O PodCast do Meta-Analysis Academy
Olá pessoal, sejam muito bem-vindos a mais um episódio do MetaCast. É um prazer receber você aqui. Meu nome é Rhanderson Cardoso. Aqui no MetaCast, o podcast do Meta-Analysis Academy, nós discutimos carreiras de sucesso, trazemos convidados que, em seus respectivos momentos na carreira, se destacaram. E hoje eu tenho a honra de receber comigo aqui no MetaCast André D’Avila, lá de Santa Catarina, chefe da eletrofisiologia no Beth Israel Deaconess Medical Center, Harvard Medical School, e com passagens pelo Massachusetts General Hospital, pela Bélgica, Holanda, Mount Sinai, em Nova Iorque. Ele tem uma carreira brilhante, é uma inspiração, um dos líderes na eletrofisiologia mundial. André, é um prazer receber você aqui, e muito obrigado pela participação.
André D'Avila: Muito obrigado pelo convite. Eu tenho visto alguns episódios que você posta, e eu sempre pensei: "Será que um dia o Rhanderson vai me convidar para ir no MetaCast?" É um prazer estar aqui, muito obrigado. Meu nome é André D'Avila, sou eletrofisiologista cardíaco, né?
É uma especialidade que requer que você faça o treinamento em clínica médica e cardiologia. Na época em que eu me formei, era um pouco mais concentrado, hoje exige três anos de clínica médica, três anos de cardiologia, e dois a três anos de eletrofisiologia. Eu estou com cinquenta e nove anos agora e, desde o começo, tive esse interesse em trabalhar com coisas um pouco diferentes, como arritmia cardíaca, né? E foi isso que acabei fazendo. Eu sou de Florianópolis, fiz a faculdade de medicina lá na UFSC — segundo os gaúchos, a melhor faculdade de medicina do mundo, que é a única capaz de transformar um catarinense em médico em seis anos. Depois, fiz minha residência em São Paulo e me especializei na Bélgica e Holanda, em eletrofisiologia clínica experimental. Depois, voltei ao Brasil e acabei tendo a oportunidade, a partir do ano 2000, de vir para os Estados Unidos, no Massachusetts General. Fiz toda a minha carreira aqui, e acho que vamos conversar sobre isso, né?
Rhanderson Cardoso: Maravilha. Vamos seguir em ordem cronológica. Tem tanta história boa pra contar da sua carreira, André! Na faculdade de medicina, como foi? Quais você vê como os principais determinantes, que talvez você aplicou na sua carreira desde a faculdade, que te permitiram ter essa carreira de sucesso, essa carreira brilhante?
André D’Avila: Eu acho que uma coisa muito diferente que fizemos na faculdade de medicina foi criar um grupo de estudos chamado GEM. Na verdade, era o Grupo de Estudos Médicos. Eu e mais uns dez ou quinze colegas nos reuníamos todos os sábados no anfiteatro do Hospital Florianópolis, hospital público de lá. Nós apresentávamos temas para os outros. Eu me lembro que a minha primeira aula foi sobre edema agudo de pulmão, depois insuficiência renal, equilíbrio hidroeletrolítico, e a minha parte era o eletrocardiograma. Para eu não desapontar os meus amigos e a mim mesmo, fui fazer um curso de eletrocardiograma com Eneas Carvalho no Rio de Janeiro, e foi espetacular. E foi aí que meu interesse em eletrocardiograma cresceu, e eu acabei usando isso para focar meu interesse, estudo e pesquisa.
Eu também tinha um grande interesse em equilíbrio eletrolítico e queria ser nefrologista. Eu era responsável por ajudar o pessoal do hospital universitário a preparar soluções parenterais, que na época eram feitas manualmente. Eu gostava de elétrica e de nefro, e isso me ajudou muito nas provas de residência, nas matérias que me permitiram entrar nos programas de residência que tentei. Fiz provas no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina, no Paraná. O catarinense migra nessa época, vai para todo lugar, inclusive São Paulo. Passei, escolhi fazer residência de clínica médica em São Paulo com foco em nefrologia, mas quando passei pela nefro, percebi que tinha outros interesses.
Rhanderson Cardoso: Eu acho espetacular isso na sua carreira, que se repete em diversos momentos. Você tomou a iniciativa de conversar com chefes, pedir uma oportunidade. A iniciativa foi fundamental para esses saltos, concorda?
André D’Avila: Sim, com certeza. E isso acontece com todos que conheço. Sempre esse é o ponto inicial. Recebo muitos estudantes brasileiros aqui, e algumas instituições brasileiras ficaram interessadas em formalizar um programa para estudantes passarem um tempo aqui. Mas eu me recuso a fazer isso porque, quando você oficializa o programa, tira o elemento mais importante: a iniciativa. Mesmo que a pessoa não se sinta preparada, quando ela toma a iniciativa de se comprometer, tudo muda.
Rhanderson Cardoso: E naquela época, a clínica médica era um ano antes da especialização?
André D'Avila: Na USP era um ano. No final daquele ano, você fazia prova para especialidades como dermato e cardio. Eu fiz prova para cardio, e foi aí que tive minha primeira oportunidade de internacionalização.
Rhanderson Cardoso: Conta sobre essa transição da residência de cardio para fazer eletrofisiologia.
André D'Avila: No final do segundo ano de cardio, eu tinha interesse em eletrocardiograma, e ninguém queria mexer com arritmia, o que era bom para mim. Pedi para usar meu tempo de estágio optativo para fazer um curso de inglês em Boston. Durante esse mês, pedi uma entrevista com Peter Freedom, chefe de eletrofisiologia do Brigham, e descobri que a UFSC tinha um acordo com a Virginia Commonwealth University. Fui até lá, fiz entrevistas, e descobri que o processo era muito complicado. Mas foi aí que conheci Pedro Brugada em um curso no Brasil, e ele me ofereceu uma residência de dois anos na Bélgica, com bolsa. Foi uma oportunidade que mudou a minha vida.
Rhanderson Cardoso: E o violão? Como foi essa história?
André D'Avila: Eu estava tocando violão em um restaurante, e o Pedro Brugada entrou com a esposa. Fui conversar com ele e, na saída, ele disse: "Quando você vier para a Bélgica, traga o violão." Não esperava que ele fosse realmente dar continuidade à oferta, mas mandei um fax, e ele respondeu, oferecendo a vaga e a bolsa.
Rhanderson Cardoso: Isso mostra que a iniciativa legítima é sempre bem-vinda. Aproveitando, hoje você é mentor para muitos. Como faz para identificar o interesse genuíno das pessoas?
André D'Avila: É difícil, mas eu procuro sempre oferecer oportunidades. Muitos estudantes superam expectativas, vêm de universidades menores e têm um desempenho incrível. Isso é o mais gratificante.
Rhanderson Cardoso: Sim, sem dúvida. E naquela época a clínica médica era um ano com a transição para as especialidades ou já eram dois?
André D’Avila: Na USP, era um ano, e no final daquele ano você fazia prova para clínica médica, com cinquenta vagas. E no final daquele ano, fazia prova de novo para algumas subespecialidades. Por exemplo, se entrasse na dermato, já estava admitido em dermato, mas para cardio, você fazia o ano de clínica médica e depois concorria novamente para a especialidade. O que eu acho que é o tempo adequado. E, claro, com interesse em eletrocardiograma e arritmia, foi aí que tomei a decisão de fazer cardiologia.
Rhanderson Cardoso: É espetacular ver como você tomou a iniciativa em vários momentos da sua carreira. Esse movimento de falar com chefes, buscar oportunidades, foi essencial para você dar esses saltos. Você concorda?
André D’Avila: Sim, exatamente. Esse é o ponto inicial para todos, eu diria. Muitas pessoas vêm até aqui com essa iniciativa, e essa atitude é fundamental para quem quer fazer carreira. Inclusive, algumas instituições brasileiras me procuraram para formalizar o envio de estudantes, mas eu me recuso a oficializar, porque o que realmente faz a diferença é a iniciativa pessoal. Quando a pessoa toma a decisão de ir atrás, isso muda tudo.
Rhanderson Cardoso: E você mencionou que a clínica médica era um ano. Quando você fez a transição da nefrologia para cardio, foi no Incor, na residência de cardiologia. Se não me engano, foi quando teve a sua primeira oportunidade de internacionalização, correto?
André D'Avila: Sim, foi no final do segundo ano da residência de cardiologia. Como eu tinha um interesse muito forte em eletrocardiograma, e ninguém queria mexer com arritmias naquela época, eu comecei a focar nisso. Durante um estágio optativo, pedi autorização para usar parte do meu tempo para vir aos Estados Unidos, inicialmente para um curso de inglês. Passei um mês em Boston, e nesse período, pedi uma entrevista com Peter Freedman, que era o chefe da eletrofisiologia no Brigham and Women’s Hospital. Eu também descobri que a UFSC era universidade-irmã da Virginia Commonwealth University. Então, fui até a Virginia e fiz entrevistas lá também. Mas foi quando conheci Pedro Brugada, em um curso no Brasil, que tudo mudou. Ele me disse: "Você tem que fazer residência comigo." E o resto é história.
Rhanderson Cardoso: E como foi sua experiência com o Pedro Brugada?
André D'Avila: O Pedro Brugada fazia cursos regulares no Brasil, especialmente em São José do Rio Preto, e foi nesse contexto que o conheci. Durante um desses cursos, eu perguntei a ele sobre a possibilidade de fazer uma residência em um dos dois hospitais com os quais estava em contato nos Estados Unidos, e ele, típico como os espanhóis, disse: "Nenhum dos dois. Você vai fazer residência comigo." Ele não só me ofereceu a vaga, como também uma bolsa. Isso facilitou muito a minha decisão de ir para a Bélgica, onde fiquei fazendo eletrofisiologia clínica por dezoito meses. Depois, fui para o AMC (Amsterdam Medical Center) na Holanda, para fazer treinamento experimental em eletrofisiologia. Foi uma experiência incrível.
Rhanderson Cardoso: É impressionante como, ao longo da sua carreira, você teve contato com grandes nomes, como o Kenneth Ellenbogen e o próprio Pedro Brugada. Como foi essa transição da residência em cardio para a eletrofisiologia?
André D'Avila: No final do segundo ano da residência de cardiologia, eu já estava muito focado em arritmia e eletrocardiograma, áreas que pouca gente queria mexer. Com isso, pedi aos meus supervisores para usar meu estágio optativo em algo que realmente me interessasse. Foi assim que fiz o curso de inglês em Boston e também entrevistei com Peter Freedman e o pessoal da Virginia Commonwealth University. O processo de tentar fazer residência fora do Brasil era complexo e complicado na época, algo que eu realmente não entendia bem. Mas, depois de conhecer Pedro Brugada no Brasil, tudo mudou. Ele me ofereceu a vaga em seu programa na Bélgica, o que foi uma oportunidade extraordinária.
Rhanderson Cardoso: E a história do violão, como foi?
André D'Avila: (Risos) Ah, foi engraçado. Durante um jantar com colegas, eu estava tocando violão em uma roda de amigos, e o Pedro Brugada entrou no restaurante com a esposa. Eu disse ao pessoal: "Vou ali falar com o chefe." Fui até ele, e depois, na saída, ele me deu um tapinha nas costas e disse: "Quando você vier para a Bélgica, traga o violão." O pessoal que estava na roda ficou sem entender nada. Claro que, na hora, eu achei que era só uma conversa informal. Mas mandei o fax que ele pediu e, semanas depois, ele me confirmou a vaga e a bolsa. Esse convite realmente mudou minha vida.
Rhanderson Cardoso: Você mencionou algo interessante sobre a iniciativa genuína. Como alguém que agora é mentor de tantos, como você faz para identificar esse interesse real em crescer e aprender?
André D'Avila: É difícil, mas geralmente, o interesse genuíno é perceptível quando você vê que a pessoa está comprometida com a própria trajetória. O que eu noto é que muitas pessoas que vêm aqui superam nossas expectativas. Às vezes, são de universidades menores ou de cidades que você nem conhecia, mas mostram um desempenho incrível. Isso é o mais legal: ver pessoas que não têm um currículo de grandes instituições se destacarem pela atitude e pelo interesse em aprender.
Rhanderson Cardoso: Mudando um pouco de assunto, você foi pioneiro no desenvolvimento da ablação epicárdica. Poderia contar um pouco sobre essa técnica?
André D'Avila: A ablação epicárdica é uma técnica que surgiu a partir das nossas experiências com pacientes que tinham doença de Chagas, uma condição endêmica na América Latina. No início, nossos resultados com ablação no Chagas eram ruins, embora o substrato da doença fosse muito semelhante ao da isquemia. Durante minha residência na Bélgica, em uma aula, encontrei um artigo de Bob Stevenson que mencionava que, em cerca de 15% dos pacientes com infarto de parede lateral, era necessário realizar a ablação pelo lado de fora do coração, no epicárdio. Isso me deu a ideia de que a taquicardia ventricular no Chagas também poderia ter um circuito epicárdico. Voltei ao Brasil e compartilhei essa ideia com o Doutor Sosa e o Maurício Canavaca, que já haviam notado sinais anômalos no seio coronário que sugeriam que o circuito estava no epicárdio.
Rhanderson Cardoso: E como vocês desenvolveram a técnica?
André D'Avila: Em 1995, após muitas tentativas de colaboração com os cirurgiões, o Maurício Canavaca aceitou a sugestão do anestesista de usar uma agulha de Tuohy para acessar o espaço pericárdico seco diretamente, sem derrame. O primeiro caso foi um sucesso, e publicamos o estudo, apesar de ter sido rejeitado várias vezes. Mas a técnica foi confirmada e, desde então, se expandiu para várias outras formas de taquicardia ventricular.
Rhanderson Cardoso: Isso expandiu para além de Chagas, correto?
André D'Avila: Exatamente. Começamos com Chagas, mas logo aplicamos a técnica a outras doenças, como displasia arritmogênica do ventrículo direito e miocardiopatia dilatada. Em um dos nossos artigos, um revisor disse: "Agora só falta vocês provarem que isso está presente em todas as formas de cardiomiopatia." E era exatamente isso que queríamos mostrar — que, dependendo da prevalência, essa abordagem precisava ser usada em muitas condições diferentes, como nas mutações de desmoplakin e outras formas de miocardiopatia com taquicardia ventricular.
A técnica epicárdica foi revolucionária, e o interessante é que, mesmo com inúmeras tentativas de melhorar a forma de acesso, voltamos sempre à técnica original. Isso porque ela se mostrou muito precisa e eficaz, e outros grupos ao redor do mundo conseguiram reproduzir os resultados. Hoje, a ablação epicárdica é usada globalmente, e continuo oferecendo cursos para ensinar essa técnica. Há um interesse contínuo, mesmo 30 anos depois da sua criação.
Rhanderson Cardoso: É incrível. E, depois disso, você foi convidado para voltar aos Estados Unidos, correto? Como foi essa transição?
André D'Avila: Sim, depois de minha residência e pesquisa no Massachusetts General Hospital, voltei ao Brasil. Mas, em 2003, recebi uma ligação da Leslie Saxon, da University of Southern California (USC), que me convidou para trabalhar lá. A princípio, eu não estava board eligible (qualificado para o conselho), porque não fiz residência formal nos Estados Unidos. No entanto, descobrimos que havia uma maneira de eu ser contratado sob um visto O-1, que é destinado a pessoas com habilidades extraordinárias. Foi assim que voltei para o Massachusetts General como eletrofisiologista clínico, e continuei a trabalhar aqui.
Rhanderson Cardoso: Como foram os anos no Massachusetts General?
André D'Avila: Foram anos espetaculares. Trabalhei lá de 2003 até 2009, e foi uma fase de muita produtividade acadêmica. Eu adorava o ambiente, e tínhamos a oportunidade de fazer pesquisas em um nível muito alto. Nós fazíamos experimentos aos sábados e domingos, e era um trabalho muito intenso, mas extremamente gratificante. Era um dos poucos hospitais nos Estados Unidos que permitia realizar experimentos em animais nos laboratórios de ressonância e cateterismo, o que nos deu uma vantagem tremenda para fazer pesquisas avançadas.
Rhanderson Cardoso: E depois você foi para o Mount Sinai em Nova Iorque, correto?
André D'Avila: Sim, em 2009, o Dr. Valentín Fuster, que era o diretor do Mount Sinai, me convidou para trabalhar lá. Eu já havia feito algumas ablações epicárdicas no Mount Sinai e, depois de um convite formal, mudei-me para Nova Iorque. Trabalhei lá até 2013, quando decidi voltar ao Brasil para abrir meu próprio serviço de eletrofisiologia em Florianópolis.
Rhanderson Cardoso: Como foi essa decisão de voltar para o Brasil depois de tanto tempo nos Estados Unidos?
André D'Avila: Foi uma decisão muito emocional. Apesar de todo o sucesso nos Estados Unidos, minha esposa e eu sentimos que era hora de voltar para casa. Queríamos criar algo em Florianópolis, onde nasci e me formei, e aproveitamos a oportunidade de montar um serviço de eletrofisiologia lá. Era um hospital pequeno, mas conseguimos montar um dos melhores serviços da região, atendendo pacientes do Brasil todo e de outros países também. Isso foi extremamente gratificante para mim.
Rhanderson Cardoso: Quais foram os desafios ao voltar para o Brasil?
André D'Avila: Os desafios foram muitos, especialmente porque a infraestrutura e o ritmo de trabalho no Brasil são muito diferentes dos Estados Unidos. Tivemos que adaptar muitas coisas, desde o treinamento da equipe até o relacionamento com os médicos locais. Mas, com o tempo, fomos crescendo. Em Florianópolis, por exemplo, chegamos a realizar quase 600 procedimentos por ano antes da pandemia. Hoje, nosso grupo se expandiu para outras cidades em Santa Catarina, como Blumenau, onde realizamos cerca de 150 a 200 ablações de FA por ano, algo que não existia antes.
Rhanderson Cardoso: Incrível como você conseguiu ter impacto tanto globalmente quanto localmente. Você foi pioneiro em várias áreas da eletrofisiologia e continua a inspirar tantos médicos. Tenho certeza de que sua história será uma grande motivação para os ouvintes.
André D'Avila: Muito obrigado, Rhanderson. É sempre um prazer poder compartilhar um pouco da minha trajetória, e espero que sirva de inspiração para quem está começando agora.
Rhanderson Cardoso: Para finalizar, você recebeu um convite para voltar aos Estados Unidos e chefiar o serviço de eletrofisiologia no Beth Israel Deaconess Medical Center, Harvard Medical School. Como foi esse processo?
André D'Avila: Foi em 2019. Eu sempre mantive contato com colegas dos Estados Unidos, e após o falecimento do Dr. Mark Josephson, que era um grande amigo, eles começaram a procurar um novo chefe para o serviço de eletrofisiologia. Durante uma das conversas, sugeriram meu nome. Fiz as entrevistas e, no final, fui convidado para assumir o cargo. O Beth Israel Deaconess Medical Center é um hospital incrível, com um volume de pacientes enorme e um ambiente extremamente produtivo. É uma grande honra ocupar essa posição e poder continuar contribuindo para o avanço da eletrofisiologia.
Rhanderson Cardoso: Muito bom! E como foi essa experiência de assumir a chefia?
André D'Avila: Está sendo muito gratificante. O volume de procedimentos que realizamos aqui é impressionante, e continuamos crescendo. Temos um grupo de residentes incrível, e o fato de eu estar ligado à técnica de ablação epicárdica acaba atraindo muitos casos complexos. Estamos sempre publicando novos estudos e contribuindo para o avanço da área. É uma experiência que me traz muita satisfação.
Rhanderson Cardoso: Que história incrível, André. Para quem está começando a carreira, qual conselho você daria?
André D'Avila: Acho que o mais importante é manter sempre o desejo de aprender. Nunca se sinta totalmente preparado, porque a verdade é que você nunca estará completamente pronto para novos desafios. O aprendizado contínuo é o que nos move. Não tenha medo de aceitar desafios que parecem grandes demais. Se você estiver aberto a aprender com os erros e buscar melhorar constantemente, vai conseguir alcançar coisas que nunca imaginou. E tenha sempre em mente que a iniciativa é o que faz a diferença.
Rhanderson Cardoso: André, muito obrigado pela sua participação aqui no MetaCast. Foi uma honra conversar com você e ouvir sua história. Tenho certeza de que será uma grande inspiração para nossos ouvintes.
André D'Avila: Eu que agradeço, Rhanderson. Foi um prazer estar aqui.
Rhanderson Cardoso: Pessoal, esse foi o MetaCast, o podcast do Meta-Analysis Academy, onde discutimos carreiras de sucesso. Hoje, tivemos a honra de receber André D'Avila, chefe da eletrofisiologia no Beth Israel Deaconess Medical Center, Harvard Medical School. Se você ainda não conhece o Meta-Analysis Academy, convido você a aprender sobre revisões sistemáticas e meta-análises em nosso programa, que ensina você a publicar artigos de alto impacto com autonomia. Agradeço a todos pela audiência, e até a próxima!