Carioca Connection - Brazilian Portuguese Conversation

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In this episode of Carioca Connection, Alexia discusses an important historical event with her father Marco Antonio - the Carnation Revolution that ended Portugal's dictatorship in 1974.

Through their engaging conversation, you'll learn fascinating details about this peaceful transition to democracy. Pay close attention as they use authentic Brazilian Portuguese to describe the military's role, the oppressive Estado Novo regime, and the struggles faced by women at that time.

This is an excellent opportunity to hear natural speech filled with slang, idioms and cultural insights. Whether you're studying Portuguese or simply love history, this educational yet entertaining episode is not to be missed!

E agora em português...

Nesse Carioca Connection, Alexia conversa com o pai Marco Antônio sobre um evento histórico importante - a Revolução dos Cravos que encerrou a ditadura em Portugal em 1974.

Através do papo divertido dos dois, você vai aprender detalhes fascinantes sobre essa transição pacífica para a democracia. Fique ligado ao português autêntico enquanto eles descrevem o papel dos militares, o regime opressivo do Estado Novo e as dificuldades enfrentadas pelas mulheres naquela época.

Uma ótima oportunidade de ouvir a fala natural, repleta de gírias, expressões e insights culturais. Seja você estudante de português ou apenas amante da História, este episódio educativo não pode ser perdido!

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What is Carioca Connection - Brazilian Portuguese Conversation?

Learn Brazilian Portuguese with real-life conversations you'll never find in textbooks or apps. Join Alexia (🇧🇷 native speaker) and Foster (🇺🇸 learning Portuguese) to have interesting, fun conversations that will improve your Brazilian Portuguese comprehension and communication.

Alexia:

Oi oi pessoal e bemvindos a mais episódio do Carioca Connection. E meu nome é Alexia e estamos com convidado especial no episódio de hoje, que é o meu pai Marco Antônio.

Marco Antonio:

Alô Alexia, tudo bem?

Alexia:

Que formal, pai.

Marco Antonio:

Oi, Alexia, a filhota, tudo bem?

Alexia:

Tudo, e você?

Marco Antonio:

Maravilha, abraço pra todos que estão escutando.

Alexia:

Os seus fãs.

Marco Antonio:

Sim, sim.

Alexia:

Admiradores.

Marco Antonio:

Exatamente. Bom,

Alexia:

pai, hoje, vinte e cinco de abril, é uma data muito importante por duas razões. Uma, é o aniversário da Marina, uma das minhas grandes amigas.

Marco Antonio:

Grande Marina, beijos Marina, ótimo, felicidade.

Alexia:

Que você conhece ela desde que ela tinha quatro cinco anos de idade né?

Marco Antonio:

Sim era uma coisinha.

Alexia:

E vinte e cinco de abril é uma uma data muito importante também aqui pra Portugal.

Marco Antonio:

Sim, Portugal está parado num feriado comemorando vinte e cinco de abril, que é o seguinte, depois de muitas décadas de ditadura do Salazar, houve uma revolta militar, foi uma revolução sem sangue, graças a Deus, mas mudou completamente o destino de Portugal.

Alexia:

Então vamos aos pouquinhos.

Marco Antonio:

Ok.

Alexia:

Tá? Sem, sem como é que se diz? Sem ser muito intenso em em relação a isso tudo, quem

Marco Antonio:

foi espécie de pacificador no começo, ele instaurou uma ditadura, essa ditadura deixou Portugal vamos dizer assim imobilizado, quase que completamente, politicamente, economicamente e

Alexia:

Quantos anos de ditadura você sabe de

Marco Antonio:

pouco menos que quarenta, porque ele morreu e então o regime começou a se deteriorar. Na época, Portugal fazia uma guerra colonial em Angola, Moçambique e havia uma grande insatisfação por parte dos militares desse estado de coisas.

Alexia:

Bom e também, até pouco tempo atrás, pra homens era obrigatório se inscrever no no militar né pra ser militar, até a década de noventa se eu não me engano, pra mulheres eu acho que foi pouco menos, mas era obrigatório.

Marco Antonio:

Exatamente, todo mundo ia pra África, lutar uma guerra sem sentido, enfim, a insatisfação foi crescendo. E em vinte e quatro, vinte e cinco de abril houve uma revolta militar, como eu disse sem sangue, foi uma revolução tranquila nesse aspecto e mudou Portugal para sempre, a partir daí Portugal teve então uma democracia.

Alexia:

E o que que é chamado de Estado Novo?

Marco Antonio:

O Estado Novo foi ditadura de de do do do Salazar.

Alexia:

Então foi o fim do Estado Novo pro início de uma república.

Marco Antonio:

Exatamente, de uma república democrática, isso que é importante. Houve houve período de grande, de grande confusão, uns dez anos mais ou menos, depois as coroas foram se acalmando e finalmente a partir dos anos oitenta, Portugal vive uma tranquilidade democrática absoluta.

Alexia:

Ainda bem.

Marco Antonio:

Ainda bem graças a Deus.

Alexia:

Estão tentando mudar isso pouco mas ainda bem.

Marco Antonio:

Sempre existe o jogo do poder minha filha, sempre, pra sempre, mesmo no lugar mais perfeito vai ter alguém gritando contra, mas isso faz parte da democracia.

Alexia:

Agora eu estava lendo pouco sobre os dias né porque, o regime né ou esse movimento do dia vinte e cinco de abril na verdade começou no dia vinte e quatro né então foi dia vinte e quatro, dia vinte e cinco e no dia vinte e seis, foram três dias que que aconteceram. Então por exemplo, regimes né, a infantaria, a parte dos militares sei lá o quê de cavalos né, todos eles se juntavam, pra entrarem dentro por exemplo da televisão mais importante de Portugal, pra conseguir conquistar entre aspas a emissora, pra conseguirem falar com o povo dessa forma né? E com a rádio e com a televisão e com as prisões, então foi tudo no de norte a sul que aconteceu isso né?

Marco Antonio:

Sim, houve muita tensão militar, mas as forças militares enviadas pra combater a revolução, elas se juntaram à revolução e

Alexia:

Se negaram né o os os, como é que se diz os sargentos sei lá os

Marco Antonio:

Os capitães.

Alexia:

Os capitães deram deram ordens né de atirar contra quem estava e eles se negavam

Marco Antonio:

É, Teve uma coisa em Lisboa bastante dramática, que foi uma companhia de blindados que recebeu ordem diretas pra tirar contra os companheiros e se recusaram e além de recusarem, aderiram ao movimento. Então a revolução em dois dias estava sacramentada e Portugal havia mudado então de quase quarenta anos de ditadura para uma democracia em quase três dias.

Alexia:

Claro que as coisas não mudaram de dia pro outro porque é impossível você né mudar qualquer país de dia pro outro porque enfim.

Marco Antonio:

Claro, eu estou falando assim muito por cima né, teve muita tensão, teve quartel que se rebelou, forças do norte do do do aqui de Portugal, do Porto foram pra Lisboa, os políticos agiram muito, é uma disputa de poder realmente. Isso demorou, eu acredito que que uns cinco anos e, enfim, foi esfriando esse ânimo guerreiro e finalmente, lá pelos anos oitenta, Portugal teve assim eleições e tranquilidade democrática.

Alexia:

Porque foi há cinquenta anos atrás, nós estamos fazendo aniversário de cinquenta anos de democracia, por causa de quem lutou no vinte e cinco de abril agora uma pergunta muito importante. Por que os escravos? Explica a história dos escravos no dia de hoje. Revolução dos Cravos.

Marco Antonio:

É uma uma uma uma é símbolo.

Alexia:

Então, o que eu sei, é que, eles usaram as flores, os cravos, para mostrarem que eles estavam em paz ou seja ao invés de usarem as armas, eles usavam cravos, os militares pra mostrar que eles não iam lutar, que eles não iam atirar com nada. Então todos eles carregavam cravos por causa disso.

Marco Antonio:

Tem muitas versões desse cravo, mas na realidade é o seguinte, o cravo, a revolução de vinte e cinco de abril chamase revolução dos cravos, cravos vermelhos que a população inteira usava, os militares também usavam e foi uma grande festa.

Alexia:

É. É, agora é muito engraçado, pelo menos, eu como brasileira, que também escutei muito sobre a ditadura brasileira, tem na minha cabeça que os militares foram esqui salvaram país enquanto no Brasil os militares foram os que fizeram a ditadura né, e que teve toda essa parte por trás.

Marco Antonio:

Sim, aqui em Portugal foi muito tranquilo, os militares que tinham a condição de fazer alguma coisa, o resto do povo não tinha, tinha Polícia Secreta, que era a PIDE, todo o jornal, toda a televisão, tudo era censurado.

Alexia:

DGS e PIDE né? PIDE. E DGS também.

Marco Antonio:

Eu eu não me lembro disso tá, DG, mas o PIDE foi, era era muito brutal e era proibido tudo, era muito

Alexia:

controlado então As mulheres eram consideradas propriedades dos homens digamos assim, era não podia votar, se fosse professor ou alguma outra coisa como profissão, não podiam se casar, tinham que pedir autorização a ao governo né, à época pra poderem se casar.

Marco Antonio:

É, eu sei uma coisa, o pessoal que saiu daqui de Portugal pro Brasil geralmente era homem que ia na frente e depois levava a família. E então a mulher não podia imigrar sem autorização do marido.

Alexia:

Não podia fazer nada sem autorização do marido.

Marco Antonio:

Exatamente é isso. E eu e tem uma coisa que você tinha que ter autorização pra comprar isqueiro, tinha o seu nome, a sua fotografia, isso daí pode ter E

Alexia:

ia estar de bicicleta também, sabia ter bicicleta, também sem

Marco Antonio:

ter a gente pensa que isso daí é manedota, mas não é. É o seguinte, é é a mão do governo forte da ditadura entrando em todos os aspectos da vida social de Portugal, pra tudo era ter, você tinha que ter a mão do governo permitindo ou não geralmente não.

Alexia:

Eu fico imaginando, esse processo todo quando o novo governo democrata se instaurou, que a maior parte da população, né, as mulheres em si principalmente, todos analfabetos, né? Porque não podiam ir pra escola

Marco Antonio:

A taxa de de a taxa era mais ou menos de setenta oitenta por cento o analfabetismo

Alexia:

A analpameto exatamente e, foram isso aconteceu só há cinquenta anos atrás.

Marco Antonio:

Sim.

Alexia:

Tem muita gente que a gente veio na rua nossos vizinhos por exemplo que viveram né e e ainda tem muita gente na rua que fala o que aconteceu é mentira, que na época de Salazar não era nada assim, que era tudo bom, que tinha que voltar essa época, que também são nostálgicos em relação a isso.

Marco Antonio:

Uma tendência é que o passado é sempre romantizado, não é? Então a pessoa que era jovem, tinha naquela época dez anos, quinze anos e já naquele tempo era bom, enfim, isso acontece, não tem jeito, mas hoje está todo mundo bastante tranquilo contra a democracia aqui em Portugal.

Alexia:

Então, viva a liberdade. Sim. Vivo vinte e cinco de abril. Sim. Estou muito feliz em fazer parte desse país me abriu as portas desde sempre, obrigada Portugal, obrigada Terrinha.

Alexia:

E é isso pai, muito obrigada por ter estado aqui com a gente.

Marco Antonio:

Ora minha filha fique à vontade, me chame sempre.

Alexia:

E até a próxima, tchau.

Marco Antonio:

Tchau.