Raízes do Futuro – Arte que transforma

O papel das instituições em apoiar, promover ações de sustentabilidade nas arte.

What is Raízes do Futuro – Arte que transforma?

Como a arte e sustentabilidade têm o potencial de nos fazer refletir sobre seu impacto na sociedade.

Speaker 1:

Há quem diga que pra desconstruir algo é preciso antes entender como essa coisa foi construída. De nada adianta querer construir novos edifícios se a gente não olhar pros pilares que erguem as edificações que já existem. De nada adianta querer mudar o mundo, sem antes olhar pras nossas próprias raízes. Pra colher novos frutos é necessário primeiro saber o que plantar e como cultivar. Bemvindos ao podcast Arte Que Transforma, podcast da Vivo apresentado por mim, Luiza Adams, pesquisador e comunicadora de arte.

Speaker 1:

O objetivo desse podcast é justamente refletir ao lado de algumas das principais vozes da arte brasileira, como que a arte pode ser uma ferramenta de transformação. E no caso, a gente vai falar aqui sobre arte e sustentabilidade, não apenas nos museus, mas também nas ruas, nas galerias, nas feiras de arte e no dia a dia. Eu estou super contente de ter aqui grupo maravilhoso de convidados, cada nas suas respectivas funções e áreas das artes. Eu tenho aqui comigo o Paulo Vitelli, diretor institucional aqui da Finacoteca de São Paulo, responsável por desenvolver projetos tão incríveis e por receber a gente aqui nesse lugar tão incrível que é a Pina Contemporânea, o novo edifício da Finacoteca, dedicado a expandir 000 espectro da arte contemporânea no Brasil, então Paulo muito obrigada por ter aceitado conversar com a gente.

Speaker 2:

Obrigado Lu.

Speaker 1:

A gente tem também aqui com a gente a Vitória Zufo que é diretora sócia fundadora da galeria Lume, primeira galeria do Brasil com selo verde, a gente vai explorar isso daqui a pouquinho. A Vitória além do que também é presidente da Associação Brasileira de Arte Contemporânea, a Abact. Viki, super obrigada também por aceitar conversar com a

Speaker 3:

gente. Obrigada você.

Speaker 1:

Temos aqui também comigo a Tamara Pelman que é diretora da SP Arte, a feira considerada a feira mais importante de arte da América Latina. Tamara super obrigada também por estar aqui conosco e a Marsure Romero que é gerente de sustentabilidade da Vivo. Pessoal, super obrigada por terem topado conversar com a gente. Eu quero começar o nosso papo aqui perguntando pra vocês, o que é na visão de vocês ser sustentável?

Speaker 2:

Então, eu eu imagino a sustentabilidade como de uma forma mais holística, não só a sustentabilidade ligada ao meio ambiente, mas a sustentabilidade financeira, por exemplo, nas instituições, né. É uma sustentabilidade que também mantém esse espaço conectado com a cidade, com o social. Então, pensar a sustentabilidade de uma maneira mais global e não só com ponto só como normalmente a gente imagina, que é o ponto do meio ambiente e da ecologia. Uhum.

Speaker 4:

É, eu até pensando pouquinho no ser né, pra nós e qual como todas as pessoas, eu acho que é ser consciente, do nosso papel no mundo, no papel que a gente ocupa dentro da organização, instituição que a gente está, você, porque a partir da consciência você consegue entender que nada é alheio à gente, tudo faz parte. Se o mundo foi bem, se as, a gente respira bem, se a gente se alimenta bem, se a gente se planeja bem até pra fazer trabalho, ela, você consegue, que que é sustentar, continuar existindo aqui, uma determinada questão, são as coisas básicas que a gente precisa ter. Então você saber disso. E saber do ruim, da catástrofe, do bom do que tem no mundo, é parte de ser sustentável.

Speaker 3:

É, eu penso também como uma forma assim, tem todo efeito cadeia e como operacionalmente a gente atende questões atuais garantindo que a gente possa perpetuar também operacionalmente nas futuras gerações.

Speaker 5:

A gente na na SP Arte busca ter uma visão sustentabilidade que acho que vai muito em linha com o que vocês estão falando, que é entender que a gente é responsável por por toda uma comunidade, e ela claro, a comunidade artística, mas ela passa por uma série de agentes, né, então, a gente sempre busca pensar na na e é isso não é, num departamento, né, de sustentabilidade, na verdade é nas decisões cotidianas, né? Então, como que eu vou envolver as pessoas, como que eu vou trabalhar com, desde fornecedor até as pessoas que estão dentro, mas também nas decisões que são tomadas de como como dar forma essa comunidade, como mantêla viva e como mantêla viva de uma forma saudável e que funcione pra todo mundo. E claro, existe uma preocupação ambiental grande, mas também também social e também num olhar pouquinho menor que é da nossa comunidade, que é a comunidade da arte.

Speaker 1:

Não, com certeza. Às vezes a gente debate sustentabilidade muito olhando só pela questão ambiental, quando na verdade ser sustentável é você pensar naquilo que é possível você sustentar no longo prazo, né? E eu queria perguntar pra vocês assim, aqui é pra ser honesto, tá bom? Não precisa chegar com com respostas otimistas. Mas eu queria entender como vocês acham que a questão da sustentabilidade ela vem sendo abordada no mundo da arte, assim.

Speaker 1:

Vocês acham que ela já é debatida com o grau de seriedade que deve ser debatido ou vocês acham que ainda existe uma uma lacuna quando a gente fala sobre esse assunto? Como que vocês enxergam que esse assunto ele vem sendo debatido?

Speaker 3:

Eu acho que a pauta, tanto institucional quanto nas galerias, tem muita questão do meio ambiente envolvido. O kart contemporânea fala do hoje, e é inevitável não falar de sustentabilidade no hoje. Então, eu acho que arte ela traz esse lugar questionador, assim, traz artistas também que provocam nesse sentido. Mas em termos operacionais ainda existe longo caminho, né, eu acho que ainda tem muito que desenvolver em termos práticos, ainda tem bastante teoria acontecendo. Sim.

Speaker 5:

É, eu concordo com a Viki, acho que tem tem muito espaço ainda, ainda tem muito que fazer, mas acho que já tem muita coisa que a gente vem vem olhando como como setor né, eu posso falar pouco mais da feira né, então coisas, por exemplo, a gente constrói né a feira, são milhares, são milhares de placas de madeira pra montar o evento. Hoje a gente reaproveita quase tudo, então a gente já faz método construtivo que foi desenvolvido com o fornecedor pra que essas placas possam ser reaproveitadas muitas vezes. E quando acaba a vida útil delas elas têm uma destinação pra alguém que vai usar. Então isso é exemplo pequeno, mas que já está nas decisões diárias. Onde eu vejo o maior desafio, pelo menos onde eu enxergo, né, e vejo essa discussão acontecendo?

Speaker 5:

É basicamente em dois aspectos, na questão da embalagem, né, e isso já já se evoluiu muito, mas gastase muito plástico bolha, caixas, etcétera, mas já existem materiais duradouros e com impacto menor. E outro assunto que aí sim não é, até abordado mas ninguém chegou numa solução que é o deslocamento porque a gente lida com objetos únicos, então muitas vezes você precisa deslocar por uma exposição, objeto vem de outro país, isso as pessoas vêm de outros lugares. Esse é aspecto que ainda tem muito o que se fazer porque a arte ela o objeto precisa ir, as pessoas precisam ir e e fica questão logística. É uma questão de como como é, você quer ir numa exposição pessoalmente, você quer ver a obra lá, você não quer ver E até

Speaker 2:

a vinda dos próprios, eu estou exposição aqui na Pinacoteca, ele não veio de avião, ele queria vim de navio,

Speaker 4:

porque ele achava que isso, eu

Speaker 2:

não sei, do ponto de vista, se é realmente mais ou menos poluente do que o avião, talvez seja, mas tem toda essa preocupação que começou a chegar nos próprios artistas, né, que muitos talvez ficavam ficassem mais no no no na concepção, né, na no pensamento, mas no dia a dia mesmo, transformar o seu dia em dia mais

Speaker 5:

Sim.

Speaker 2:

Responsável ecologicamente, talvez.

Speaker 1:

E eu acho que a gente às vezes olha muito pra pras grandes iniciativas, pras grandes coisas que são desenvolvidas quando na verdade essas pequenas coisas como a Tamara trouxe que na verdade não são de pequenas não não não não tem nada né, elas são grandes coisas porque é isso, se você for somar todas as vezes que você faz uma feira, isso dá muito resíduo, dá muito material e reutilizar isso é algo magnífico, mas a gente sempre olha né pra pras grandes coisas e esquece de olhar pras pequenas, mas já que também olhar para as grandes é algo super importante e necessário, eu queria ouvir a Marsure como gerente de sustentabilidade da maior empresa de telefonia do Brasil, que incentiva, é uma das principais empresas que incentiva a cultura no Brasil, como é que surgiu essa área de sustentabilidade e como que a sustentabilidade ela dialoga com as outras áreas da empresa, no caso, como você está aqui presente hoje, na área de cultura, né. Como é que você se, como que surgiu essa área, como que ela se articula pra dialogar com as outras áreas? Porque a sustentabilidade, ela está e deve estar em todas as áreas de uma empresa.

Speaker 4:

Sim, e é é muito boa essa pergunta porque assim, eu tenho que fazer marca e falar que ela surgiu. Na verdade, a Vivo, desde que ela nasceu ela é uma marca muito contemporânea, ela sempre esteve muito próximo do que a sociedade, do que se espera, então assim falar que ai aí a empresa sempre foi sustentável, não é exagero, porque assim realmente a forma que a empresa foi concebida, a forma que ela é cuidada, de que é pensada pra ser próxima, pra corresponder aos anseios da sociedade, isso foi vindo de alguma forma, já dentro já nasceu com a empresa, já veio conforme ela cresceu. A grande diferença é que a gente com o passar do tempo foi se estruturando, né? Então assim, né, a gente vê que, o que a gente faz pra fora como marca, a visibilidade que a gente traz, como a gente conversa com cultura, primeiro a gente teve que voltar e se entender com os passos de ter uma boa uma empresa que ela está organizada, de olhar pra sua operação, olha pra sua gente, olha pra quem está ali, e depois quando aquilo está muito latente já existe e faz parte, ele meio que respira pra fora, né?

Speaker 4:

A gente estava conversando com o mês da questão cultural, né? A gente tem uma empresa que tem uma cultura muito forte, dos pilares, grandes pilares da empresa é a diversidade. A gente fala e se sente muito à vontade de poder dialogar com a sociedade, de poder apoiar esporte, de poder apoiar projetos musicais, exposições, porque faz sentido. E a gente vivencia isso no nosso dia a dia, né? Então ela ela a gente se estruturou cada vez mais com, hoje é uma diretoria sustentabilidade dentro da Vivo, nem todas as empresas têm porque a gente na verdade olha de asa então desde a estrutura da empresa até a parte de negócios e como a gente pode influenciar positivamente clientes, clientes, clientes, enfim.

Speaker 4:

Mas a gente também tá tá olhando o tempo todo antenado com o que acontece né até dando gancho do que tava falando da pergunta anterior sustentabilidade eu acho que ela precisa ser pouquinho desmistificado né, de alguma forma, porque senão vira aquele bichinho que você põe do lado e fala, ah então, mas vai sair caro, mas você não viu, mas vai ser difícil. Mas então é porque é o desconhecido, né, eu acho que o grande desafio que a gente tem hoje, pra tudo que é novo, de certa forma, o inovador, é conhecer.

Speaker 1:

Sim, com certeza.

Speaker 4:

Porque senão fica subjetivo demais, né. A gente tudo acho que vai ser difícil, vai ser caro.

Speaker 1:

É. Essa inclusive era uma das minhas perguntas que eu tinha jogado lá pra bate, mas eu vou subir ela aqui, que é, ser sustentável na arte é caro?

Speaker 2:

Eu não acho que é caro, eu acho que é trabalhoso. A questão do resíduo que está atrás é é realmente é talvez o principal gargalo das instituições culturais, que é o resíduo das exposições, né. A Pinacoteca faz dezoito exposições no ano, né. A quantidade de de cenografia usada, de material usado, vidro pra vitrine, quer dizer, isso tudo precisa ter destino sustentável, né? Mas, por exemplo, eu estou pensando quando a gente construiu a Pina Contemporânea, né, que a Pina Contemporânea é prédio novo, foi terminado, entregue em março de dois mil e vinte e três.

Speaker 2:

Então ele já foi construído todo dentro dos parâmetros pra ser uma construção verde. Tanto que a gente tem o selo lead dessas da da da construção verde. EEE não foi mais caro fazer isso, sabe, foi seguir parâmetros, regras, determinados compromissos, mas isso não necessariamente tornou a obra mais cara.

Speaker 5:

Entendi. Eu acho que sim e não. Vou dar vou dar exemplos práticos, né, que eu vejo no no dia a dia. Então, iluminação, na parte toda quase toda iluminação é nossa né, a gente fez já há algum tempo uma troca pra pra lâmpadas de menor consumo. Ela é mais cara?

Speaker 5:

Ela é mais cara, no longo prazo não Sim. Né, e exige cuidado maior. Então, toda essa, como eu comentei dos painéis né, então a desmontagem ela tem que ser muito cuidadosa, tem que ser muito cuidado. Ela é pouco mais cara mas ela no final do dia, se você tem uma visão de médio e longo prazo não é mais caro. Mesma coisa com fornecedores, a gente tem uma atenção principalmente com aqueles fornecedores que tendem a trabalhar com pessoas mais vulneráveis Sim.

Speaker 5:

Né, que têm remunerações mais baixas, a gente olha com cuidado, qual é a remuneração final dessa pessoa, qual quanto tempo ela vai trabalhar, como é alimentação, como é que é o transporte. Então a gente olha pra essas, vai ser pouco mais caro? Provavelmente vai. Se a gente fizesse uma guerra entre fornecedores quem dá o melhor preço Uma concorrência. Então, sim, vai ser pouco mais caro.

Speaker 5:

Agora, é parte do processo de decisão mesmo. Então, eu conto assim, o que que eu quero ser? Que impacto que eu quero ter na vida das pessoas? Eu quero ter impacto positivo, eu quero que essa pessoa esteja trabalhando aqui e Correto, né? Trabalhando de uma forma adequada, digna, é isso que eu quero, vai ser pouco mais caro?

Speaker 5:

Sim, e está certo, é isso que tem que ser. Sim. Eu

Speaker 1:

queria fazer uma pergunta agora pra Vick que, bom, acho que quem trabalha no no universo das artes visuais aqui no Brasil, como nós, sabemos da importância da Abact, que é a Associação Brasileira de Arte Contemporânea. Mas pra quem não está envolvido nesse universo, né, é público espectador, como muitas pessoas que estão ouvindo a gente hoje, não sabe o que que é essa associação, como que ela se articula, quais são os objetivos dela e quais são os resultados pra sociedade que ela pode trazer. Então eu queria Viki que você explicasse pouco o que que é a Abact, contasse pouco como que ela se articula e dissesse, contasse pouco pra gente se o assunto da sustentabilidade é assunto que vem sendo pauta dos debates de vocês ou não. Tá.

Speaker 3:

A Abact é a associação que hoje representa aproximadamente setenta galerias Brasil de mercado primário, né, mercado primário na arte é aquela representação direta do artista, né, o secundário normalmente são artistas já falecidos, de revenda. Então a associação ela defende os interesses dessas galerias de mercado primário. E também ajuda a profissionalizar, tem vários programas entre trocas assim de galeriasistas, melhores formas de se fazer uma feira de arte, melhores práticas, manuais, desde manuais jurídicos, a como respeitar direito de sequência, temas que são atuais de extrema relevância. E, ou a questão ambiental também entra em pauta, né? Eu acho que a associação, ela existe há mais de quinze anos, ela é superimportante pra gente trazer, de uma certa forma, uma robustez pra setor que ainda tem as suas fragilidades, que ainda está crescendo, mas assim, precisa dessa união de uma certa forma pra criar parâmetros profissionais.

Speaker 3:

Uhum. Então a pauta de sustentabilidade ela já vem há tempo que está presente, mas é uma mudança cultural. Então como a Tamara respondeu, é uma coisa assim, sim e não em termos de ser caro, né? Porque é uma questão a longo prazo. Então eu acredito que as galerias elas vão, de uma certa forma, colher as ações de sustentabilidade a longo prazo, pra uma questão imediata, né.

Speaker 3:

Até uma questão também de fornecedores, porque hoje a gente não tem tantos fornecedores que contribuem com uma embalagem mais sustentável, é uma coisa que a Abact também entra nesse nesse sentido de catalogar, né, fornecedores que são, de uma certa forma, que têm a competência pra pra ajudar com o operacional da galeria, e ao mesmo tempo né estar respeitando práticas mais ambientais. Uhum. Resumidamente é esse.

Speaker 1:

E a gente quando fala sobre assunto assim tão de interesse público, a gente, pelo menos eu, tenha em mente que o Estado ele também deveria de uma certa forma se envolver nesse nesse diálogo. E A ABACT é uma associação que dialoga com os órgãos públicos pra tentar, enfim, pensar a representação e os interesses do mercado da arte através também das políticas públicas e dessa articulação toda. Eu queria ouvir de vocês todos assim, em que medida, quais são os principais desafios dessa desse diálogo com o setor público porque no final das contas a gente precisa também se articular com diferentes órgãos para fazer isso tudo acontecer. Eu queria entender tanto da Abact quanto da Vivo, quanto do da Pinacotech enquanto museu, SP arte, como que vocês conseguem ou não conseguem, enfim, se articular pra tornar possível as iniciativas que vocês desenvolvem.

Speaker 2:

Vai lá pra mim.

Speaker 3:

Só continuando porque assim, eu entendo que cultura é indissociável assim, né, da questão pública. Então, como a gente pode de uma certa forma se unir, eu acho que essa conversa é lugar importante nisso, mas a gente precisa pleitear também com números, com dados, com experiências e eu acho que o setor cultural eu entendo que tem se organizado melhor, né, isso é ponto que eu acho que é pioneiro em termos de Brasil

Speaker 2:

É, eu acho, eu entendo super o que você está falando porque, a gente tem uma dificuldade de comunicar, sobretudo pra sociedade civil, quão relevante é a área cultural, a economia criativa, quanto isso gera de impacto

Speaker 3:

Faltam números.

Speaker 2:

Faltam números, faltam. Ah, bom, o melhor exemplo foi a demonização da Lei Rouanet anos atrás, né. Assim, sem a Lei Rouanet, a Pinacoteca hoje, noventa por cento do seu orçamento vem da Lei Rouanet, né. E isso vem de parceiros que, como a Vivo, que apoiam o museu, apoiam suas iniciativas. E e essa demonização vem de desconhecimento, que é pouco também responsabilidade nossa, né, que é o que você estava falando, faltam números, faltam dados, que já está mudando, né.

Speaker 2:

A gente já tem esse, o senso da cultura, né. O Itaú Cultural tem feito trabalho muito legal nesse sentido também de reunir esses dados. O IPEA e a própria FGV, enfim. Isso tem dado pra nós mais

Speaker 1:

Robustês, né?

Speaker 2:

Robustês e armas pra poder também pleitear e defender a nossa área, né?

Speaker 3:

Com certeza. E eu acho que até mudar pouco a chave no sentido assim, vamos usar a Lei Rouanet como exemplo, ah é uma lei que pode ajudar o artista. Assim, não, tem contrapartida, é investimento que o governo faz na cultura que retorna em n aspectos.

Speaker 1:

Inclusive Isso não é

Speaker 3:

mais do Brasil, né? Tipo em outros países, você vê quanto que a cultura tem incentivo e aquilo retorna que outros setores, né, vai voltar pra uma

Speaker 2:

Pro turismo, vai voltar pro

Speaker 1:

E as próprias marcas acabam conseguindo também trabalhar seu próprio marketing dentro dessas iniciativas né então tipo pra além da do do do que a gente está debatendo aqui isso é investimento pra própria empresa, pra própria marca que está ali se envolvendo com esse projeto.

Speaker 4:

Pouco dessa né até ao paralelo com a pergunta da da articulação né, a gente aqui na Vivo se articula com o governo, com outras empresas, está dentro por exemplo de grandes associações, entendendo que em conjunto a gente consegue, a gente tenta inspirar a partida de cada vez que a gente faz, isso é muito legítimo no sentido de que assim, é importante, que é assunto de todo mundo, não pode ser assunto único. Então se a gente faz algo muito legal, a gente sabe que indo em fórum comentando como é difícil, é desafiador do outro lado, porque sim, a gente quer saber, precisa de dados, resultados, até pra escolher aonde seguir, por qual caminho seguir. Mas ao mesmo tempo acho que a gente já entendeu, muito bem, ter, de alguma forma, que a arte é a melhor forma de dar à luz pra aquilo que a gente está fazendo, né? Então, não é algo, e a é uma forma de expressão, é o que traduz pra pras pessoas, né. Como você sabe o negócio?

Speaker 4:

Não sabe, mas se chega ali na frente, como que isso vai ficar registrado de alguma forma? Uhum. Articulando, trabalhando, trazendo pessoas, trazendo grandes projetos junto, né, dando visibilidade pra isso, e não é pro que a gente faz como empresa só, mas é aquilo, né? Quem você apoia, com quem você anda, você é amigo de quem tem os valores iguais aos seus, né? De alguma forma.

Speaker 4:

Sim. Então você acaba apoiando projetos que estão muito em linha com aquilo que você acredita.

Speaker 1:

Sim.

Speaker 4:

Né? Isso é maior, isso que passa, né, da gente, passa de algum. E isso fica, né? Porque o que é que é muito bacana é que por mais que tenha dificuldades, o que é da arte é acho que é a melhor forma de é o melhor fotografia de uma era, né? Você vai num museu, você vai em algum lugar, você consegue contar a história que aconteceu bem ou mal, né, cada com essa interpretação, mas é registro histórico, né, e que talvez daqui a, quando a gente chegar em dois mil e trinta, tá muito perto, é o marco pra sustentabilidade, mas dois mil e cinquenta.

Speaker 4:

Tudo isso que aconteceu nessa década, e eu acho que muito emblemático por conta de pandemia, vai estar registrado. Sim. Em fotos, em exposições, em história.

Speaker 2:

E a pandemia é o exemplo mais marcante da importância da arte e da cultura. Nós só sobrevivemos à pandemia por conta daquelas infindáveis lives que a gente assistia, por conta do esforço dos museus, dos Do

Speaker 1:

isolamento que surgiu, que eu creio.

Speaker 2:

Museu do Isolamento. Então tantas e tantas iniciativas que foram criadas no campo cultural, né Museu virtual. Museu virtual, música, as lives dos artistas

Speaker 1:

É então, Google Arts and Coaching Isso

Speaker 2:

fez companhia pra gente e fez com que a gente sobrevivesse mentalmente, né? Nos dáse uma sanidade pro lado dos museus que tinham que produzir tudo isso rapidamente foi pouco

Speaker 1:

desafio.

Speaker 2:

É desafio. Mas mas a gente tinha essa essa visão, né. Pô, a gente está fazendo algo que, que está tocando as pessoas ali diretamente nas suas casas num momento de muita tensão, de muita tristeza, né, de muita apreensão.

Speaker 1:

Tamara, eu queria fazer uma pergunta pra você direcionada. A ESPArte ela é uma feira, enfim, gigantesca, importantíssima, que se articula com todos os agentes do mercado da arte. Então vocês dialogam com todas as galerias, vocês dialogam com o grande público, com os colecionadores, com os museus que muitas vezes também têm espaços dentro da feira. Como vocês imaginam que seja possível uma uma conversa em que todos estejam na mesma página relacionado à sustentabilidade? É possível fazer isso com que a partir de uma gente possa abordar a questão da sustentabilidade com todos esses parceiros?

Speaker 1:

Eu acredito que sim.

Speaker 5:

Eu acho que quando a gente fala sustentabilidade você tem na verdade uma série de vertentes ou de de lados né do assunto. Eu acho que a questão ambiental a gente já tratou aqui Uhum. Né que trata principalmente do do quanto você vai produzir, quanto que você vai evitar consumir, evitar gerar resíduo, etcétera, mas num aspecto de sustentabilidade social e financeira, sem dúvida, porque acho que existe ainda, e aí eu vou fazer uma ponte com com o que vocês estavam falando de articulação com agentes públicos né, agentes políticos. A gente trabalha, a gente vê muito claramente, né, na na feira a cadeia inteira de ponta a ponta, né, então a face mais visível numa feira é a face do mercado. Então o evento acontecendo, o colecionador indo lá, comprando uma obra, tal.

Speaker 5:

Mas antes disso, depois disso, existe uma infinidade de profissionais e de atividades que acontecem. Então, essa esse aspecto eu acho que é que é o que liga todo mundo, né? Então, você tem o artista ali no no comecinho de tudo, a formação do artista, o professor, né, os grupos de estudo, mas você tem moldureiro, você tem montador, você tem transportador, esses dias mesmo eu estava conversando com moldureiro e ele estava contando que três meses antes da SP Arte muda a vida dele. Ele sabe que dois, três meses antes ele não pode pegar mais trabalho, porque as galerias vão chegar lá ele tem que contratar mais gente e marceneiros e moldureiros profissionais. Então existe toda uma uma cadeia de profissionais, algumas vezes altamente especializados, que só existe porque existe mercado.

Speaker 5:

E que se não tivessem fazendo isso eles provavelmente não teriam trabalho tão qualificado, eles ganhariam menos, as suas famílias estariam vivendo com menos recursos, etcétera. Então, o mercado ele é só a face mais aparente. Sim. Tudo isso está está ligado. As instituições são pouco diferentes, mas a gente acaba trabalhando com as mesmas pessoas.

Speaker 5:

São os artistas, são os profissionais de montagem, são os curadores, são pessoas que produzem conhecimento também.

Speaker 2:

Compradores, mas que são os mestres

Speaker 5:

Que são patronos, ou que compram às vezes uma obra pra doar, né.

Speaker 4:

Então, eu

Speaker 5:

acho que sim, eu acho que é assunto que está aí pra todo mundo, Lu, acho que na na verdade as pessoas estão ligadas. O que falta talvez é uma sistematização, não está sistematizado, né? Então não existe uma livro manual, né? Como ser sustentável no no mundo da arte. O que a gente vai fazendo é pegando de outras áreas e adaptando pra gente, né?

Speaker 5:

E e eu repito, que eu acho que talvez na Vivo seja muito muito presente, que é na nas decisões cotidianas que isso tem que estar. Isso tem que estar introjetado em todo mundo, isso tem que estar introjetado no designer, no moldureiro, no artista, na galeria, em todo mundo. Isso tem que decisão você está tomando com essa com esse objetivo, né? Eu acho que é objetivo AAA mais que tem que estar em toda a decisão como você pensa. Estou sendo rentável, no caso a espertion ela é negócio, eu estou sendo rentável, eu tenho que pensar isso, mas eu estou sendo responsável, eu estou atendendo a comunidade a qual eu sirvo.

Speaker 5:

Sim. Eu faço isso pra servir uma comunidade, né, então.

Speaker 3:

E se você não faz isso, você também, assim, pensando na esfera capitalista, você perde espaço também, né? Não dá você como empresário não pensar nisso porque isso tem

Speaker 1:

É, questões tão latentes,

Speaker 3:

né? Hoje todo, assim como consumidor, você pensa mais na cadeia, você pensa mais o que que você está fazendo, por que que você está frequentando aquele lugar, por que que você vai comprar aquilo, como você joga fora. Tem até uma pesquisa da Deloitte que fala que mudou sessenta por cento EEA pandemia ajudou muito as pessoas a refletirem nisso, né, desde assim, ah vou comprar no mercadinho aqui do lado ou numa grande cadeia.

Speaker 2:

Pra fomentar ali a o bairro, né?

Speaker 4:

Com quem é ético, com da onde você indo, onde você está investindo o seu dinheiro né, como pessoa né o CPF e as empresas também né

Speaker 5:

É você

Speaker 3:

não está isolado assim entende?

Speaker 1:

Todo o efeito cascata das decisões que você toma. Total. E aí eu queria também entrar pouco na apresentação que eu fiz de você Viking, que eu mencionei que a galeria Lume, cujo você é sócia fundadora, tem é a única galeria do Brasil que tem selo verde. Por que que a gente, esse é assunto tão importante, a gente valoriza tanto inclusive nas nossas decisões de consumo, a gente opta muitas vezes por marcas que têm viés sustentável. Por que que dentro de toda essa lógica mesmo assim vocês são a única galeria que tem esse selo?

Speaker 1:

E e como que você enxerga o avanço dessa dessa certificação dentro do mercado? Você acha que existe e que as pessoas querem ir atrás disso pra poder se certificar de que elas estão com as melhores condutas e isso além de melhorar os processos delas também ajudar elas a se aproximarem de do do seu público, como é que você enxerga isso? Primeiro eu quero queria que você explicasse pouco sobre esse selo e explicar pouco essa questão da falta de de certificações dentro do mercado da arte.

Speaker 3:

Olha, até convite porque assim, é uma coisa que ela é trabalhosa mas ela é simples, como a gente já falou aqui. Na verdade a Lu me tirou esse selo verde porque tem uma organização, hoje internacional, que chama GCC, e eles te ensinam uma metodologia, são diretrizes de como você pode ir mudando a cultura da empresa em si pra fazer uma pegada menor do que você faz hoje no meio ambiente. E tem primeiro assim, é uma metodologia de você montar Green teen né, time verde dentro ali, então são pessoas que já começam a estudar, se envolver com o assunto, pensar de coisas mínimas, até a gente possa começar a ir de bicicleta pro trabalho, sabe? Uhum. Até outras coisas que são impactos maiores.

Speaker 3:

E essa GCC, eles fizeram uma calculadora pensando no setor. Então o setor ele tem quatro principais pontos assim que que aumenta a nossa pegada, digamos assim, as embalagens que a gente falou aqui, as viagens internacionais, tanto a negócio como as feiras, também tem a questão dos fretes nacionais e internacionais, né, e o Brasil é gigante, então tem muitas rodovias e isso gera impacto. E também consumo de energia assim nas sedes né? Então essa calculadora, o que você tem que se comprometer como galeria, é se hoje você tem tais números, você tem que reduzir esses tais números. Uhum.

Speaker 3:

E como você faz isso, você vai colocando esses dados nessa calculadora. Então assim, é trabalhoso mas você vai vendo que dá pra tirar aqui, dá pra, e bolando soluções criativas assim, e daí depois que você faz esse cálculo, você se compromete, você vira membro e recebe esse selo verde, né. Então assim, é uma iniciativa super bacana, sem fins lucrativos, não tem custo nenhum pras galerias se envolverem nisso e eu acho que você também, por consequência, vai afetando toda a cadeia. Sim. E medidas básicas, assim, usamos

Speaker 1:

plástico

Speaker 3:

básicas assim, usamos plástico bolha, o pessoal da embalagem pode já a criar uma sistemática de reaproveitar da forma que você coloca a fita adesiva assim Sim. Pra não rasgar o bolha e dobrar de novo e reutilizar, coisas muito básicas, vai vão mudando e eu acho que vão mudando principalmente a imagem assim de quem trabalha, como entende o circuito e o que quer do futuro, também é uma posição política você ter isso dentro do seu dia a dia que é o trabalho, né.

Speaker 1:

Com certeza.

Speaker 3:

Então eu aconselho todo mundo a entrar e se informar sobre esse selo não é bicho de sete cabeças.

Speaker 1:

Muito legal. Queria fazer uma pergunta específica pro Paulo mas eu acho que isso se estende pra pra todas todas vocês, que é sobre a questão de você da dificuldade ou enfim da facilidade como que vocês pensam aqui na Pinacoteca, se vocês pensam no engajamento do público em relação às questões ambientais do museu, porque estamos aqui dentro de parque, parque maravilhoso, parque que as pessoas independentemente de irem à exposições visitarem o acervo da Pinacoteca podem entrar nesse parque e ver as obras que estão aqui, a céu aberto. E e querendo ou não vocês fazem parte desse desse ambiente, que é ambiente que não apenas apresenta arte mas apresenta natureza no meio de uma cidade com tantas, com tanto tanto cimento né, tantas nossa selva de pedras como muitas pessoas dizem. Então eu queria entender assim, do ponto de vista institucional, você como representante da Pinacoteca, como que vocês pensam o engajamento das pessoas em relação a esse espaço?

Speaker 2:

Eu acho que tem dois caminhos, assim, Lu. Primeiro caminho é via programação, né. Então, assim, somos museu, fazemos exposições e programação pública. Então nessas nessa programação pública, nas exposições, o tema eventualmente aparece, de forma mais contundente, ou de uma maneira mais sutil. Exemplo, esse ano a gente tem uma exposição sobre terra.

Speaker 2:

A terra como planeta, a terra como elemento, enfim. Então esses temas vão entrar de uma maneira mais mais contundente pro público poder refletir em uma exposição. De uma outra forma, esse o outro caminho seria, por exemplo, que é pra mim é o é o é o exemplo maior que é esse prédio, né, a Pina Contemporânea. Pra além da do Certificado Lead, que eu já tinha comentado, que foi importante pra construção dele, esse prédio foi pensado pra ser museu contemporâneo, levando em consideração todas essas questões contemporâneas. Por exemplo, ele, como você bem falou, ele está integrado ao parque, né.

Speaker 2:

A a natureza nesse espaço foi super respeitada e e é asset pra pro prédio, né. Você vai ao banheiro, por exemplo, ele é todo aberto, todo feito com ripas, mas ele está integrado pro parque, pra natureza, pro ar fresco que entra nesse espaço. Então é museu contemporâneo, não só porque a gente só vai mostrar de contemporânea, mas porque ele tem essas questões contemporâneas dentro da sua concepção como edifício. Então, muito mais integrado à natureza, muito mais aberto com áreas generosas, com luz natural, integrado com a própria cidade. Então você tem três aberturas, né, tem três portas de entrada, a a Ribeiro de Lima, que está aqui que conecta o Bom Retiro, a Avenida Tiradentes e a própria entrada pro parque.

Speaker 2:

As três ficam abertas o dia inteiro, então as pessoas podem entrar aqui só pra usar wifi, pra descansar, pra cortar caminho, pra não pegar o sol, né, e ela só paga o ingresso quando elas entram efetivamente nas galerias. Então, o museu passa, deixa de ser espaço, como diz o Johan Kohns, nosso diretor geral, deixa de ser espaço bunker, espaço caixaforte, pra ser espaço do avesso, pra ser aberto, pra ser integrado, pra ser muito mais harmônico com a cidade, com as pessoas, né. Então, nesse sentido, eu acho que a pina contemporânea é o melhor exemplo

Speaker 5:

Sim.

Speaker 2:

Pra gente pensar essa essa integração, né?

Speaker 1:

Em falar em integração, a gente tem aqui, nessa nesse papo, representantes, né, cada na sua respectiva área, mas que eu enxergo que são representantes das artes e enfim da Vivo que se envolve de uma forma muito ativa com o universo da cultura e da arte, mas que são extremamente complementares, né. Então a Vic enquanto presidente da Abacti e dona de uma galeria de arte, a Marsuri enquanto gerente de sustentabilidade

Speaker 4:

de uma das empresas, né, que é considerada

Speaker 1:

a empresa mais mais sustentabilidade de uma das empresas, né, que é considerada a empresa mais sustentável do Brasil. Sim. O Paulo, que é diretor institucional aqui da Pinacoteca e a Tamara que é diretora da SP Arte. Como vocês enxergam que a junção de vocês quatro aqui, metaparicamente falando, mas enfim, da dessas áreas né desses universos que vocês representam, podem trazer a transformação pro mundo. Aqui obviamente a gente está falando focado no universo da arte mas estendendo mesmo, pensando de sustentabilidade de forma geral.

Speaker 1:

Como que vocês pensam que essa junção entre as áreas de vocês pode trazer uma mudança? Porque afinal nosso podcast é arte que transforma.

Speaker 5:

Eu vou começar, mas eu vou começar puxando acho que a sua primeira fala, que é o que é sustentabilidade, né? Você falou que pra você sustentabilidade passa pela consciência. E eu vou acrescentar, eu acho que quando a gente tem agente do sistema, que se torna mais consciente, adota as e adota condutas, práticas numa direção, isso tem impacto pra todo mundo. Então quando, eu lembro quando eu recebi o email da Lumi, né, que primeira galeria com selo verde, falei, o que que é isso? E eu fui olhar, falei, que que é isso?

Speaker 5:

Isso tem impacto, né, ou quando olhou o projeto, né, quando se anunciou o projeto, comecei o prédio aqui da Pina Contemporânea, eu falei poxa, olha que interessante isso. Então isso vai, essa consciência de e a decisão e a expressão dessa decisão, né, porque também não adianta a gente fazer e ninguém ficar sabendo, mas momento que a gente conta e sabe o quanto está fazendo, isso tem impacto, né, pra pra toda essa rede, porque como a Vitória falou, né, pra esse sistema, pra esse sistema rizomático, né, pontinho às vezes você não percebe, às

Speaker 1:

vezes você não sabe, mas você está impactando o outro. Uma iniciativa alimenta outras

Speaker 5:

Alimenta o outro.

Speaker 2:

Vai multiplicando, né, que nem a Viki falou, ah, os funcionários já estão sabendo como guardar o plástico bolha. Essas pessoas vão voltar pra casa e vão guardar o plástico bolha na casa delas de uma outra maneira, né? Isso vai sendo multiplicado, vai virando uma uma p a, né? Então você vai.

Speaker 4:

Aí e curioso quando eu vi que estava dando exemplo do selo verde né, eu falei gente às vezes a gente não para pra conhecer, pra fazer esse diagnóstico, pra olhar porque você falou assim deu trabalho? Deu muito trabalho. Mas ao mesmo tempo tinha coisas que eram simples de resolver e que na verdade faltava aquela direção e aquele caminho. Então essa consciência, né? Você se propor e segunda fala tipo assim, tá, eu sei, bacana, não vou fazer nada com isso, né?

Speaker 4:

Não mas eu sei

Speaker 2:

É que não necessariamente envolve dinheiro. Né? Não necessariamente é uma coisa que é mais custosa pra, é é mais mindset do que propriamente, ah, tem investimento.

Speaker 4:

Ou num primeiro momento pode ter investimento, mas é é uma vez e depois na frente

Speaker 3:

com a gente. Mas soluções criativas, né, daí puxando sardinha pro nosso setor, eu acho que assim, também a arte é muito provocadora, né? Eu acho que o que mais me cativa em termos de arte é o exercício do pensar. Uhum. Eu acho que questão da exposição e temáticas é uma musculatura que a gente vai adquirindo, né, como consumidores de arte e isso também desenvolve autoestima e desenvolve também, eu acho que, uma bagagem pra você poder questionar o mundo.

Speaker 3:

Então quando você tem problema e obviamente o meio ambiente, né, urge que a gente traga outras soluções, esse exercício do pensar que a arte vai estimular em enesis esfera, vai ajudar com soluções criativas.

Speaker 1:

Sim sim, total. Inclusive eu queria, a gente está chegando aqui no final do nosso papo, infelizmente, Mas pra finalizar eu queria perguntar pra vocês, assim como que a gente está falando aqui de grandes instituições e que, enfim, pensam em soluções dentro das suas respectivas áreas pra desenvolver a questão da sustentabilidade, mas como que as pessoas assim, individualmente podem se articular e podem se envolver de forma criativa tanto nos projetos que vocês desenvolvem quanto nas próprias pequenas iniciativas que elas podem pensar a partir enfim do seu do seu próprio dia a dia pra tornar a sua vida mais sustentável? Como que a gente pode pensar, se nutrir talvez de todas essas ideias aqui que são super ideias maiores, que envolvem empresas, museus, feiras, galerias, mas como que as pessoas elas podem se engajar nesse assunto dentro da seu do seu dia a dia?

Speaker 4:

Essa é uma pergunta difícil.

Speaker 1:

A gente estava conversando pouco

Speaker 4:

antes de gravar disso porque assim, acho que tanto a parte de o cenário né a a em relação a artes quanto com relação a sustentabilidade, ela não é uma questão dada pra todo mundo, não é passa muito porque nem todas as pessoas cresceram, nem conhecendo o que é conceito de sustentabilidade e por que que eu preciso fazer isso, assim como, ela acho que faz parte da gente como pessoa, de alguma maneira, as duas os dois temas ao mesmo tempo que fazem parte de é comum pra todo mundo mas nem todo mundo é tocado da mesma forma porque a gente não parte do mesmo ponto, a gente não parte do mesmo ponto né? Mas eu acredito que assim, você via aí entra pouco do lado de quem está de dentro né? Vou dar até exemplo da Vivo, né? A gente tem programa desde dois mil e seis que ele chama Vivo Recicle, que é lojas abertas em todas as lojas recolhe lixo eletrônico, mas assim, de qualquer lixo eletrônico. E aí há muito tempo desde a gente ter lei pra recolher, que é obrigatório, tem uma lei nacional de resíduos sólidos, a gente já recolhe há muitos anos.

Speaker 4:

A gente tem que viabilizar, porque as pessoas elas não sabem, elas não têm, e é dificultos, ninguém sai com material pra levar de casa. Então a gente que tem que contar uma conta duas, conta três vezes, porque as pessoas, eu falo muito com o pessoal elas não sabem o que elas

Speaker 1:

não sabem. Sim. Nas últimas edições da Spirarch inclusive tinha espaço pra você descartar,

Speaker 4:

e aí você tem que

Speaker 5:

ir até

Speaker 4:

as pessoas algumas vezes né, porque a gente for esperar também que se a gente não facilitar de alguma forma isso fica mais difícil né então acho que a gente tem que escolher esse projeto de alguma forma abrir e contar para as pessoas para que elas entendam que aquele é lugar que ela pode de repente ter isso ali que ela vai encontrar alguma forma de trabalho, ali que ela vai encontrar modo muito interessantíssimo

Speaker 1:

de não apenas a pessoa ir e ter a ideia criativa, mas as ideias criativas também se apropriarem do local onde as pessoas estão né? Como ir até as pessoas e estar perto delas, mais do que esperar só que elas venham até a gente assim, né?

Speaker 4:

Porque é é difícil, né? É difícil. Tem muita coisa que precisa de uma intenção e a gente às vezes tem que ajudar essa intenção acontecer, sabe?

Speaker 1:

Com certeza.

Speaker 2:

Facilitar né, que isso ocorra né?

Speaker 5:

Mas eu acho que tem uma coisa que dá pra fazer, que é começar. Sim. Eu acho e acho que isso muda mesmo assim, posso falar a AMPS pessoal não tem nada a ver com a SPA, pra mim começa com alimentação, então hoje eu presto muita atenção no que eu como, e isso começou lá atrás, porque eu comecei de onde vem isso, quem é que fez com como como a Viki estava falando. Minha alimentação mudou completamente, isso faz com que eu tenha olhar também sobre outras coisas. Então assim, eu penso quinhentas vezes a gente compra uma garrafa d'água.

Speaker 5:

Vou resolver o mundo comprando uma garrafa d'água? Não, não vou resolver o mundo, mas talvez eu resolva essa garrafa d'água. Então quando a gente começa Sim. Isso muda a forma de de perceber o mundo e de de estar no mundo e é super legal, então eu já vou comprar uma roupa, eu penso várias, é preciso mesmo disso? E também às vezes às vezes tem desejo, mas está tudo bem, talvez assim, dessa vez eu eu vou ceder o meu desejo, eu quero.

Speaker 5:

E está tudo bem, mas é essa consciência, sabe,

Speaker 4:

de escolhas diárias para é

Speaker 5:

nessa escolha diária ela vai entrar, você vai introjetando esse essa forma, falta muito pra você uma pessoa Mas eu comecei, né, eu comecei, e acho que é esse começo, você não precisa de de dia pro outro ser aquele ideal, mas você pode ser pouquinho

Speaker 2:

Agora, vocês acham que

Speaker 1:

por exemplo,

Speaker 2:

essa geração z ela já vem com com isso mais introjetado?

Speaker 5:

Não sei

Speaker 2:

Porque pra gente tirar é mais difícil, é mais custoso.

Speaker 4:

Tudo se aprende, eles estão aprendendo rápido várias coisas, mas aí o que fazer com elas, né? A gente tem que ser só esperar pouquinho.

Speaker 5:

Não sei, eles compram muita tralha.

Speaker 1:

Na internet. Existe uma pesquisa que diz que o aspecto enfim não sei se é o número ou número três mas está ali nos top 5, diz que uma das principais dos principais aspectos de decisão de compra da geração Z é a questão da sustentabilidade. Então, mais uma vez, as marcas e as galerias e as feiras e os museus também precisam estar atualizados não apenas só pela questão ambiental que com certeza é o principal, mas também pela própria forma como vão se comunicar com as próprias com as próximas gerações, porque é a partir dessa linguagem que a gente vai conseguir pensar em futuros possíveis.

Speaker 4:

Com certeza. E a questão ética, né? Essa é a a ambiental, a social, a forma como você faz negócio, tudo isso é exemplo, né? Sim. E você, aquilo que eu estava falando da amizade, gente, você está quieta próximo e e tem orgulho de consumir ou de fazer relações e negócios com quem, pra você idealmente age de forma correta, da melhor forma possível, né?

Speaker 4:

Com certeza.

Speaker 5:

Até na cadeia de fornecimento, né, você tem fornecedores que demoram meses pra pagar o fornecedor, o que que acontece? Ele vai pagar mesmo pra pagar o fornecedor dele, e assim vai, né. Então a gente tem muito esse cuidado também, sabe, de não apertar fornecedor demais, de não prolongar pagamento, não atrasar pagamento. Então, são são coisas que cada pode fazer, saber, mesmo assim ah eu não sou uma empresa, está bom mas você contrata serviço de alguém? Paga direito essa pessoa, paga de forma correta, no dia combinado.

Speaker 5:

Sim. São são coisas que gente parecem óbvias, mas as nem mais não é pra todo mundo

Speaker 3:

É porque a cadeia né, e não existe mais uma questão de fachada, isso não existe. Eu acho que era uma maturidade ainda do mercado que estava se formatando em termos de você realmente ser uma empresa mais ou menos sustentável, você precisa fazer tipo ações que mudem a raiz, que mudem

Speaker 1:

o dia a dia. Sim.

Speaker 3:

Então todas essas decisões afetam, porque você é corresponsável também, não é essa empresa distante da outra empresa. Sim. Está todo mundo conectado.

Speaker 4:

E eu

Speaker 1:

E faz parte desse todo, né, justamente. É, e eu

Speaker 3:

acho que como consumidor é você ter esse hábito de se provocar do que você come e assim por diante, porque essa provocação que te leva também a você falar a a ter autoconhecimento, a se portar no mundo de uma forma diferente, a também ter uma posição política e isso está atrelado a todos os problemas que a gente vive na sociedade de hoje, Sim,

Speaker 1:

com certeza. É isso, acho que sustentabilidade não é só falar sobre meio ambiente, mas falar sobre pessoas, falar sobre tudo que nos permeia. Então gente, muitíssimo obrigada por essa super aula que vocês deram aqui pra gente sobre sustentabilidade, sobre arte. E com isso a gente finaliza nosso papo de hoje. Eu quero agradecer demais vocês pela participação aqui no nosso podcast Arte Que Transforma, e mais uma vez parabenizar vocês pelo trabalho lindo que vocês vêm fazendo nas suas respectivas áreas.

Speaker 1:

Que a gente possa usar esse papo pra construir novas pontes pro futuro. No próximo podcast a gente vai conversar sobre curadoria sustentável com curadores de algumas das instituições mais importantes do Brasil, que são patrocinados pela Vivo. Já segue por aqui o podcast pra você não perder nada porque tem muito conteúdo bom vindo por aí. E por enquanto, se você quiser acompanhar mais sobre o que rola em alguns dos principais museus do Brasil, uma olhada no Insta arroba vivo cultura e no meu perfil Luiza Adas. Beijos e até a próxima.