PodBear

PT-BR:
Neste episódio inspirador do PodBear, nosso diretor Cesar Sampaio recebe Arthur Borelli, responsável pela NBA Basketball School no Brasil, junto com os professores Paulo Paulino e Frederico Burato, para uma conversa sobre o papel transformador do esporte na vida de crianças e jovens.

O episódio aborda temas como disciplina, resiliência, bem-estar e o papel das famílias na formação esportiva, destacando como o basquete pode ser uma poderosa ferramenta de educação, saúde e valores humanos. Os convidados também refletem sobre os desafios culturais e o impacto positivo da parceria entre escola, esporte e comunidade.

🏀 Um convite para olhar as quadras como uma importante e fundamental sala de aula, como um caminho de aprendizado, perfomance, cidadania e bem-estar.

EN:
In this inspiring PodBear episode, School Director César Sampaio welcomes Arthur Borelli — head of the NBA Basketball School in Brazil — along with coaches Paulo Paulino and Frederico Burato for a powerful conversation on how sports can transform the lives of children and youth.

They discuss discipline, resilience, well-being, and the essential role of families in supporting young athletes. The guests highlight how basketball serves as a strong educational tool that nurtures character, teamwork, and emotional growth.

🏀 A meaningful talk about seeing sports beyond the game — as a path to learning, citizenship, and joy.

What is PodBear?

Podcast da escola Maple Bear Marília para dar voz a comunidade escolar e impulsionar o potencial das pessoas através da educação.

00:00 Speaker: Podbear, pode falar. Podbear, pode falar. Podbear, pode falar. Olá e bem-vindos a mais uma edição do Podbear. Hoje nós estamos com uma equipe aqui, melhor, um time, um time de orgulho, o Dream Team, da NBA Basketball School. O Arthur Borelli, que trouxe esse projeto maravilhoso que está impactando escolas do Brasil inteiro e alunos, principalmente, transformando vidas por meio do esporte. Também estamos com o Fred aqui, que é um dos professores da equipe técnico do nosso time de Marília Sub-18. E o Paulo, que tem um histórico maravilhoso de formar atletas famosos e também com muita disciplina e rigor nos treinos, fazendo um trabalho lindo aqui.
00:42 Speaker: Então, para a gente começar falando de esporte, falar da NBA, eu queria pedir para cada um se apresentar. Se puder começar você, Arthur, contar um pouquinho sobre sua história, brevemente, a importância do esporte na sua vida, porque eu acho que nós temos que ser um modelo, e falar também do projeto da NBA. Depois a gente passa para os professores da escola. Boa, rapidamente, obrigado pelo convite, César e toda a equipe aqui. É muito especial estar aqui começando mais uma jornada.
01:08 Speaker: Dentro desse projeto da NBA, são mais de 220 escolas no Brasil. E eu falo que cada cantinho que a gente visita e conhece é sempre uma história, uma semente que a gente planta para ajudar a fomentar o esporte como um todo. Se essas crianças vão se desenvolver no basquete competitivamente ou não, isso é o final da jornada. Mas a gente sabe da importância do esporte como ferramenta de educação.
01:30 Speaker: Sou responsável pelo programa no Brasil. Dentro da nossa empresa tem vários projetos esportivos, mas a NBA é o nosso carro-chefe, é quem faz os olhos brilharem de todos os nossos parceiros pelo país. Então, muito feliz em começar essa jornada. Vou passar a bola e depois a gente conta mais a história toda do programa. Bom, sou o Fred, como você já apresentou, treinador do Yara Clube de Marília.
01:55 Speaker: Equipe sub-18, equipe sub-16 e também categoria de base sub-13. A convite do César, estou aqui hoje com a NBA School na Maple Bear, muito honrado e muito feliz de fazer parte desse projeto. Bom, professor Paulino, fala um pouquinho porque se não, se cada um for se apresentar aqui, vai dar só isso. Tem pouca história na mesa. Professor universitário.
02:25 Speaker: federal aposentado. Trabalhei em Pompeia, Marília, Itapira, no Cornélio Procópio. E estamos aqui para mais um desafio, talvez o último desafio junto com a equipe aqui. Obrigado. Arthur, fala um pouco do projeto da NBA e qual é a missão, visão e por que fazer essa parceria com as escolas, principalmente. Em resumo, a ideia do projeto é de
02:55 Speaker: fomentar o basquete das mais diferentes formas, buscando sempre o olhar como um fã. Esse é um ponto chave da nossa relação. Então, encantar a criança desde os primeiros momentos dela. Eu costumo brincar que o Brasil é o país do futebol, mas a criança pode facilmente se apaixonar pela bola laranja, só precisa encontrá-la. E a gente está tentando fazer isso pelo Brasil.
03:21 Speaker: Então a ideia de trazer o programa nesse formato, especialmente para as crianças, desde a iniciação, para que elas tenham esse contato e tenham essa pluralidade do esporte, é o primeiro passo. Paralelo a isso, é óbvio que quando a gente fala de NBA, a gente não precisa falar da competitividade, ela já está naturalmente alinhada e conectada. Mas tem um outro passo que é a manutenção desse atleta, desse possível atleta.
03:47 Speaker: na vivência esportiva. Então, uma das grandes preocupações que a gente tem hoje, sete anos depois de começar o programa, ainda muito jovem, mas já com alguns quilômetros rodados aí, é entender, ok, aquele jovem que jogou, teve uma tentativa de se desenvolver até profissionalmente, quem sabe, e não está mais ali. Onde ele continua a jogar?
04:07 Speaker: onde ele se mantém dentro do esporte, com alguma chama acesa ali para se manter encantado pelo esporte. Então, atendendo esses três mundos, especialmente esse primeiro do encantamento com a criança e esse último, onde esse jovem... ter a chance de se manter no esporte, são os dois pontos que a gente mais trabalha. São quatro pilares, diversão, valores, desenvolvimento de habilidades e bem-estar. A gente fala de bem-estar, estávamos conversando agora há pouco, o desafio que é, na sociedade brasileira, a gente conseguir trazer o esporte de uma forma inclusiva. E aí te respondendo por que está dentro da escola.
04:43 Speaker: Eu ficaria algum tempo aqui dando os dados oficiais de governo e etc., trazendo os pontos como o esporte tem saído de dentro da escola e que essas crianças não mais estão vivenciando isso. Uma boa fatia do mercado aqui brasileiro, uma vivência positiva dentro do esporte. E o principal é que, dentro disso, isso reflete em tudo, em sociedade, em tudo. Então, o nosso ponto é gerar essa reflexão para que o esporte volte a ser
05:13 Speaker: uma ferramenta fundamental na educação do ser humano. Quando a gente fala do ciclo integral de uma criança, obrigatoriamente a gente fala dentro de uma escola de uma palavrinha mágica que é saúde. Não necessariamente esporte, mas o esporte é saúde. É só saber colocar essa caixinha certinha. E é isso que a gente tenta fazer com o nosso programa, tentando encantar as crianças e todos os professores, porque eles são os grandes protagonistas. Não adianta, eu costumo falar, não adianta ter uma marca do tamanho da NBA se os professores não estiverem engajados, motivados e com esse mesmo desejo de encantar nos quatro cantos. Então, esse é um ponto que a gente explora bastante para poder...
05:52 Speaker: engajá-los, encantá-los para que façam parte dessa jornada. Antes de passar para os professores, quando você fala de o esporte saiu da escola, eu faço uma reflexão até mais profunda. Tem muita coisa que vem saindo da escola no Brasil nos últimos, talvez, 300 anos, que a gente vê que fez falta. Então tem esporte, tem religião. Agora tem uma coisa boa que saiu da escola recentemente, eu acho que com isso o esporte ganha. A saúde ganha o bem-estar, que é o celular. Então isso foi uma coisa... Aqui em Marília, quando eu me...
06:22 Speaker: Pauberto chegou e falou que é proibido o celular em 2018. Foi uma coisa, foi um choque cultural. Desde 2018. E daí as famílias falavam, eu tinha bastante famílias saindo da escola porque na outra escola podia usar o celular e a mãe se sentia mais segura porque podia falar com a criança. E daí teve a lei, isso deu um respaldo muito bom para a escola, mas eu tive a oportunidade de me encontrar com os mantenedores da cidade, foi muito bonito ver os relatos deles. Nossa, a gente está vendo as crianças interagirem no intervalo, fazerem esporte. Porque quando você fala em encontrar a bola laranja, a bola laranja tem que estar lá no intervalo. Se ela não está, não tem a opção de brincar um arremesso, que seja numa lixeira, que seja aonde for possível.
06:56 Speaker: Então, assim, é legal, a escola aqui, a Maple Barbaria, está fazendo um movimento estratégico ao contrário, sempre. Ou talvez pioneiro, no sentido, mas de trazer mais o esporte. Enquanto as escolas querem reduzir carga horária de esporte, querem reduzir espaço de...
07:13 Speaker: de quadra para fazer sala de aula. Lembrando que, na minha visão, e eu acho que eu já conversei com isso, Arthur, a quadra talvez seja uma das principais salas de aula. Pelo menos na minha vida foi. Eu acho que na de vocês também, por isso que a gente está aqui. Então, a gente está nesse momento contrário. A gente, inclusive, já faça um anúncio aqui. A gente vai ter um complexo esportivo da escola, em breve. Isso aí é uma novidade, mas aqui em primeira mão, que eu acho que vai ser muito importante para a formação dos nossos alunos. Porque precisa ter a bola, precisa ter o espaço para isso. Tanto espaços públicos, mas na escola, espaço particular.
07:42 Speaker: Fred, falando nisso, como que é para você o esporte, como foi importante na sua vida, que você jogou também, nível competição, e hoje o impacto, eu tive a oportunidade de conhecer alguns dos seus atletas, eu vi a disciplina, o respeito, o relacionamento que ele tem com vocês, o exemplo que eles foram para os alunos quando eles visitaram aqui a escola, como você vê tudo isso na formação dos alunos e como que o esporte foi importante na sua formação? O esporte foi importante desde sempre na formação.
08:07 Speaker: Eu comecei muito novo no basquete, foi o meu primeiro esporte, eu não fiz aula de futebol, eu comecei no basquete. É uma raridade no Brasil. O SESI por ter o programa Atleta do Futuro, não sei ainda se existe esse programa, mas através do SESI, eu entrei no basquete e ali eu segui minha vida inteira, entrei com 8, 9, 10 anos ali.
08:31 Speaker: E fui até os 19 e até hoje estou no basquete. E graças ao basquete, hoje eu fiz minha faculdade, eu tenho meu emprego, os contatos que eu tenho, tudo vem do esporte. Eu falo basquete, mas vem do esporte, dos contatos. E as questões de disciplina, a formação de caráter, desde até a comunicação, a maneira de você se comunicar. Então eu tento passar isso para os meus atletas da importância que é, até dentro da quadra, dentro da competição.
08:59 Speaker: Eu costumo dizer para eles, às vezes a gente está em uma competição, nervos mais aflorados, às vezes acontece uma confusão, uma briga. Pensa duas vezes, antes de você falar de uma maneira com outro atleta, de você responder um árbitro, responder um treinador, porque você não sabe o dia de amanhã. Hoje você está aqui no time de Marília. Mas amanhã você pode precisar estar no time de São Paulo, time de Araraquara. Então tenha esse respeito, tenha essa disciplina e a todo momento a gente está em destaque. Querendo ou não, o atleta está em destaque, igual aconteceu aqui na escola. Então vocês são exemplos, eles são exemplos em qualquer lugar que eles estão. Ainda mais pelo tamanho, um menino de 2 e 3 andando na rua.
09:40 Speaker: Ele é destaque. Então, tudo que você fizer, você vai ser notado. Você vai ser o exemplo para a equipe, você vai estar carregando um legado. Então, eu tento passar muito isso para os meninos. Eu tive a oportunidade de viajar com o Fred e ele passou isso para os alunos nos jogos. A gente teve bastante vitórias, mas também tivemos derrotas. Naquele momento do frio da barriga, o Fred estava ali também como psicólogo, calmando os nervos, falando que é importante jogar, todo mundo vai participar. Então, são coisas que a gente aprende na quadra, que é essa questão da resiliência.
10:09 Speaker: da questão de buscar a excelência, e eu via você puxando os alunos ali para cima na competição o tempo todo, e também como é uma iniciação esportiva, isso com prazer, com reflexões, com amizade. É, experiência, tem que vivenciar, né? Perfeito. Paulo, e para você? Como que é o esporte? É uma carreira de sucesso? E agora poder contribuir um pouco para esses alunos com uma formação...
10:36 Speaker: completa, mas eu vejo que você foca muito nessa formação do cidadão mesmo, do ser humano, claro que as habilidades do basquete, eu já estava comentando agora, no último treino que eu assisti do Paulo, ele estava dando mudança de direção, de trocar a mão para fazer a finta, e em 15 minutos já tinha atleta executando isso no jogo, então assim, já tem toda a técnica, mas também é muito mais que isso, né?
11:00 Speaker: Mas o que a gente estava conversando antes também, a importância da politosportização com os alunos, a prática de vários esportes, que pode contribuir para aquele esporte que ela vai escolher como um fim depois. Então, quanto mais esporte, a coordenação motora global vai ser melhor. Então, não vai ter uma definição só de um...
11:22 Speaker: de um membro superior ou membro inferior, como o Arthur estava comentando. E eu estou no esporte uma vida toda, ao contrário do Fred, eu era um mau jogador de basquete, e por causa do tamanho, com 12 anos eu tinha 1,90m, hoje eu tenho 1,86m, estou na descendente. É o tamanho, é o peso da experiência. Todo mundo batia na porta de casa para mim jogar.
11:51 Speaker: Como uma cidade pequena como o Pompé, cada semana a prefeitura liberava o veículo para um esporte. Então eu escolhia para treinar na semana o esporte que ia viajar. Então eu viajava o ano inteiro. Então a única coisa que eu não fiz foi natação, tênis de mesa, xadrez. Então tudo isso, eu posso dizer que está dentro da filosofia da Unibiscu, contribuiu para a minha formação. Hoje eu posso dar aula de tênis de mesa, dou aula de xadrez. Por quê?
12:21 Speaker: Estava na minha formação, de certa forma, errada, e todos permitiam, porque eles achavam que eu, com 1,90m, ia escolher aquele esporte. Mas eu viajava o ano todo, que era o meu objetivo lá atrás. Isso contribuiu na faculdade, na finalização das disciplinas, tudo. E é o que eu vejo de importante para as crianças, mesmo...
12:46 Speaker: Não aplicando o tanto que eu gostaria, porque infelizmente a gente tem que se adaptar ao sistema também.
13:20 Speaker: E eu espero que dentro da NB School a gente possa discutir isso, possa levar isso para a prática, porque no final os objetivos serão atingidos de uma forma melhor. Nós teremos o atleta praticando mais o esporte, o atleta levando isso para uma idade mais avançada. Hoje eu tenho até orgulho quando vejo o pessoal master do feminino do Iara.
13:49 Speaker: Tem lá 20 meninas que treinaram comigo há 40 anos atrás. Aí elas vêm atrás e falam, vamos para a competição. Aí você vai lá para jogar a volta toda, aquelas mesmas coisas. Mas, como o Arthur falou, A palavra que a gente tem que se dirigir, o segredo da coisa, é o encantamento das crianças com a modalidade ou ainda com a prática do esporte. É um encantamento. Nós, como professores, podemos até não ter o domínio total da técnica, da tática, de qualquer modalidade. Mas se soubermos seduzir essas crianças e trazê-las para o esporte, o nosso objetivo estará...
14:29 Speaker: Até porque tira de outras coisas ruins. E eu acho que o Arthur comentou nessa questão do bem-estar, quando você fala assim, o master feminino, um grupo que você acompanhou. Para pensar, a criança começa agora, na quinta série, na primeira série, fazer um esporte. Quando ela está mais velha, ela tem um compromisso com amigas. Ela tem uma coisa que ela vai se manter ativa fisicamente.
14:52 Speaker: prevenir doenças mentais, um bem-estar, uma saúde, uma longevidade, poder aproveitar os netos, porque na escola ela fez o basquete, porque talvez se você não tivesse treinado elas, elas não teriam esse hábito, elas não teriam acesso a isso, falar, não, eu comecei um esporte nessa idade, então o impacto diz o que a gente está fazendo aqui, com poucas crianças e com a ajuda da NBA, que já tem uma metodologia comprovada, validada, internacionalmente, todo mundo quer jogar na NBA, eu acho que está no basquete, o draft da NBA, em breve teremos a...
15:22 Speaker: alunos lá, mas se não tivermos também, eles já criaram hábitos saudáveis. Eu acho que isso é o mais importante. Arthur, além de ser profissional, que é uma potencialidade, viver do esporte, igual alguns casos aqui, o que mais que essas crianças desenvolvem? Eu ia comentar um ponto que até vou usar isso na apresentação e é o que eu tenho falado muito para a reflexão dos pais. Porque eu vejo, assim, como eu sou do lado de fora, eu estou do lado de fora da quadra, eu falo o seguinte,
15:50 Speaker: Encantar a criança para ela visitar a quadra não é mais tão fácil quanto antigamente, mas não é uma tarefa muito difícil. Dá para fazer. É que antes a criança já ia naturalmente para a quadra. Hoje a gente precisa dar algum motivo para ela estar ali. Mas a gente consegue. Um fator fundamental nessa relação são os pais.
16:13 Speaker: Os pais precisam entender a diferença disso, mas também precisam entender que existe pedagogia no esporte, que existe um processo evolutivo. Eu sempre faço a mesma comparação. Às vezes, no começo do programa acontecia muito isso. Um pai chegar e falar assim, mas esse programa DNB é sua marca, isso aí não funciona nada. Por que não? Quanto tempo seu filho está no programa? Faz dois meses que ele está lá e nada mudou. Vamos lá. Seu filho aprendeu a falar inglês da noite para o dia?
16:40 Speaker: quanto tempo o seu filho está demorando para alfabetizar, para vivenciar? Se você não aprendeu a falar inglês nativamente em uma escola como a Maple, ele vai aprender depois de adulto, como eu aprendi, é difícil, hein? Três anos pelo menos, né? Difícil, você vai suar caminho, mais que foi jogar basquete, com todo respeito do basqueteiro. Com certeza. Por que cargas d'água essa criança vai aprender em um mês, o professor vai tirar o coelho da cartola e ele vai jogar?
17:10 Speaker: Então, de tempo ao tempo. E aí a questão pedagógica, porque eu tenho certeza, se tirar da cabeça do Paulo ali, ele vai descrever, ele vai fazer a metodologia muito parecida. Vai, óbvio que vai. Muda uma coisa ou outra, mas vai fazer. Ele sabe aquilo ali. Só que não existe esse posicionamento pedagógico, como um sistema de ensino, que a gente tem usado muito isso no mercado. Olha, é um sistema de ensino.
17:34 Speaker: calma, seu filho vai, deixa aqui que ele vai se desenvolver. E aí tem um fator muito importante, como você bem colocou agora, e o que eu tenho usado muito para as famílias é o seguinte, ônus e bônus de tudo na nossa vida e a tecnologia tem um fator que hoje vai aflorar o esporte, mais que nunca está aflorando o esporte. Qual é a pauta do momento? As profissões do futuro, 80% das profissões do futuro ainda não existem.
18:00 Speaker: Está em todos os fóruns mundiais, etc. Tudo, tecnologia, inteligência artificial e tal. E aí todos os estudos comprovam ou reforçam que as características pessoais vão ser fundamentais para o sucesso desse jovem no futuro. Que são elas? Resiliência, espírito de equipe, liderança. Qual a melhor sala de aula para isso? Com todo respeito às demais. É o esporte, é o que você acabou de falar.
18:27 Speaker: está nativo. Então, hoje, um dos nossos principais trabalhos que eu estou complementando aqui a visão do professor é fazer, você conta isso, conta essa história, porque é isso que a sociedade precisa entender, os pais precisam entender, para falar assim, sim, isso aqui não é uma aula de recriação. Isso aqui é uma pedagogia que vai fazer o seu filho saber lidar com desafio, com frustração, superação, respeitar, aprender a perder, com erro, vai errar 80 vezes. A famosa frase do Jordan, errei mais do que acertei para ser o melhor da história. Pois é, então é isso. A vida é assim. Então esse lado passa a ser cada vez mais forte na relação toda.
19:07 Speaker: Até que eu costumo colocar de uma forma bem simplista, para que o basquete, ou o esporte em geral, seja o final da história, não o começo da história. Porque eu sei que, deixar ali, eles vão voar. Vai ter 100, 200 alunos lá jogando e está tudo certo. Eles vão fazer chover lá dentro. Mas essa visão comportamental como um todo, que eu falo, gestor, professor, pais e alunos. São esses quatro pontos.
19:37 Speaker: Gestor, professor, pais e alunos. A gente até como programa, a gente tem a responsabilidade de saber falar com esses quatro. Porque cada um tem que entender o seu meio, junto conosco, óbvio, para fazer a criança ser feliz no esporte. Então acho que é só o complemento disso tudo. E falar com os pais hoje é muito difícil, né? A gente até vivenciou isso na competição do Bear Games lá, onde os pais não puderam estar na torcida pelos...
20:04 Speaker: por conta desse comportamento que eu digo que é um pouco cultural. Às vezes as pessoas ficam bravas e eu tento conversar com os pais devagar, porque vem um negócio meio cultural, que a gente fala que é o país do futebol, e no futebol, querendo ou não, lá no estádio é permitido isso, é permitido falar o palavrão, lá você pode xingar o juiz, e isso acaba criando uma cultura de que a torcida tem o direito a tudo. E hoje a gente está passando por isso, principalmente em Marília.
20:31 Speaker: A gente tem, por ser do interior, então a nossa torcida aqui é muito fervorosa. Apaixonada, né? E comparece ao ginásio para assistir os jogos. Então a gente tem que ensinar os pais a lidar. Exato. E o pessoal fala muito isso. Torcer pelo seu filho, né? Torce pelo seu filho. Não torce pelo erro do adversário. E é adversário, não é inimigo.
20:51 Speaker: Então acho que isso também é uma coisa que a gente tem que saber fomentar. E a NBA School traz isso também dentro da metodologia do Fair Play. Então é uma coisa que a gente está tentando empregar isso no dia a dia dos atletas. Fiquei muito orgulhoso dos alunos e da equipe lá no Bear Games por isso. Porque a gente veio falando com eles na viagem.
21:13 Speaker: de torcer contra, não vaiar e não ter visto no nosso torcido. Eu acho que começa na escola, começa de novo para mudar essa cultura. E é difícil, né? O Paulino também pode falar. Eles vão fazer cara feia, eles vão querer torcer, porque é a cultura deles. E a gente tem que ficar batendo na mesma tecla. Assim como eles não vão aprender a jogar do dia para a noite, eles também não vão aprender a torcer, entre aspas, da maneira correta do dia para a noite. Vai ter que ficar ali em cima, batendo na tecla. Eu faço sempre essa provocação, essa pauta.
21:43 Speaker: está quentíssimo nos esportes em geral, no desenvolvimento. A gente viu a Federação Paulista de Futebol tirando outros pais. São casos agudos e graves que realmente são inadmissíveis na questão comportamental. Mas uma bandeira eu levanto e a gente tenta fazer. Claro que sempre vai ter os desafios, é como você falou. Talvez vão ser algumas gerações para isso mudar, mas nos nossos campeonatos a gente tenta fazer isso.
22:12 Speaker: Um passo básico. Qual é o regulamento do campeonato? O básico, né? Os pais não vão saber. É óbvio que eles vão torcer alguma coisa errada, eles vão gritar alguma coisa errada. Então, assim, ele não é obrigado a saber. Agora, a gente é obrigado a informar. Então, vamos tentar conversar, vamos tentar fazer. Não são todos os pais que vão ler, não são todos os pais que querem, vão ter pais que vão mudar. Está tudo certo. Isso é uma sociedade. Agora, é nossa responsabilidade ajudar os pais e não excluí-los do meio.
22:41 Speaker: Casos extremos têm que ser resolvidos mesmo, não é indiscutível. Mas, aos poucos, é isso aí. Bom, aconteceu, tem uma situação, vamos lá, volta para cá. Pessoal, nós precisamos cuidar daqui. Esse é um ponto importante para a gente desenvolver melhor todo. E até pela valorização do profissional, porque no final é isso. A responsabilidade e os méritos são de vocês. E tem uma questão que eu conversei bastante com o Paulo, quando a gente estava se conhecendo, que existe sim prezar pelo esporte, prezar pelo bem-estar, mas existe também a questão de respeitar o regulamento. E o Paulo, eu vejo que ele leva isso muito a sério. Explica para os crianças, o combinado é esse. Eu tenho visto o tanto que...
23:21 Speaker: A aula na minha filha tem mudado a disciplina dela em casa, não só no basquete. Como é isso para você, Paulo? O regulamento? O que você tenta passar? Disciplina, né? Disciplina. Eu sou um pouco chato com isso, né? Mas, Paulo, tem uma frase que eu gosto de falar assim, eu nunca vi uma pessoa de sucesso que não tinha uma mãe ou um pai chato. Ser legal e ser amiga é fácil. Então, assim, ser um professor queridinho é fácil. O difícil é defender valores, defender escolhas, como, por exemplo, falar, nós não vamos torcer contra. Ah, mas a gente veio aqui para fazer bagunça. Não, a gente veio aqui para praticar esporte, para conhecer pessoas. Então, a gente começa...
23:57 Speaker: mudar esse olhar. Não é fácil, mas você está fazendo. Porque quando você coloca alguns valores, quando você coloca algumas diretrizes, que eles não estão acostumados, principalmente os meninos que já vendem do futebol, como outro dia o Arthur falou numa palestra, não é simplesmente uma escolinha. Então, na escolinha, quando é paga, ela é permissiva. Ela é permissiva porque
24:26 Speaker: Se você fizer alguma coisa errada, você não vai ser chamado a atenção porque é uma mensalidade a menos. Felizmente acontece. Então, na parte mercantil, você chama menos a atenção, você deixa passar alguns valores. E eu sempre fui assim. Eu prefiro ter poucos, às vezes, atletas e bem encaminhados do que ter um monte onde não se vai para rumo nenhum. Então, nós temos um programa.
24:56 Speaker: Então, as coisas não são aleatórias. Então, você tem que colocar para isso os princípios que nós estamos seguindo. Esses princípios não vão servir somente na quadra ou na competição. É para a vida, dentro de casa, numa faculdade. Eu perdi o jogo, eu vou ficar triste? Vou.
25:16 Speaker: Mais, vou treinar mais, vou melhorar para o próximo. Eu prestei um concurso público, eu não passei. Eu vou só chorar? Não, eu vou estudar mais e me preparar melhor da próxima vez. Ganhei o jogo? Eu vou me deitar nas glórias? Não, eu vou treinar para que ninguém melhore e ganhe de mim. na frente. Então, num concurso, eu tenho que passar bem para poder entrar. Então, são coisas que as filosofias que nós estamos seguindo vão ajudar os alunos. É tomada de decisão, é saber perder. A vida é assim. Eu perco hoje, ganho amanhã, ganhei. Então, é um sobe e desce. Então, a gente tem que estar preparado para isso.
25:58 Speaker: E é lógico que tudo dentro de um consenso. Eu sei que é difícil contemplar todo mundo. A maioria, como dizem, que a unanimidade é burra, né? É verdade. Mas a gente tenta, pela experiência que a gente tem de vida, que estatisticamente o esporte competitivo é exclusivo.
26:21 Speaker: Então, vocês têm aí 10% que fica, mas 10% de repente de 200, nós temos dois na quadra e esses dois ainda talvez não sejam aqueles esportistas que vão ser top. E os pais querem o top. O pai chega aqui, ele quer ver o filho transformado num Lebron, quer ver a filha, os mais saudosistas numa hortência, porque os nossos nomes...
26:46 Speaker: atuais no feminino não são conhecidos. A gente vive no feminino no tempo de Hortência e Paula. O feminino é outra realidade. É completamente diferente em algumas coisas do masculino e em algum técnico nosso no feminino, quando disse que era a mesma coisa, eu falei, não vai dar certo. E realmente não deu.
27:07 Speaker: Paulo, eu queria roubar um pouco. Esse podcast foi feito para dar voz para os alunos. Essa foi uma das primeiras missões que a gente fez sem aluno. Então eu vou aproveitar e vou colocar o meu chapéu de pai aqui. Eu queria perguntar para vocês como pai. O esporte foi muito importante para mim. Eu competi no esporte. Me livrou de várias situações problemáticas. Me deu disciplina, resiliência. Aprendi bastante, errei bastante. E foi importante para mim. Eu quero...
27:36 Speaker: Eu tento fazer isso ser importante na jornada dos meus filhos também. Tenho três filhos. E vocês, que a experiência que vocês têm. Arthur, Paulo, Fred. O que vocês recomendariam para os pais, que são parceiros aqui da escola, nossas famílias, a gente tem uma relação muito próxima, nem todo mundo está fazendo basquete, mas está fazendo um outro esporte, desde o vôlei, o futebol, taekwondo, xadrez, as oportunidades que a escola oferece. Idealmente gostaria que todos fizessem todos, porque é uma formação mais completa, humana, mas a gente entende também a logística, investimento, tudo isso. Mas o que o pai pode fazer, além de se matricular na NBA e trazer o filho, que eu acho que já é um passo importantíssimo, ou em um outro esporte, aqui na escola ou fora da escola, o que mais que você
28:16 Speaker: veem que é escolhas planejadas e intencionais para que o esporte seja transformador. E da minha família, uma das coisas para mim mais importantes é essa questão da resiliência, porque eu vejo hoje uma geração mesmo que cai e não levanta, troca. acostumou lá no Netflix trocar fácil, e daí troca fácil de relacionamento, troca fácil de escola em qualquer problema, troca fácil de produto, mas é um consumismo, é um imediatismo, é tudo muito fácil, e daí a vida, a gente está falando, a vida é assim, mas a vida não é bem assim, você não consegue trocar tão fácil em custo, e ninguém como campeão de xadrez, ou campeão do basquete, ou tenista que fez sucesso, ou profissional, ou pai de sucesso, o cara mais erra do que acerta.
29:05 Speaker: O cara que é consistente, levanta. O cara, o estudante, né? A aluna que levanta. Então, assim, eu queria dar essa oportunidade para os meus filhos viverem isso. O que vocês recomendariam aí? Vai, Arthur. Eu primeiro? Vamos lá.
30:07 Speaker: Enfim, meus pais foram cedo e o meu tio que me criou, ele é apaixonado por basquete, tênis e natação, era uma coisa que me encantava. Enfim, então eu vivi com ele esse encantamento do esporte e a disciplina da escola, ele tem três faculdades, os filhos super bem formados, meus primos, então eu tive essa intensidade dentro de casa.
30:33 Speaker: até o ponto de tentar sonhar mais alto em ser atleta profissional de natação lá atrás. Mas, enfim, ainda cedo eu precisei parar para começar a trabalhar e me sustentar no futuro de vida e tudo mais. Mas eu lembro de todos os treinadores que eu tive, que sabiam da minha história, sabiam da particularidade da ausência dos meus pais, o quanto meu pai fazia falta para mim, era uma forma muito aguda na época.
30:59 Speaker: E eles foram meus segundos, terceiros, quartos, quintos pais que eu tive na minha vida. Isso eu vou levar para o resto da minha vida, assim, inegociavelmente. E, humildemente, depois que as coisas começaram a dar certo na minha vida profissional, na área publicitária, eu queria viver do esporte, eu queria retribuir de alguma forma isso. E, sinceramente, o esporte não estava dentro da minha escola. Estava em uma.
31:28 Speaker: que foi a última que eu estudei do ensino médio. Mas na minha formação, do quinto, sexto, sétimo ano, que é onde eu poderia brincar, não estava. E começando a estudar inconformado com esse negócio, eu entendi o quanto programas esportivos com marca ou sem marca. Porque todos nós somos marcas, todos nós.
31:53 Speaker: Cada um de vocês, o seu nome é uma marca, o seu nome é uma marca, o meu nome é uma marca. A gente faz isso o tempo todo. Bem ou mal, instintivamente, a gente está se vendendo o tempo todo para o mercado. Então, programas assim fortalecem a percepção dos pais. Então, dando essa volta para responder a tua pergunta, porque hoje eu também sou pai fresco, minha filha vai fazer cinco aninhos, meu filho vai fazer dois aninhos.
32:19 Speaker: Eu tomei a decisão de colocar minha filha numa escola americana, por exemplo, em São Paulo, porque lá ela tem a pluralidade do esporte enraizado e era uma coisa que, por eu estar dentro das escolas, eu sabia que ali ela seria bem acolhida. Então, é um fator inegociável. Curiosamente, a natação me trouxe a paixão.
32:39 Speaker: do esporte, a minha sobrevivência no esporte sem meus pais. Foi na piscina que eu conheci minha esposa, treinando com um Ironman, casamos, dois filhos, meus filhos estão na natação desde os quatro meses de vida. E foi na natação que eu conheci meu sócio, conheci a NBA, curiosamente dentro de uma piscina e estou aqui hoje. Então tudo aconteceu dentro da piscina. E talvez se eu não tivesse o José Mário dos Reis, que foi o meu primeiro treinador, numa piscina que eu não sabia nadar até os 10 anos de idade.
33:09 Speaker: O sim não existe, mas eu não estaria aqui hoje contando essa história. Então, o meu ponto para os pais é procurem saber sobre os programas que a escola tem. Porque a gente precisa dessa provocação para melhorar mais, para nos atualizar mais, para buscar mais soluções, para buscar a força da marca, não ser só na bola. Ser toda a formação deles, nossa, de todo mundo, para os nossos filhos serem melhores.
33:37 Speaker: Hoje eu costumo falar que para a quadra de esportes da escola ser o lugar mais lindo do mundo, basta os pais questionarem porque ela ainda não é a mais linda do mundo. O dia que os pais questionarem, os dias que os pais se preocuparem com isso, tudo muda. Então o pedido e a reflexão é essa. Explorem esse assunto, aprofundem nesse assunto. Eu falo isso para o meu time dentro da NBA, eu não sei se o meu material de comunicação é o melhor.
34:06 Speaker: Eu preciso ouvir lá na ponta, eu preciso saber se o pai está gostando, se ele está entendendo, se ele gosta, se ele não gosta, se eu falei alguma coisa errada, eu não sei. Porque é um baixo consumo desse valor que é o esporte como uma pedagogia. Então, no meu ponto de fora da quadra, é essa provocação. De nos provocar a ser melhor. Exigir das instituições. Resiliência e vontade está de sobra. A gente só precisa saber como fazer mais. Então, eu acho que resumindo para as famílias que estão nos ouvindo, a história do Arthur é muito bonita. Obrigado por compartilhar, Arthur. E parabéns para o seu tio. Tio Borelli. A gente...
34:47 Speaker: Ter o exemplo em casa foi importante, né? Olhando sua história. E daí, olhando hoje a visão como pai, o caminho que você iria é procurar as instituições, as escolas, na hora de escolher uma escola. Ver se ela incentiva o esporte. Se é uma parte estratégica da formação dos alunos. Se prioriza com... com ofertas, com estratégias, com equipes extraordinárias. Então, eu acho que... Meus filhos estão aqui, eu sou um dos sócios da escola, mas para os meus amigos e para os pais que não estão aqui ou são de outras cidades que estão nos ouvindo, vejam qual é a proposta de esporte da escola. Eu sei muito essa pergunta, tem muitos amigos fora do Brasil e no Brasil, que eles falam, César, estou indo escolher...
35:31 Speaker: É escola para o meu filho. O que eu tenho que olhar? Eu falei, não tem escola melhor, não tem escola pior, você tem que ver quais são suas prioridades, está alinhada com elas. Mas ao invés de ficar ouvindo tanto, observa, escuta, sente o que a escola quer trazer de mensagem. E a quadra é um lugar bonito, é um lugar que está sendo investido, tem os recursos. Vamos fazer um contraponto aqui para te passar a bola aqui. E não é só o esporte.
35:54 Speaker: Porque eu acho que quando a gente fala da formação dos nossos filhos, a pedagogia da sala de aula já está enraizada na nossa cultura. Então isso já é algo que os sistemas de ensino vão se posicionar. Mas a parte cultural faz muita falta. Muita falta. A gente não sabe nem a dimensão do nosso país. A parte musical, maker, tudo isso hoje são pluralidades de desenvolvimento de uma criança que fazem a diferença.
36:22 Speaker: Para tudo, inclusive no esporte. Inclusive no esporte. Então, esse meio todo é o que eu falo, que isso é inegociável. Inegociável. Tem que estar integrada a pedagogia da escola. Ponto. Se vai ser mais competitivo ou não, aí é o final da jornada ali. Faz parte, isso vai acontecer. Esse funil acontece. Mas o ponto é fazer parte pedagogicamente. E os pais são muito responsáveis disso. Muito.
36:49 Speaker: Você, Fred, o que você fala para os pais dos seus atletas que estão se destacando aí em vista do alto? A minha história é muito parecida com a do Borelli. Não sabia dessa proximidade, mas também perdi o pai cedo. E aí, como uma família grande, meus tios também me incentivaram. Eu tenho um tio que é o tio Marquinhos. Ele que me incentivou muito dentro do esporte. E minha mãe também sempre me apoiou muito. E a gente, pegando o ponto da minha mãe...
37:17 Speaker: Ela sempre falou muito assim, ela sempre reconheceu as coisas boas. Então, na escola, eu não tinha melhor nota, mas assim, faz seu melhor. E eu venho, como eu falei, comecei o basquete cedo e eu fui no basquete até os 18 anos, jogando basquete. E o meu pensamento era, quero ficar dentro do esporte, quero ver do esporte, assim como o Arthur falou. Mas aí eu acho que vem um ponto que eu sempre pego também com as escolas particulares, e aí agora eu acho que as escolas vão cair em cima de mim.
37:46 Speaker: Mas do incentivo e da pressão que a gente exerce no aluno em questão a vestibulares. Então, quando eu cheguei no terceiro colegial, até o segundo colegial eu queria o basquete. No terceiro colegial, você já quer o que dá dinheiro, a faculdade que é mais renomada, porque é o que vai dar o ibope para a escola. Em algumas escolas. É o que vai ser no outdoor, aprovado em tal federal.
38:14 Speaker: tá o número do Enem. E aí eu mudei pra engenharia. Falei, eu vou fazer engenharia. E aí minha mãe falou assim, você vai fazer engenharia? Não tem nada a ver com você. Ao contrário de que muitas mães iam falar, vai fazer. E ela falou assim, meu, não tem nada a ver com você, você vai fazer engenharia. Falei assim, não, eu vou, porque é a profissão do momento, não sei o quê. E fui fazer engenharia. E dito e feito, seis meses eu larguei a engenharia. Porque eu chegava em casa e ia estudar sobre o basquete, ia procurar tática, ia procurar sistema de treinamento.
38:41 Speaker: Aí chega minha mãe, né? Mãe, vou ter que... Quero trancar, quero fazer educação física. Ela, é lógico que você quer fazer educação física. Não tem problema, tranca, vai, vai fazer o esporte. Por que que eu falo isso? Eu pego muito os pais, eu digo pra eles, incentivem os seus filhos. Após o jogo, tem um monte de coisa errada que aconteceu. Mas tente reconhecer o que ele fez de bom.
39:06 Speaker: Pô, cara, você fez isso de bom. Você correu naquela bola. Você errou aquela cesta. Então é muito mais fácil a gente achar defeitos e coisas que deram errado do que achar coisas que deram certo, pontos positivos. Até a gente fez um trabalho com nossos atletas, que é o Fofa, se eu não me engano. Que é ponto fraco. Ah, sei. A gente teve um parceiro que foi lá, que ele é gestor, e fez com os atletas. Vamos fazer o fofo, quero que vocês escrevam. Três pontos positivos, três pontos negativos. Fortaleza e fraqueza. Isso, fortaleza e fraqueza e tal. Meu, o ponto fraco, eles escrevem muito rápido. Eles escrevem ali, se você quiser, eles escrevem dez pontos fracos. Agora, para eles acharem três coisas boas para eles, é muito difícil.
39:50 Speaker: É muito difícil, porque a criança vem dando ênfase em coisas ruins para elas. Quando não vira um rótulo. É, ou vira um rótulo, né? Até o grandão. O grandão geralmente ele fica corcunda, porque ele é grandão e todo mundo fala, pô, você é grandão. Aí ele começa a se fechar. Então, assim...
40:08 Speaker: Incentivar. Eu acho que a palavra é incentivo. Acabou o jogo, incentiva. Durante o jogo, incentiva. Não fica reclamando com o árbitro. Não fica reclamando com o treinador. Não fica reclamando com o time. Não. Vamos ver o que está acontecendo de bom no jogo. Ou você fez uma cesta. Ou você pegou aquela bola. Ou você estava lá no banco e estava prestando atenção. Então, eu acho que falta muito isso hoje. O apoio e o incentivo. Se eu pudesse dar uma dica para os pais hoje, é incentivar. Incentive o seu filho, o seu atleta. Mostre as coisas boas. As ruins...
40:37 Speaker: Deixa que o técnico vai saber falar de uma maneira melhor. Todo mundo vai falar, você acompanha, apoia, né? Vamos dar apoio, vamos incentivar. É, o tanto que é importante para a autoestima, né? Eu vi, a gente vivenciou lá a derrota em alguns esportes, e assim, eu ouvi frases duríssimas, assim, eu não jogo porque nós não somos bons. Falei, não, pelo contrário, nós vamos treinar. Até a gente teve aquele caso da nossa aluna, que a gente ia jogar a final do futebol feminino.
41:04 Speaker: A gente não tinha a menor pretensão do futebol e chegamos à final. Faltando acho que um minuto, a menina tomou uma bolada na cara, lembra? Tomou uma bolada no rosto, cara. Ela era pequenininha assim, ela foi abaixo. Aquilo deu aquele gelo no time. Porque ela era a nossa goleira e aquilo foi abaixo. E agora, o que a gente vai fazer, né? O que a gente vai fazer? Vamos jogar? Não vamos? Falei, não. Vamos pôr no jogo, Sérgio. Vamos deixar ela experimentar. Se ela não quiser, ela sai. Ela sai. E ela foi e fez duas defesas. Porque eu não sou técnico, né? E o Fred é do basquete, mas o técnico do futebol tava preocupado, resolvendo outras coisas, escalando no time. Eu falei, o Fred...
41:43 Speaker: Vamos perguntar para ela se ela quer jogar ou não quer. Não, nós vamos incentivar ela a jogar. E daí eu falei, vou lá. Lembro que eu falei para ela assim, hoje, o que é uma boa goleira? Daí ela não sabe responder. Porque o que a gente passa para o atleta? É que o goleiro não erra. E ela foi gigante. Ela não tem uma altura gigante, mas ela defendeu muito. Então, por quê? Já tem esse...
42:04 Speaker: que goleiro não toma gol. Quem falou isso? Goleiro que não toma gol é goleiro que não joga. O goleiro bom é o goleiro que toma gol, levanta a cabeça e vai para defender mais uma. Então, o Fred deu esse apoio para mim, eu dei esse apoio para a Gi e no final ela foi, defendeu um monte de bola, fomos campeões. Que faz parte da história, mas o mais importante é essa experiência para ela. Divenciar essa volta por cima. Essa ansiedade, aquele friozinho na barriga, dá para ver, Arthur. O frio na barriga, uma coisa... Eu tenho duas histórias para contar, mas eu deixo agora. Depois eu falo duas histórias rápidas.
42:34 Speaker: Eu estou pensando aqui... É muita coisa. Tentar... Era para ser 20 minutos de podcast. Colocar em palavras. Esse vai ser o podcast mais longo da história. Dentro das congruências, eu também ia fazer engenharia. Na época, ia prestar a FATEC. Mas aí fui para um campeonato lá e os professores me convenceram.
43:00 Speaker: a fazer educação física, então eu ia para o ramo da engenharia. O contrário do Fred, eu não joguei basquete, como já falei, jogava tudo que era possível e que aparecia na frente. Voltando, meus pais sempre me apoiaram no que eu queria fazer. Meu pai foi ex-jogador de futebol profissional, até os 16, 17 eu estava jogando na turma aqui do Marília, que foi campeonato a São Paulo de Júnior.
43:29 Speaker: E por não concordar com algumas coisas da metodologia do técnico, eu resolvi estudar e parei. Quatro meses depois o time foi campeão na Taça São Paulo, eu estava em São Paulo, jogo no Canindé, assistindo o jogo, estava fazendo estágio de vôlei no Corinthians, com 17 anos já larguei o estágio de vôlei ali para poder...
43:49 Speaker: ficar com o grupo, independente de qualquer coisa, era o meu grupo. Não estava lá, mas me sinto, porque eu ralei junto com eles durante um bom tempo. E meu pai não queria que eu fosse jogador de futebol, por causa de todos os problemas da época, mas ele nunca falou, você não vai, nunca deixou de dar o dinheiro para mim vir para Marília para treinar, então sempre me apoiou. Quando eu fui fazer educação física, ele estava lá, foi ele que bancou tudo e...
44:17 Speaker: E sempre teve do meu lado. Aí, saltando, como a gente... Meu pai falava, você tem que ser melhor do que eu. E eu, como aqui eu estou um pouquinho mais avançado que vocês, hoje eu tenho neta. Tenho uma neta de seis anos. E o meu filho fez cinco anos de engenharia, contrário do Fred, e depois largou para fazer educação física também. Fez cinco anos e largou?
44:43 Speaker: Depois de cinco anos de engenharia. Hoje ele está em Guaratuba, dá aula lá. E aí eu acompanhando ele com a filha. Então a gente coloca, sempre viu lá na teoria, que a importância do trabalho até os três anos de idade dentro da educação precoce. Bom, com três anos você não vai treinar isso, mas você pode fazer muitas atividades, como o lazer.
45:12 Speaker: e que vai desenvolver muita coisa com a criança. E ele, escalada lá, brinca um pouco mais. Ele tinha tudo programado, o pai separado, então só pegava a menina nos finais de semana, então nos finais de semana sobe, desce, corre, como o Arthur falou, importante da arte, a menina está com o microfone cantando, está desenhando, os dois tudo sujo de tinta. Tudo antes dos três anos, então ele tinha uma programação. Depois,
45:42 Speaker: Por que eu não fiz isso? Eu não fiz isso. A importância da infância, da primeira infância. Eu sabia de tudo que ele está fazendo, mas não apliquei. Eu tinha ele 24 horas, ele tem a filha de 15 em 15 dias e está ocupando um espaço que eu poderia ter sido um pai melhor se eu tivesse feito. Mas, como tudo na vida, eu...
46:09 Speaker: Tem que dar o parabéns para ele que ele está sendo um pai melhor do que eu. Como eu fui, tentei ser melhor do que o meu pai. Hoje a menina está com seis anos, tem uma capacidade motora muito acima da faixa etária, na média. Então a questão do pai não é só torcer ou querer colher os frutos, tem que plantar. Mas eu não sei, mas brinca mais com seus filhos, deixa um tempinho aí da...
46:39 Speaker: do serviço, coisa que eu não fiz, e vai dedicar aos filhos, vai para um zoológico, eu estive em Bauru agora com os alunos da rede pública, lugar legal, zoológico de Bauru, vai no bosque, em Marília, vai fazer outras atividades, não só as atividades esportivas, que tudo isso vai influenciar dentro da quadra, que vai melhorar o poder de decisão da criança, e não só cobrar, como foi falado aí.
47:07 Speaker: nos campeonatos da Federação Paulista, que os pais estão banidos, mas não é só do futebol, no basquete também temos vários casos. E a questão, a gente melhora. Eu sou tecnicista, eu sou numa escola mais atrás, mas eu não deixo de assimilar, eu tenho essa sorte de um pouco de cada filosofia de escola que eu vivi nesses 40, 50 anos. E a gente tenta ser um...
47:34 Speaker: Um professor melhor, um técnico melhor. Não sou tão paciente como o Fred aqui. Algumas coisas. Porque eu coloco também, se você dá responsabilidade. Se você sempre falou, vai para a esquerda, na hora do jogo sai para a direita, eu não vou falar tudo bem. Eu vou falar, você tomou a decisão errada. Nós trabalhamos de um jeito e tal.
48:03 Speaker: Às vezes, não com esse jeitinho aqui, mas... Mas que faz parte também, né? E a criança tem que entender. Eu não consigo ficar. A minha esposa falou assim pra mim, você não vai dar certo nessa escola. Porque não é a sua maneira de trabalhar. Eu falei, se não der certo, eu volto pra casa. É que ela não me conhece, hein? Como eu também, ela me conhece. São 40 anos aí e tal. Não, é porque...
48:32 Speaker: Tem aquela questão que o Arthur falou, não sei se foi o Fred, da questão comercial. Aqui não é uma questão comercial, eu deixo isso bem claro para todas as famílias. Então aqui, quem tem autoridade é o professor, quem vai dar os comandos é o professor, quem vai educar na sala de aula. A gente, claro, que tem uma questão de sempre respeito, diálogo com a criança, mas aqui a gente já deixa bem claro isso na entrada, porque senão eu não acredito que o que a gente está fazendo vai ter bons resultados. Então, por isso que eu falo para ela, pode ficar tranquilo, eu quero...
49:01 Speaker: essa rigidez, na verdade você chegou em mim, pelo meu professor de tênis, que foi assim a vida inteira comigo, que falou assim, essa pessoa é dos nossos, vai ser sempre na disciplina, vai ser rígido, vai sempre acreditar no melhor de cada atleta, passar a disciplina, então a hora que tem que falar que não era pela esquerda, tem que falar que não era pra esquerda, tem formas de falar, tem formas de falar, mas não é só tá tudo bem, só vem aqui e vamos ser amigo, eu acho que senão não dá crescimento, assim, eu não sou a favor de dor,
49:31 Speaker: mas a gente aprende muito na reflexão, na vivência, na derrota, na queda, cai jogando basquete, você toma toco, e com isso você fica mais esperto no próximo lance. Então, eu acho que esse é um ponto. E a gente tem que se adaptar. Quando eu vim para Marília, está lá, proposta do município dentro de psicomotricidade. Eu fui fazer uma especialização em psicomotricidade. Então, nós vamos ter os aspectos motores, cognitivos e afetivos.
49:58 Speaker: O afetivo não significa bater palma para tudo e concordar com tudo, como alguns pensam. Até na escola pública, às vezes, as crianças que mais me procuram, mais bem brincar, são aquelas que a gente mais cobra delas. E não aquelas que fazem tudo bonitinho, tudo certinho, e a gente nem conversa praticamente com elas. Mas é tudo uma questão de adaptação, é uma questão de a gente estar...
50:23 Speaker: Sempre melhorando. Para tentar encerrar e passar a palavra final só para o Arthur também dar mais uma dica aí falando da NBA. Em resumo, então, acho que o Fred falou de ver as coisas positivas e incentivar. O Arthur falou bastante também da história do Fred do exemplo de casa e também procurar instituições que incentivam isso. E o Paulo destacou principalmente a importância da infância e do pai dedicar tempo de qualidade. Pai, mãe, família, ou responsável, ou tio. Deixa a tela de lado. E vamos incentivar essa coordenação.
50:52 Speaker: Hoje em dia, antigamente o pai dava uma chupeta para a criança não chorar, hoje dá um celular. Então esse celular não vai resolver. Vai resolver momentaneamente, vai deixar o pai quieto ali, mas... A longo prazo vai ser complicado.
51:09 Speaker: E assim, uma conversa que eu tive com o Arthur, sim, tem esse cenário da tecnologia, mas a gente não pode usar isso de muleta. Aqui a gente não vai usar. Aqui nós vamos fazer o contrário. Nós vamos mostrar o tanto que o esporte é divertido, o tanto que é bom para a saúde, o tanto que aprende, o tanto que forma, o tanto que faz amigos, faz relação que vocês chamaram aí meu segundo pai. Eu tenho essas relações também na minha vida, são exemplos positivos. Então a gente vai ao contrário. Não é porque tem essa tecnologia que a gente vai usar isso como desculpa, não. Vamos incentivar o esporte. Arthur, então eu queria...
51:37 Speaker: agradecer você ter vindo ainda no aniversário do seu tio, falar da importância do esporte, tenho certeza, para mim já foi impactante essa conversa, tenho certeza que todo mundo está ouvindo também, o Fred, o Paulo, que também estavam na escola dando suas aulas, vindo aqui para fazer essa conversa e compartilhar um pouco desse conhecimento e da história do esporte na vida de vocês. E para encerrar, Arthur, fala para as famílias um pouco da NB, para elas virem conhecer, faz um convite. Eu preciso falar disso aqui, meu tio, eu liguei para ele porque estava vindo para cá,
52:07 Speaker: ele sabe o quanto a função dele impactou para isso tudo. Então eu tenho certeza que o coração dele está radiante de saber que tudo isso está dando certo. É um mega presente. Está aí em casa. Então é uma brincadeira rápida nossa que eu vou contar. Eu entrei no mundo da NBA e todo mundo é Jordan, Kobe, LeBron, os três. Então está bom. E numa conversa acontecendo, ele falou assim, aí os caras falaram, eu comecei a ver o Jordan no Wizard já, acabando.
52:35 Speaker: Óbvio que o Jordan é o Jordan, não tem conversa. Mas meu tio era fã do cara, que era o Jason Kidd, que é o armador do New Jersey Nets na época. E eu falei isso numa reunião com a NBA. Eu falei, eu sou fã do Jason Kidd, porque eu assistia a ele. Mas você vê o poder e a influência dos pais, no caso. As palavras. Mas acho que é isso. Para fechar aqui, pessoal, convidar todos vocês para conhecerem o programa, conhecer toda essa proposta, esse time.
53:03 Speaker: porque ninguém faz nada sozinho, a ANB não faz nada sozinho, eu não faço, nenhum deles faz, estamos todos juntos aqui em prol desse impacto para as crianças. Então, existe um programa que vai dar início agora, deu início agora, mas é uma jornada de aprendizado, muitos ajustes para fazer entendendo o perfil das crianças, todo esse contexto, isso aqui tudo misturado, é o que a gente sonha de...
53:26 Speaker: conseguir sonhar com uma sociedade melhor através do esporte e educação. Essa é a nossa missão. Estão todos mais que convidados, portas abertas para tudo o que vocês quiserem, dúvidas, perguntas, críticas, sugestões, para a gente poder ir ajustando da melhor forma. Acho que do meu lado é isso. Melhor pelas crianças. Obrigado.
53:52 Speaker: Podbear, pode falar!