O primeiro mês de
Cristiano Zanin no Supremo Tribunal Federal (
STF) surpreendeu àqueles que esperavam que, por ser indicação do presidente
Lula, o ministro teria posicionamentos mais à esquerda. Até o próprio Partido dos Trabalhadores expressou desconforto com as decisões mais conservadoras de Zanin. Mas será que esse comportamento já não era esperado? Existe surpresa? É justo esperar um posicionamento ideológico dele em favor da esquerda?
É em torno dessas perguntas o debate do Sem Precedentes desta semana. O novo episódio do podcast do
JOTA que discute o Supremo e a Constituição relembra as premissas que fizeram o presidente Lula indicar seu ex-advogado para a cadeira no Supremo. Lula buscava uma
pessoa em quem pudesse confiar, diferentemente do que fez em suas outras indicações nos seus dois primeiros mandatos.
Antes mesmo de ser sabatinado no Senado, Zanin já era tido como um advogado conservador com
pouca aderência às pautas da esquerda. Em junho deste ano, o
JOTA destacou que Zanin teria votado contra a descriminalização da homofobia, por exemplo, e ressaltou ainda que o alinhamento em relação à agenda da esquerda também não foi determinante em outras ocasiões para o presidente Lula.
Nesse primeiro mês, Zanin surpreendeu militantes ao votar contra a equiparação de ofensas à população LGBT à injúria racial e
contra a descriminalização do porte da maconha para consumo pessoal. Ele também não reconheceu a insignificância em furtos de itens de até R$ 100. O ministro, no entanto, votou contra o marco temporal das terras indígenas.
Conduzido pelo diretor de conteúdo do
JOTA, Felipe Recondo, o debate conta com participação do time fixo do Sem Precedentes, composto por: Juliana Cesario Alvim, professora da Universidade Federal de Minas Gerais e da Central European University; Diego Werneck, professor do Insper, em São Paulo; e Thomaz Pereira, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro.