Carioca Connection - Brazilian Portuguese Conversation

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In this episode of Carioca Connection, Alexia teaches Foster the history and how to use another popular Brazilian Portuguese expression!
This episode is all about the expression “Quinto dos Infernos” and the fascinating origins of this popular Portuguese phrase in Brazil. 
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What is Carioca Connection - Brazilian Portuguese Conversation?

Learn Brazilian Portuguese with real-life conversations you'll never find in textbooks or apps. Join Alexia (🇧🇷 native speaker) and Foster (🇺🇸 learning Portuguese) to have interesting, fun conversations that will improve your Brazilian Portuguese comprehension and communication.

Alexia:

Hello hello pessoal, bemvindos a mais episódio aqui do Carioca Connection. Estamos falando diretamente de Porto, Portugal, num calor. Está tudo bem? Meu nome é Alexia, eu estou aqui com o Foster.

Foster:

Oi gente, tudo bem? O, Alexia, tudo bem?

Alexia:

Tudo, e com você?

Foster:

Além do calor, É muito engraçada gente porque, a Alexia escreveu, uma lista de assuntos com expressões que ela queria falar sobre, hoje, e uma das expressões, eu não conheço, mas é o quinto dos infernos.

Alexia:

Isso será que tem a ver com o inferno mesmo? O que que é quinto? Estão aí nossas especulações, nossas dúvidas e vamos falar sobre tudo isso aqui no Carioca Connection.

Foster:

É, mas eu não conheço essa frase, e agora parece que eu estou no quinto do inferno. Não sei o que quer, mas está muito quente aqui.

Alexia:

Bom, para explicar a expressão quinto dos infernos, primeiro eu gostaria de explicar que que é o quinto. Tá? Porque eu acho que faz sentido. O quinto, na época do Brasil Colônia e da coroa portuguesa, as pessoas, os fazendeiros, os mineradores, populares e tal, tinham que pagar quinto, para a coroa portuguesa. Que que é o quinto?

Alexia:

É uma taxa, é o imposto que era cobrado do Brasil Colônia.

Foster:

Sim, quinto seria vinte por cento. Exatamente. No quarto seria vinte e cinco, por exemplo.

Alexia:

Exato.

Foster:

É, então, terço seria, três.

Alexia:

O que você falar eu concordo.

Foster:

Sim, então, não tem nada a ver com quinta, por exemplo?

Alexia:

Não, quinta é uma fazenda.

Foster:

É, quinta é uma fazenda com casa grande né essas coisas, mas quinta se refere à porcentagem Exatamente. Então por exemplo,

Alexia:

eu lembro do meu avô falar que a minha família aqui, em Portugal precisava pagar uma taxa para a igreja, também tinha isso, você pagava uma taxa pra igreja, que normalmente era o quinto. Você precisa pagar quinto É. E assim vai. Então é é mais ou menos nesse sentido. E agora pouquinho de história.

Alexia:

Na época do Brasil colônia, né, lá no século dezoito, o Brasil tinha grande uso dos mineradores, né, você fazia minérios e escavações para achar ouro, pra achar minério e aquilo ser vendido.

Foster:

Minério? É. Ah, eu acho que eu

Alexia:

eu Minas Gerais, minério, onde estavam as minas de ouro.

Foster:

E como se chama a pessoa?

Alexia:

Minerador.

Foster:

Minerador. Interessante porque eu teria falado mineiro, só.

Alexia:

Sim mas mineiro é quem nasceu em Minas Gerais.

Foster:

Sim, sim agora eu estou percebendo. Tá.

Alexia:

E, nessa época do Brasil colônia, a coroa portuguesa tinha uma dívida muito grande com a Inglaterra, né?

Foster:

Então, Portugal tinha uma dívida muito grande com a Inglaterra.

Alexia:

Exato. Tá. Brasil colônia respondia Portugal, obviamente, então tudo que era produzido, achado, feito no Brasil colônia, era da coroa portuguesa. Tá. Então os mineradores precisavam pagar quinto, vinte por cento daquilo que eles faziam, para a coroa portuguesa.

Alexia:

Certo? Certo. Então, lá no no, no interior do Brasil, onde ficavam as mineradoras, onde ficavam essas escavações todas, era lugar muito afastado, era muito remoto, né?

Foster:

Afastado quer dizer longe.

Alexia:

Longe de tudo No meio

Foster:

de nada.

Alexia:

No meio do nada.

Foster:

No meio do nada. No meio do nada.

Alexia:

Exatamente. E, então era mais ou menos isso, quando os mineradores pagavam quinto, esse, essas casas pegavam né, esse valor, transformavam em dinheiro em ouro e etcétera, vinham os navios, buscavam e traziam pra cá, pra Portugal e aí Portugal fazia o que fosse com esse dinheiro, com esse ouro, que é uma questão até hoje, os brasileiros ficam se perguntando, cadê o ouro que era nosso, que está aqui em Portugal? Portugal roubou o ouro do Brasil, até hoje tem essa história e eu estou nem aí pra esse ouro, já foi há muito tempo. É uma coisa, parece que brasileiro parou no tempo, agora dois mil e vinte e três querem saber do ouro, enfim. E aí, você mandar alguém para os quintos, significava enviar essa pessoa para o Brasil remoto, muitas vezes como sendo uma punição.

Alexia:

Então, por exemplo, você vai lá pro quinto dos infernos, ou seja, você vai lá pro meio do nada no Brasil, que é inferno, é calor, você vai trabalhar em mineradora, você não vai ter outra vida e etcétera.

Foster:

Tá.

Alexia:

Então é isso, porque Brasil, Portugal se referia ao Brasil remoto, ao Brasil, counterside digamos assim Aham. Como o inferno.

Foster:

Tá. Então, eu posso tentar ver se eu entendi tudo.

Alexia:

Sim.

Foster:

Eu estou gostando muito dessas ao energia história com expressões porque tudo é novo pra mim é muito difícil.

Alexia:

É novo.

Foster:

Eu sabia, Tudo é novo pra mim e é difícil pra eu entender. Então, no século sei lá dezoito, o Portugal tinha muita dívida com a Inglaterra e por isso o Portugal mandou que os brasileiros sobretudo os mineradores

Alexia:

Não os brasileiros, porque eram portugueses na época lá.

Foster:

Sim sim,

Alexia:

quem morasse no Brasil?

Foster:

Isso, as pessoas morando no Brasil na época

Alexia:

No Brasil colônia?

Foster:

É. Mineradores tinham que pagar uma posto de vinte por cento, que é quinto. E, daí surgiu a expressão vai pro quinto dos infernos. Isso. Que é basicamente tipo vai pro inferno vai pro lá pro Brasil que está quente é o inferno.

Alexia:

Exato. Tá. Tá? Agora.

Foster:

E como é que usa essa frase?

Alexia:

Isso que eu vou aqui ler alguns exemplos que eu trouxe para o episódio de hoje.

Foster:

Está bom.

Alexia:

Então, por exemplo, vou te contar em, enfrentar essa fila do banco é uma verdadeira viagem ao quinto dos infernos.

Foster:

Então isso quer dizer que é uma fila muito grande e é muito chato, é é basicamente isso.

Alexia:

Exato. Então olha outra, quando o carro quebrou, naquela estrada, no meio do nada, tudo deserto, a gente estava literalmente no quinto dos invernos, ou seja não tinha nada ao lado e a gente estava com o carro quebrado, a gente estava completamente perdido.

Foster:

Tá. Então neste caso basicamente quer dizer no meio do nada. Tá, e como que você usaria hoje em dia, por exemplo, mas você falaria pra alguém, tipo, ah, vai pros quintos do Inferno.

Alexia:

Vai pro quinto dos infernos.

Foster:

Vai pro quinto dos infernos.

Alexia:

Exato.

Foster:

Você falaria isso pra alguém?

Alexia:

Para de me encher o saco, vai lá pro quinto dos infernos de longe daqui.

Foster:

Então basicamente é, tipo, kyot hell, kyot are you.

Alexia:

É, só bother em mim.

Foster:

É, mas você é muito forte?

Alexia:

Não assim você está mandando alguém pra ir pro inferno, aí se você considera isso forte ou não eu não sei. Eu

Foster:

não sou muito religiosa mas parece

Alexia:

Tem pessoas que adorariam ir pro inferno outras não eu não sei.

Foster:

Parece pesado. Mas é uma expressão normal que você pode falar?

Alexia:

Sim.

Foster:

E é comum?

Alexia:

É comum, é super comum.

Foster:

Tá. Você diria que a gente agora está no quinto dos infernos? Não. Porque parece que sim.

Alexia:

Não, é

Foster:

Está muito calor.

Alexia:

Mas não é em relação a ser calor ou ser frio é em relação a

Foster:

É o sofrimento.

Alexia:

Vai longe, pra longe de mim. É isso gente, mais uma historinha, sobre de como surgiu a expressão. A gente tem que lembrar que não necessariamente essa expressão faz sentido ou não, de como é que foi criada. Talvez a história não faça tanto sentido assim. É, a escolha como

Foster:

É assim, é uma lenda.

Alexia:

É uma lenda, é uma história que tem por trás, o fato é que realmente a coroa portuguesa roubou o ouro do Brasil. Tem tudo isso. Então, é, por exemplo, boa lembrança, quando a gente passou os três meses lá no Alentejo?

Foster:

No Alentejo era

Alexia:

Aquilo era o quinto dos infernos.

Foster:

Interior do Interior. É, aqui em Portugal mas estava, tão quente, santo calor, que a gente estava literalmente morrendo de calor, e também estava no meio do nada.

Alexia:

Aquilo é o quinto dos infernos.

Foster:

Tá.

Alexia:

Tá? Então é isso gente. O próximo episódio vai ser, contando uma história, então eu estou animada por isso e o nosso cão acabou de acordar com muito calor. E até o próximo episódio, Foster.

Foster:

Muito obrigada, Alexia, e até o próximo.

Alexia:

Tchau.