Sustentabilidade e Responsabilidade Socioambiental
Pósgraduação unicinos. Sejam todos muito bemvindos ao nosso primeiro podcast, o podcast sobre sustentabilidade no setor vitivinícola. Eu sou a professora Patrícia e venho dar boasvindas para vocês mais uma vez pra gente voltar a falar dessa temática por aqui. Vocês já têm outras ferramentas para trabalhar, né, tanto no Hub Leitura quanto nos outros materiais que vocês vão recebendo complementares. Então vocês já devem ter certo embasamento sobre essa temática.
Speaker 1:E hoje nós vamos falar então sobre sustentabilidade, já que é uma temática tão importante atualmente. E a gente vai iniciar comentando mais no conceito de sustentabilidade, pra depois irmos falando das faces de sustentabilidade e as suas aplicações no mundo do vinho e também como a gente pode aplicar essa sustentabilidade realmente na prática né, como é que isso acontece estamos vivenciando algo muito próximo de matriz climática, o que afeta diretamente o setor. Mas a gente tem que lembrar que pra conceituar sustentabilidade não se baseia só em sustentabilidade ambiental, A gente tem outras envolvidas mas as principais fazem parte de tripé, então nós temos a sustentabilidade ambiental, social e econômica. Mas claro às vezes surgem outras sustentabilidades né, outros conceitos que podem estar conectados a essa definição principal como a sustentabilidade cultural, que é algo que não se discute tanto por aí ainda, mas é interessante a gente poder aplicar isso especialmente no mundo dos ventos. Bom, segundo a OMS, entre dois mil e trinta e dois mil e cinquenta, é esperado que as mudanças climáticas sejam responsáveis por duzentos e cinquenta mil mortes e cinquenta mil mortes de pessoas adicionais por ano no mundo.
Speaker 1:Então é claro que a gente está muito preocupado né, e e todo mundo está tentando tomar ações pra mitigar os danos que a gente está tendo especialmente ambientalmente. Então a gente vê isso acontecer no mundo vitivinícola, é tudo muito recente ainda principalmente quando a gente está falando de Brasil. Nos podcasts eu vou mostrar alguns exemplos pra vocês, então vocês vão ter uma ideia pouquinho melhor disso né de realmente o como que a gente pode aplicar e nesses cases também o que já está sendo feito, principalmente na parte ambiental quando a gente vier a falar sobre agricultura orgânica, biodinâmica, que já são exemplos de ações sendo tomadas pra prevenirmos novos danos. E adaptações claro que o setor está fazendo com os danos que já resistem. É claro que a gente não pode se apavorar só né e não e ficar parado em relação a tudo isso.
Speaker 1:A tendência mundial é que a gente realmente venha ter cada vez mais preocupação, ainda vem né, gétarde pra gente começar alguma ação, e a gente tem que entender que cada de nós somos responsáveis pelo desenvolvimento sustentável né dentro da sociedade e responsáveis por futuro pouco melhor. Então, ao longo desses últimos tempos vem acontecendo realmente uma conscientização sim principalmente sobre os impactos negativos das práticas agrícolas, tanto na produção do vinho né como em outras áreas, mas principalmente relacionadas ao meio ambiente. Inclusive quando a gente usa a palavra impactos para lembrar vocês aqui, a gente geralmente quando está conectado aos impactos ambientais, estes são vistos como negativos, porque a definição da palavra impacto ela pode ser positiva ou negativa, mas por lei do negativa, mas por lei no Brasil, até quando a gente cita impacto ambiental, acaba sendo pelo lado negativo. Então, se eu utilizar aqui o impacto ambiental, já sabem do que eu estou falando, infelizmente da parte negativa. A gente vem utilizando também além dos impactos na natureza a gente vem utilizando uso excessivo de água, né o uso de produtos químicos que são prejudiciais à água além dessa grande quantidade de uso.
Speaker 1:E isso a gente via acontecer nas vinícolas, bastante uso de água porque a gente também precisa, além da água que a gente acaba utilizando muitas vezes pra alguns processos, a gente tem a higienização. Então além de irrigação, a gente tem a higienização dos recipientes em vinícola. Algumas regiões já estão trabalhando muito bem com o uso de água, então algumas regiões, champanhe e por exemplo né, eles conseguem reciclar toda a água né reutilizar toda a água, então eles conseguem fazer tratamento pra poder utilizar depois pra irrigação, isso já acontece em algumas regiões, algumas regiões que trabalham muito bem também com o biológico na Europa, que são os a certificação orgânica lá, conseguem trabalhar muito bem com a gestão de água, aliás a gestão de água foi uma das primeiras ações a serem feitas nas vinícolas né? E só que a gente tem que entender que tudo isso faz parte de equilíbrio ambiental, não é só a água essa gestão de água que vai ser suficiente. E tendo essa parte ambiental que a gente vai quando eu for falar de agrotóxicos por exemplo de uso de agrotóxicos, a gente já vai estar falando lá muito mais em relacionados aos orgânicos aos bio aos biodinâmicos, quais que são as diferenças que existem entre si, então eu não vou me aprofundar muito nisso agora, mas é bom que você já vá lembrando que o uso de agrotóxicos impacta não só o sol, as pessoas, mas também a água que a gente vai poder utilizar.
Speaker 1:Bom, nós tivemos em mil novecentos e oitenta e sete relatório chamado de brutland que é chamado de nosso futuro comum. Esse relatório ele antecipava essas preocupações que a gente vem tendo em relação a crescimento responsável e econômico que respeita os limites ambientais e que promovem o bemestar social das futuras gerações. Então a gente vê que há uma preocupação ambiental com certeza, mas há uma preocupação social em relação a tudo isso também. E falando diretamente do setor ibit vinícola, a gente sabe o quanto uma vinícola, produtor de uvas, ele pode impactar na comunidade local. Tanto na geração de empregos dali, seja o enoturismo ou não mas a trabalho pra essas pessoas da própria comunidade, mas também né da economia de uma cidade.
Speaker 1:Na Serra Gaúcha por exemplo que é a região mais produtora do Brasil concentrada né, a gente tem impacto muito importante econômico e social pra essas pessoas, então a exemplo, a gente sempre pode levar em conta também os impactos sociais e econômicos que são realizados né ao redor desses produtores de uvas e de vinhos. Bom muitas vinícolas já estão adotando muitas práticas mais responsáveis, mais sustentáveis né, como esses casos que a gente vai falar em relação ao uso de produtos sintéticos, em relação à responsabilidade com o solo, a biodiversidade em si, mas também muitos estão minimizando o uso de produtos químicos sintéticos, porque de alguma forma já enxergam isso também e não porque de alguma forma já enxergam isso também não só como impacto pro ambiente, mas também impacto pras pessoas. E por isso que dos próximos podcasts a gente vai falar especificamente sobre selo que diz muito em respeito a isso, que é o PIELC, mas a gente já vai chegar lá. Bom, a implementação de técnicas de gestão de água como eu esperava pra vocês está muito relacionada à irrigação que a gente tem que fazer nas videiras, muitas regiões não têm umidade suficiente e a gente tem que trabalhar com irrigação.
Speaker 1:E a gente pode fazer sempre sistema de captação da água de chuva, então isso ajuda a reduzir o consumo de água nos vinhedos. Também né a gente pode trabalhar com embalagens mais sustentáveis, com garrafas de vidro que sejam recicladas, com rótulos de papel reciclados, inclusive muitos produtores ao redor do mundo vêm tendo uma responsabilidade maior em relação ao peso das suas garrafas. Isso é, antigamente e até atualmente vamos dizer assim, tem muitas pessoas que acreditam que uma garrafa de vinho ela só tem qualidade quando ela é mais pesada, né, ou quando ela tem o fundo muito grande, é bem profundo ou quando ela é muito pesada. Mas a gente sabe já sabe que isso é mito, mas o que acontece realmente é que dificilmente produtor vai colocar vinho muito simples, muito barato e não agrega valor, numa garrafa muito pesada porque ela custa mais caro, até pro sistema logístico, não só pra pela sua matéria prima. Então isso já está caindo por terra porque algumas regiões importantes a verba do mundo que inclusive tem vinhos de altíssima qualidade, acabam utilizando garrafas mais leves, então essa redução na gramatura das garrafas, basta a gente encontrar o ponto de equilíbrio entre resistência que é necessária principalmente quando a gente está falando aí de uma pressão de seis atmosferas de pressão né, no caso de espumante, ou também a gente tem que levar em conta né essa estética que ela deve continuar sendo boa pro consumidor, mas a gente sabe que nem sempre ela precisa ser muito pesada, então antigamente uma garrafa de espumante tinha pelo menos aí ao redor de oitocentos e quarenta minutos e ela vem reduzindo com o tempo por causa desses aspectos muito mais relacionados à responsabilidade ambiental e ao sistema logístico também que colabora muito essa diminuição de peso de carga total que a gente tem nessas bebidas.
Speaker 1:As vinícolas elas podem também promover a responsabilidade social nas suas operações. Podem apoiar a comunidade através de programas de emprego, de educação, de direito dos trabalhadores, todas essas iniciativas vocês vão estudar especificamente quando se fala em ESG. Então ESG está tão em alta que é sobre a governança ambiental, social e corporativa, vocês vão ver também nesse curso em detalhes e aí nesse momento vocês vão poder entender pouquinho mais do que as vinícolas também podem fazer em relação à responsabilidade social nas suas operações. Bom, a responsabilidade e a sustentabilidade pro setor vitivinícola ela não está se limitando e suas práticas de elaboração realmente dos vinhos, ela pode abranger até outras áreas, como o inturismo. No inturismo vamos supor que eu estou servindo ali vinhos pra degustação e naquele momento eu prefiro ajudar a comunidade local e vou servir uma tábua de frios e esses frios se vêm da minha região, se vêm da mesma região eu estou de alguma forma ajudando a economia e as pessoas do local dando valor e trabalhando numa sustentabilidade cultural também.
Speaker 1:Então a gente pode fazer ação em diversas esferas dentro da vida. A gente já vem fazendo muitos progressos, né, em relação à sustentabilidade. A gente vê isso acontecendo na prática de certa Mas a gente ainda tem que lidar com desafios em relação às mudanças climáticas. Então além do do nosso desafio de trabalhar os melhores sustentabilidade, a gente também tem o desafio de mudanças climáticas. Isso é, essas mudanças climáticas provocam alterações no nosso sistema.
Speaker 1:Então por exemplo, no Rio Grande do Sul, né, a gente teve já chuvas muito fortes e antigamente a gente sabia que a gente tinha uma certa questão, certo problema com a umidade, isso já é fator conhecido. Nos últimos anos viemos otimistas numa seca durante o período de safra. Ok, muito bom, tivemos ótimas safras. Mas acontece que num certo período a gente chega numa situação com altíssima umidade, com problema até de erosão de solo, por causa da quantidade muito elevada de de milímetros de chuva no mesmo período, e aí além de acabar com os vinhedos a gente também já tinha tido danos por causa da alta umidade na floração e também vão vamos ter dano até chegar à safra, né, até esse fruto poder se formar. Então por que também teve esse dano de erosão nos na áreas nas áreas dos vinhetas?
Speaker 1:Além da floração que foi afetada também o dano de erosão. Então a gente tem que ir se adaptando e repensando o terroar pra poder trabalhar pouquinho melhor com essas mudanças climáticas por mais surpreendentes que elas possam ser. O aquecimento global acaba sendo uma das maiores influências que a gente tem hoje, então a gente sabe realmente que muitas regiões estão tendo que lidar com isso dia a dia, regiões no hemisfério norte, na Europa que sempre foram frias e que a dificuldade sempre foi trabalhar com uma uva no seu limite ali, quase não conseguindo maturação completa, mas hoje muitas regiões acabam tendo até queimaduras solar nas suas uvas numa região que sempre foi muito fria. Então a gente vê o aquecimento global acontecendo, né, que é esse efeito devido os gases da atmosfera que vão aprisionando a energia que vem do sol dentro do planeta e faz com que se crie, se sistema estufa, propiciam né esse momento que a gente está vivendo. Mas, bom, o clima ele pode ser surpreendente, a gente vem tentando se adaptar e a principal forma de adaptação que a gente vê hoje, além de trabalharmos a sustentabilidade, é o uso de novas uvas, é o desenvolvimento, o estudo de novas uvas.
Speaker 1:O que que é isso? É a gente poder desenvolver uma uva híbrida, né, que a gente consegue fazer aí nessa manipulação aí dos genes, colocando genes pouco mais resistentes nessas cepas. Então a gente consegue aí fazer uma vitis vinifera com uma vitis americana pra ela se tornar híbrida por exemplo quando a gente mistura essas famílias, faz o cruzamento de famílias, usando genes que tragam mais a existência à idade por exemplo, a podridão cinzenta, então todas essas questões podem ajudar e que principalmente na Alemanha a questões podem ajudar e que principalmente na Alemanha, a Áustria já estão sendo muito bem trabalhadas. Em breve, a gente vai ver muitas dessas uvas híbridas sendo utilizadas em regiões bem tradicionais e que a gente não imaginava que fosse utilizar o ovo híbrida, então a gente provavelmente vai ver isso acontecer muito em breve. Na verdade já até começou a acontecer, mas vai se tornar cada vez mais combo.
Speaker 1:Então também a gente tem que levar em conta que além dessa questão da umidade de algumas ruas estarem queimando e às vezes pela incidência solar ou entre a elevada, a gente também pode ter o problema das queimadas. As queimadas acabam sendo mais impactantes por exemplo na região de Nappa Wallet, algumas regiões da Austrália principalmente ao redor de barrossa, né são regiões muito quentes, e que quando a gente tem incêndio nessas zonas de plantio, além de poder queimar a vinícola, os vinhetas diretamente, a gente também pode ter o smoke tent que é aroma e sabor que pode afetar mesmo as videiras que estão próximas dali. Então isso acaba dificultando ainda mais o trabalho e tendo muitos danos nessas regiões, por isso que a gente vem trabalhando de forma a prevenir tudo isso. Bom, a gente já sabe que a gente está diante de mercado e de sistema a todo de vitiminicultura em mudança e a gente vem encontrando cada vez mais formas de poder lidar com tudo isso. Eu trouxe até no rubi leitura alguns exemplos aí pra vocês conhecerem, muitas empresas vêm trabalhando como forma de desenvolver até recipientes pra vinho que sejam mais sustentáveis, tanques, seja de concreto, de de barrica de madeira, hoje em dia tem madeira, antes de usar madeira né o mesmo formato de uma barrica, de inox só com ataras, com pedaços de madeira dentro.
Speaker 1:Então a gente tem que conseguir lidar com todo esse ambiental pensando que além de dano que a gente possa ter solo, infinito né na natureza, na biodiversidade, a gente também utiliza muita garrafa, muito rótulo, muita caixa, né todo esse sistema de logística pra levar esses produtos, a gente impacta de forma muito importante a comunidade local, Então tudo isso faz com que a gente tenha que repensar absolutamente tudo. As práticas sustentáveis, como vocês viram aí, elas não se baseiam só se é alimento orgânico ou não, se a uva está vindo dessa forma, mas é pensar o passo a passo dentro da pico, qual que é o meu impacto, qual que é a minha pegada de carbono no geral pra que realmente eu possa impactar socialmente, economicamente e ambientalmente nesse caso de forma positiva. Então quais são as ações que produtor pode fazer dentro da sua vinícola, observando passo a passo. Porque se eu não conseguir observar cada ação que está sendo tomada, dificilmente eu vou conseguir abranger sustentabilidade, porque sustentabilidade é o todo, ela não pode ficar só em vinido, então não dá pra relacionar sustentabilidade só a uvas orgânicas, biodinâmicas. A sustentabilidade acaba sendo conceito muito muito muito mais amplo.
Speaker 1:Bom, a gente sabe que tem produtores que vêm trabalhando até com seus resíduos dentro da vinícola né, além de tentar fazer com que a pegada de carbono ali seja próxima a 0, também vem trabalhando com seus subprodutos, e trago também exemplos pra vocês sobre produtos de beleza que são utilizados das matérias que sopram aí né, são nossos resíduos da vinícola, e que são utilizadas como a finalidade em obra até né porque consegue agregar muito valor nisso, então produtores que conseguiram desenvolver sistema de sustentabilidade e ainda conseguiram faturar em cima da sustentabilidade. E o que é legal pensar é que a sustentabilidade pra ela ser praticada de forma mais efetiva, ela tem que ser tratada como uma ideologia dentro da avenida. Não pode ser só marketing né, então a gente observa muito isso e os discursos, mas a gente nota, o ano produtor conta a sua verdade que está muito mais relacionado a uma ideologia, que pratica de diversas formas dentro da vinícola. A gente vê muitos produtores já começando a tomar essas atitudes e isso que é legal né, a gente poder ver essas práticas que vêm acontecendo porque muitos movimentos né até pensando em gerações futuras, acabam vendo e só falando das táticas agrícolas, mas logística é algo muito importante.
Speaker 1:Quando a gente está consumindo os vinhos localmente, não só eu estou trabalhando com sustentabilidade cultural e social, mas também ambiental, porque o meu impacto de logística é muito muito mais reduzido. Então a sustentabilidade é pensar no todo e isso realmente é que faz toda a diferença e que acaba colaborando pra sistema todo mais responsável. Bom, nos próximos podcasts a gente vai falar especificamente sobre sistemas orgânico, biodinâmico, sustentável, vamos falar de turismo, vamos falar de impactos também e pra vocês entenderem como é que a gente sabe né, quando for utilizado realmente agrotóxico ou não é possível fazer análise de tudo isso, essas curiosidades eu vou acabar tirando de vocês também nas nossas próximas etapas. Muito obrigada e até breve. Pósgraduação unicinos.