Por Que Dói?

Doença é um dos tipos mais frequentes de dor de cabeça, e pode se tornar um problema incapacitante. Saiba mais neste podcast sobre enxaqueca.
 
A enxaqueca é uma doença neurológica que atinge milhares de brasileiros. O problema é que a grande maioria dificilmente consegue um tratamento adequado e acaba aprendendo a conviver com a dor.
Neste primeiro episódio do podcast Por Que Dói? conversamos com a neurologista Célia Roesler que explica como é possível prevenir as crises da doença.
 
Ouça também pelo YouTube:

 
Leia a seguir a entrevista na íntegra
Olá. Meu nome é Juliana Conte, sou repórter do Portal Drauzio Varella e está no ar o primeiro episódio do podcast Por Que Dói?. E para começar, vamos falar um pouco sobre enxaqueca, um assunto pelo qual tenho muito interesse, porque convivo com o problema desde os meus 12 anos de idade e sei que isso está longe de ser só uma dorzinha de cabeça qualquer.
Ela [a enxaqueca] é uma doença que atinge mais de 30 milhões de brasileiros, sendo três mulheres para cada homem, mas o grande o problema é que a maioria dessas pessoas não vão conseguir um tratamento adequado.
Estresse, ansiedade, fome, sono, além da menstruação, são verdadeiros gatilhos para a dor. Gatilho, no caso, é algo que vai desencadear o aparecimento daquela dor. E a dor da enxaqueca é uma dor forte, pulsante, e atinge normalmente um lado da cabeça. Essa dor é tão forte que às vezes impede que o paciente consiga ir para o trabalho, para a faculdade, etc.
E para falar um pouco mais sobre esse assunto, nós convidamos a doutora Célia Roesler, que é vice—coordenadora do Departamento Científico de Cefaleia da Academia Brasileira de Neurologia.
 
Juliana Conte – Bom dia, doutora.
Dra. Célia – Obrigada, bom dia. É um prazer estar aqui. Espero estar contribuindo para melhorar as dores de cabeça das pessoas que estão nos ouvindo.
 
Doutora, acho que senhora já está cansada de ouvir esta pergunta, mas ela é fundamental: qual é a diferença entre dor de cabeça e enxaqueca? O que é que diferencia uma da outra?
Acho que sempre é importante esclarecer isso. Existe mais de 200 tipos de dores de cabeça e a enxaqueca é um desses tipos. Ela é uma dor de cabeça primária, ou seja, a própria dor de cabeça é a doença.
E ela é, dentre as dores de cabeça primária, a mais rica de sintomas, porque não é só a dor de cabeça [em si], mas todos os sintomas que ocorrem com essa dor: que é intolerância à luz, a cheiro, ao barulho, a movimentos; vem acompanhada de náuseas, muitas vezes o paciente tem tonturas, alteração de humor, irritabilidade… E ela tem uma duração, que é de quatro a 72 horas. Começa fraca e vai ficando forte, até muito forte; e é considerada uma das doenças mais incapacitantes, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
 
E ela normalmente surge em que período da vida? Na infância? Na adolescência?
O mais comum é aparecer na idade em que a pessoa é mais produtiva, entre 30~40 anos, mas ela já pode ocorrer na infância, pode começar na menarca — que é a primeira menstruação, no caso das mulheres —, pode melhorar na gravidez e até sarar na menopausa.
 
Teria uma causa específica? Vocês já sabem qual seria o gatilho para a pessoa ter isso?
Há muitos gatilhos… O gatilho ocorre para aqueles pacientes que já têm enxaqueca, mas é uma doença neurológica, ocorre por uma disfunção química cerebral, geralmente hereditária. Quando você faz uma história de um paciente com enxaqueca, você sempre vai encontrar alguém responsável — na maioria das vezes é a mãe, a avó ou a tia —, alguém da família tem enxaqueca.
 
Uma dúvida muito comum: ela chega a ser considerada uma doença? Qual seria o termo correto?

Show Notes

Doença é um dos tipos mais frequentes de dor de cabeça, e pode se tornar um problema incapacitante. Saiba mais neste podcast sobre enxaqueca.
 
A enxaqueca é uma doença neurológica que atinge milhares de brasileiros. O problema é que a grande maioria dificilmente consegue um tratamento adequado e acaba aprendendo a conviver com a dor.
Neste primeiro episódio do podcast Por Que Dói? conversamos com a neurologista Célia Roesler que explica como é possível prevenir as crises da doença.
 
Ouça também pelo YouTube:

 
Leia a seguir a entrevista na íntegra
Olá. Meu nome é Juliana Conte, sou repórter do Portal Drauzio Varella e está no ar o primeiro episódio do podcast Por Que Dói?. E para começar, vamos falar um pouco sobre enxaqueca, um assunto pelo qual tenho muito interesse, porque convivo com o problema desde os meus 12 anos de idade e sei que isso está longe de ser só uma dorzinha de cabeça qualquer.
Ela [a enxaqueca] é uma doença que atinge mais de 30 milhões de brasileiros, sendo três mulheres para cada homem, mas o grande o problema é que a maioria dessas pessoas não vão conseguir um tratamento adequado.
Estresse, ansiedade, fome, sono, além da menstruação, são verdadeiros gatilhos para a dor. Gatilho, no caso, é algo que vai desencadear o aparecimento daquela dor. E a dor da enxaqueca é uma dor forte, pulsante, e atinge normalmente um lado da cabeça. Essa dor é tão forte que às vezes impede que o paciente consiga ir para o trabalho, para a faculdade, etc.
E para falar um pouco mais sobre esse assunto, nós convidamos a doutora Célia Roesler, que é vice—coordenadora do Departamento Científico de Cefaleia da Academia Brasileira de Neurologia.
 
Juliana Conte – Bom dia, doutora.
Dra. Célia – Obrigada, bom dia. É um prazer estar aqui. Espero estar contribuindo para melhorar as dores de cabeça das pessoas que estão nos ouvindo.
 
Doutora, acho que senhora já está cansada de ouvir esta pergunta, mas ela é fundamental: qual é a diferença entre dor de cabeça e enxaqueca? O que é que diferencia uma da outra?
Acho que sempre é importante esclarecer isso. Existe mais de 200 tipos de dores de cabeça e a enxaqueca é um desses tipos. Ela é uma dor de cabeça primária, ou seja, a própria dor de cabeça é a doença.
E ela é, dentre as dores de cabeça primária, a mais rica de sintomas, porque não é só a dor de cabeça [em si], mas todos os sintomas que ocorrem com essa dor: que é intolerância à luz, a cheiro, ao barulho, a movimentos; vem acompanhada de náuseas, muitas vezes o paciente tem tonturas, alteração de humor, irritabilidade… E ela tem uma duração, que é de quatro a 72 horas. Começa fraca e vai ficando forte, até muito forte; e é considerada uma das doenças mais incapacitantes, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
 
E ela normalmente surge em que período da vida? Na infância? Na adolescência?
O mais comum é aparecer na idade em que a pessoa é mais produtiva, entre 30~40 anos, mas ela já pode ocorrer na infância, pode começar na menarca — que é a primeira menstruação, no caso das mulheres —, pode melhorar na gravidez e até sarar na menopausa.
 
Teria uma causa específica? Vocês já sabem qual seria o gatilho para a pessoa ter isso?
Há muitos gatilhos… O gatilho ocorre para aqueles pacientes que já têm enxaqueca, mas é uma doença neurológica, ocorre por uma disfunção química cerebral, geralmente hereditária. Quando você faz uma história de um paciente com enxaqueca, você sempre vai encontrar alguém responsável — na maioria das vezes é a mãe, a avó ou a tia —, alguém da família tem enxaqueca.
 
Uma dúvida muito comum: ela chega a ser considerada uma doença? Qual seria o termo correto?

What is Por Que Dói??

Dor de ouvido, dor de cabeça, dor do parto…sentimos vários tipos de dor ao longo da vida. No entanto, cada dor tem suas próprias particularidades e exige tratamento específico. O podcast Por Que Dói? vem para falar sobre isso.