenida Intendente (Programa BIP/ZIP, 2012-2014). 

What is Territórios da Transgressão?

A cidade estende o seu território por espaços onde se instauram vários tipos de ordem. De um modo geral, aquilo a que chamamos os lugares, na sua acepção eminentemente topológica, corresponde às zonas de influência em que, nas diferentes escalas, as instituições, de certa forma, controlam a vida comunitária.
A complexidade de relações que existe entre as várias partes constituintes de um lugar, do quarteirão ao bairro, prova que aquilo a que chamamos urbanidade é um quadro riquíssimo de costumes, de formas e de modos de apropriação. É no jogo das figuras onde várias “redes” finas ou grossas se entrecruzam que uma espécie de desenho da cidade vai tomando forma. A ordem que se desenvolve no tempo e no espaço não deixa nunca de ser reforçada pelo próprio tempo, enquanto factor de mudança.
Por outro lado, a lei, invenção humana, pretende garantir a manutenção de todas as ordens implicadas no processo de convivência entre os habitantes. A cidade e sua arquitetura não escapam a esta lógica. Contudo, nenhuma cidade se apresenta como um desenho perfeito. É como se no desencaixe das suas estruturas sobrevivessem “terras-de-ninguém”, onde o controlo e a transgressão disputam o seu território.
Com as lógicas que, aparentemente, geraram essas estruturas passa-se o mesmo: a contradição acaba por ser o seu factor comum. É dos vários tipos de tensão que daqui resultam, fazendo coexistir ordem e caos, que iremos tratar em Territórios da Transgressão. Entre a lei e o desenho, há, todavia, uma diferença fundamental. Essa diferença é do mesmo tipo daquela que se gera entre as ordens dadas e a sua execução no quadro geral da vida humana.

Um programa de Lucinda Correia
Masterização: Francisco Petrucci

Lucinda Correia é arquitecta e investigadora (FA-ULisboa). Desenvolve a tese de douramento «A (In)certeza da Norma. Arquitectura, Direito e Políticas Públicas em diálogo» que explora e aprofunda as implicações recíprocas entre o desenho da legislação e as práticas da arquitectura (FCT 2018-2022). Fez a curadoria de Contra-Arquitectura. Re-construir a Realidade (2020), a convite do MAAT, resultando na edição de um Livro Verde (2021). Fundou, em 2019, efabula – towards a habitat culture, uma cooperativa cultural e atelier de Arquitectura e investigação em Artes e Humanidades. Em 2011, co-fundou Artéria – Humanizing Architecture, atelier que co-dirigiu até 2018. Foi co-curadora de: CCA c/o Lisboa (Canadian Centre for Architecture, 2016-17); The Power Of Experiment – Formulate, Formalize, Perform (Satélite Nórdico, 4ª Trienal de Arquitectura de Lisboa, 2016); Lisbon Skyline Operation (Representação Portuguesa na 14ª Bienal de Arquitectura de Veneza, 2014); Avenida Intendente (Programa BIP/ZIP, 2012-2014).