Café com Política

O deputado estadual Carlos Henrique (Republicanos) defendeu, em entrevista ao programa Café com Política, exibido nesta terça-feira (29/7) no canal de O TEMPO no YouTube, a união das forças de direita na disputa pelo governo de Minas Gerais em 2026. Segundo o parlamentar, o momento exige maturidade e desprendimento para que não se abra espaço à retomada da esquerda no comando do Executivo estadual.

Ao comentar uma eventual candidatura do senador Cleitinho (Republicanos) e do vice-governador Mateus Simões (Novo), Carlos Henrique afirmou que ainda não é hora de antecipar decisões. Para ele, o melhor nome será aquele que estiver mais bem colocado nas pesquisas. “O que nós não podemos permitir é que a direita venha a se dividir”, afirmou. O parlamentar ressaltou ainda que o foco atual do Republicanos é construir uma base sólida e um projeto político para o Estado, sem disputas personalistas ou vaidades partidárias. Segundo ele, o eleitor será o responsável por definir os rumos da candidatura do partido: “Quem vai posicionar a condição do Cleitinho será o eleitor”. 

Carlos Henrique reconhece, no entanto, que o Republicanos pode tanto lançar cabeça de chapa quanto compor alianças, indicando um nome para vice ou para o Senado. “A política é um infindável momento de negociações, de conversas e de diálogos”, afirmou o deputado.

No cenário nacional, o deputado avalia que o governador Romeu Zema (Novo) tem desempenho para disputar a Presidência da República no pleito do próximo ano, mas cita o nome do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), como o favorito para disputar a eleição como o candidato da direita. Para Carlos Henrique, não é momento de pressa. Segundo ele, "a política nacional exige articulações amplas". Ele cita ainda que acordos nacionais podem impactar diretamente a articulação local em Minas. “A definição do candidato à Presidência exige diálogo entre os partidos aliados”, ponderou.

Durante a entrevista, o deputado do Republicanos culpou também o presidente Lula (PT) pela crise com os Estados Unidos e avaliou que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) ocupou um papel que deveria ser do governo brasileiro. Para ele, a sanção americana foi consequência da postura do governo Lula, que, segundo ele, adotou "um alinhamento político hostil" ao Ocidente ao se aproximar, de acordo com ele, "de regimes autoritários" e propor a criação de uma moeda para rivalizar com o dólar. O parlamentar criticou ainda a condução da política externa do governo federal e a ausência de diálogo com o governo de Donald Trump. Segundo o deputado, diante da ausência de ação da diplomacia brasileira, Eduardo Bolsonaro foi quem acabou assumindo o papel de articulação no exterior.

Sobre o cenário local, ao relembrar a campanha municipal de 2024, em Belo Horizonte, o deputado fez críticas à articulação política da candidatura de Mauro Tramonte (Republicanos). Para ele, faltou uma frente ampla de apoio, apesar de a campanha ter unido nomes como o do ex-prefeito de BH, Alexandre Kalil (sem partido), e do governador Romeu Zema. "Água e óleo não se misturam", analisou.

Questionado sobre a relação do governo Zema com a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), Carlos Henrique avalia que a base do Palácio Tiradentes se fortaleceu após a mudança na Secretaria de Governo. Segundo ele, houve um período de dificuldades na articulação política, causadas principalmente pela inexperiência de alguns deputados recém-eleitos.

Com a chegada do secretário Marcelo Aro, o deputado avalia que a relação entre Executivo e Legislativo melhorou, e votações importantes passaram a ter mais quórum. “Já tivemos alguns projetos importantes votados e não tivemos maiores problemas (com quórum)”, afirmou. Sobre sua saída da liderança da maioria na Assembleia, Carlos Henrique disse não ter se frustrado. Segundo ele, a decisão foi conversada com o presidente da Casa, Tadeu Martins Leite (MDB), e faz parte da dinâmica política da instituição. “A política a gente constrói também fazendo gestos e concessões”, pontuou. O deputado disse que continua com boas relações com a base governista e que está focado em contribuir com os projetos do governo estadual.

Ao tratar da discussão sobre o Propag e do referendo defendido pelo governo Zema para eliminar a obrigatoriedade de consulta pública para a venda de estatais, Carlos Henrique defendeu que, mesmo os deputados da base, devem ouvir seus eleitores antes de tomar uma decisão.

What is Café com Política?

Entrevistas com os principais líderes políticos de Minas Gerais e do país sobre os assuntos mais evidentes da semana. Presidente, governadores, senadores, deputados, vereadores e representantes de entidades são questionados sobre tudo aquilo que o cidadão quer saber.