Memorial de Ares

EP03 Não se fala à mesa? Não se come na rádio? Conversa com Pedro Campos Costa, Alessia Allegri, Renata Araújo, Ana Soares e João Grama

Show Notes

Na residência da exposição Sound It Rádio Antecâmara, na Garagem Sul do CCB.

"Não se fala à mesa, não se come na Rádio. Hoje de certa maneira regressa-se ao fim, juntam-se convidados que já passaram pelo Memorial de Ares, experiências contadas do espaço, para uma partilha aberta e não planeada a seis vozes. Como numa oficina, cozinha, como numa garagem também, ensaia-se num espaço não convencional para um caminho de conversa que traz à presença lugares da literatura, fotografia, história, curadoria e, claro também, da arquitetura." JS

Memorial de Ares, experiências contadas do espaço.
Um memorial é um diário, um relato, e os “ares” aqui entendi como os lugares (como o que reconhecemos na expressão mudar de ares). É também, e sobretudo, uma referência à magnífica peça escrita por Machado de Assis “Memorial de Aires”.
O que motiva o programa que, ao lado de outros, anda à roda da arquitetura, é, justamente, a relação com as questões que têm como centro a arquitectura, mesmo quando partindo de outros quadrantes.
Interessará sempre mais olhar para essas questões nos momentos antes de elas serem disciplinadas, isto é, antes de se tornarem na (disciplina) Arquitectura.
Assim, antes dela: o espaço – que toda a gente sabe o que é, e toda a gente com ele lida, sem precisar de ser arquitecto – e também a construção, entendida no sentido de coisa que é o expressar-se, materializar-se de uma ideia (coisa sem matéria). Assim a construção é também assunto não exclusivo de arquitectos: constrói um alfaiate; um pasteleiro; um músico; um carpinteiro; um escritor.
Descobrir na memória de outros, recordações de lugares específicos de experiências especiais, com alguma peculiar circunstância de espaço – das qualidades do espaço, da sua acústica ou da sua luz; da sua “energia” ou cheiro; do seu sentido de ser aconchegado ou incrivelmente aberto e quase infinito… uma recordação – mesmo que distante e esbatida – de infância onde o som de uma melodia ou um barulho, ou de vozes, que marca e se transporte.
João Soares é arquitecto, formado pela FAUP. Ensina no Departamento de Arquitectura da Universidade de Évora.

What is Memorial de Ares?

Memorial de Ares, experiências contadas do espaço. Um memorial é um diário, um relato, e os “ares” aqui entendi como os lugares (como o que reconhecemos na expressão mudar de ares). É também, e sobretudo, uma referência à magnífica peça escrita por Machado de Assis “Memorial de Aires”. O que motiva o programa que, ao lado de outros, anda à roda da arquitetura, é, justamente, a relação com as questões que têm como centro a arquitectura, mesmo quando partindo de outros quadrantes.Interessará sempre mais olhar para essas questões nos momentos antes de elas serem disciplinadas, isto é, antes de se tornarem na (disciplina) Arquitectura.Assim, antes dela: o espaço – que toda a gente sabe o que é, e toda a gente com ele lida, sem precisar de ser arquitecto – e também a construção, entendida no sentido de coisa que é o expressar-se, materializar-se de uma ideia (coisa sem matéria). Assim a construção é também assunto não exclusivo de arquitectos: constrói um alfaiate; um pasteleiro; um músico; um carpinteiro; um escritor.Descobrir na memória de outros, recordações de lugares específicos de experiências especiais, com alguma peculiar circunstância de espaço – das qualidades do espaço, da sua acústica ou da sua luz; da sua “energia” ou cheiro; do seu sentido de ser aconchegado ou incrivelmente aberto e quase infinito… uma recordação – mesmo que distante e esbatida – de infância onde o som de uma melodia ou um barulho, ou de vozes, que marca e se transporte. João Soares é arquitecto, formado pela FAUP. Ensina no Departamento de Arquitectura da Universidade de Évora.