Interessa

Quando foi ao ar pela primeira vez, em 1988, Vale Tudo parou o Brasil com uma pergunta que atravessou gerações: vale tudo para vencer? Escrita por Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Basséres, a novela registrou até 72 pontos de audiência em suas semanas finais e se tornou um marco da teledramaturgia. Mais do que uma trama envolvente, ela funcionou como um espelho incômodo de um país corroído pela corrupção, desigualdade e esperteza, temas que, infelizmente, continuam tão atuais quanto na estreia, há 37 anos.

Agora, nas mãos da autora Manuela Dias, o remake reacendeu o interesse não só de quem viveu a era Odete Roitman - que era o que a gente poderia supor -, mas também da Geração Z, que cresceu longe da tradição de “sentar no sofá às nove”. Jovens que consomem conteúdo em ritmo de reels e TikTok se apaixonaram pela novela, criaram memes e incorporaram expressões. Por que esse formato, considerado “coisa de mãe”, voltou a dialogar com quem tem menos de 25 anos? Será a força da narrativa, o prazer do drama bem construído ou a necessidade de se ver em histórias? Histórias, inclusive, que tratam, sem filtros, da ética e do poder...

Será que esse sucesso da teledramaturgia clássica indica um cansaço dos conteúdos superficiais e imediatistas? O que leva a Geração Z a se identificar com personagens de um Brasil pré-smartphone? A novela ainda é um retrato do país ou virou uma lente para compreendê-lo?



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