O PEPcast é um podcast da PepsiCo Brasil que foi pensado para te ajudar a elevar sua carreira a um próximo nível. Aqui vamos interagir com pessoas de diversas posições profissionais, com trajetórias de vida diferentes umas das outras, abordando temas relevantes para a carreira, mercado e futuro. E aí, você vem com a gente?! Bora pra conversa, dê play na sua carreira!
#PepsiCo #Podcast
[Barbara Viana]:
Olá, eu sou a Babi. Esse é o PEPcast, o podcast que transforma a sua experiência profissional e te leva ao próximo nível. Então vem dar um "play" na sua carreira com a gente.
Eu sou responsável pela área de "employer branding", que é marca empregadora e cultura também aqui na PepsiCo. No episódio de hoje, a gente vai falar sobre uma área incrível, super interessante, estratégica e que desperta muita curiosidade, que a área de "Insights". Se você nunca ouviu falar disso, fica aí ligado ou ligada, porque eu estou aqui com a "expert" nesse assunto, a nossa vice-presidente de "Insights & Analytics" da PepsiCo América Latina, a Erica Diago. Erica, seja super bem-vinda ao PEPcast.
[Erica Diago]:
Oi, Babi! Um prazer estar aqui. Obrigada pela recepção.
[Barbara Viana]:
Boa! Então, vamos lá, Erica. Tenho várias perguntas aqui para você, tenho certeza que todo mundo vai curtir também saber mais.
Erica, pra gente já matar logo a curiosidade das pessoas, que que é a área de "Insights"? Conta para gente com o que você trabalha no seu dia a dia.
[Erica Diago]:
Muito bem... na verdade, assim, eu comecei lá atrás nessa área que hoje a gente chama de "consumer insights", quando ela ainda se chamava apenas a boa e velha pesquisa de mercado, né? A ideia de uma área de "Insights" e de "analytics", que é uma área correlata, é a gente trazer a voz do consumidor, o que que o consumidor está pensando? Como que ele está se conectando? O que que antevê as necessidades do consumidor? Antevê o que está acontecendo no mercado, para que a gente possa agir de maneira antecipada, e não só de maneira reativa. Então, a área de "Insights" ela busca entender, através de informações, de ferramentas, de modelos, de conversas, de observação, ela busca entender o comportamento das pessoas, o comportamento dos consumidores, dos compradores, dos nossos lojistas, os nossos canais de vendas. E entender como, através desse monte de informação, a gente pode tomar ações e pode ser mais eficiente nos nossos negócios.
[Barbara Viana]:
Nossa, é um baita desafio, em, Erica! Imagino que existem várias formas de entrar em contato com a opinião dos nossos consumidores e consumidoras, né? Por meio de base de dados, pesquisas de mercado, redes sociais, interação na central de atendimento, enfim. Mas tem algum canal aqui na PepsiCo que tem um olhar maior para isso?
[Erica Diago]:
Olha, eu acho que assim, não é um canal específico da PepsiCo, tá? Mas eu acho que toda vez que a gente quiser entender, em qualquer empresa de bens de consumo, você quer entender o seu consumidor, você quer entender o que está acontecendo... Primeiro, a gente tem que lembrar que a gente também é consumidor, né? Então o consumidor não é uma entidade estranha, que vem de um outro planeta e que, de repente, se materializa na nossa frente. Eu sou consumidora quando eu vou no supermercado, você, quando vai à feira, minha mãe, quando faz uma compra, sei lá, numa loja no shopping, meu pai fazendo uma compra online, todo mundo é consumidor. Então, eu acho que a primeira grande ferramenta que está ao alcance de qualquer pessoa, é gratuita, está disponível, é observar, é a gente ter o mínimo de curiosidade para observar. Então, o tempo todo, a gente observar o que está acontecendo ao nosso redor.
Quando eu vou fazer uma compra, ou quando eu tô interagindo, ou quando eu vejo pessoas consumindo nossos produtos, o que está acontecendo, né? Eu não consigo me controlar, eu paro e pergunto: Ai, deixa eu te perguntar, você vai fazer uma festa... né? Por que que você comprou? O que que tá rolando e tal? E eu acho que essa curiosidade pelo outro e esse senso aguçado de observação é o primeiro grande passo para você entender o que está acontecendo. Aí, depois disso, você começa a ter informações de fontes estruturadas, né? As redes sociais abertas, né? O que está em público, está aí à disposição de qualquer um. Você pode conseguir também ver qual que é o "trending topic", o que que está acontecendo hoje, né?
Eu acho que a diferença do mundo de hoje para o mundo de vinte anos atrás, é que as informações, elas estão disponíveis o tempo todo, está na mão da gente e aí, claro, a minha área ela tem uma expertise para poder processar isso da maneira correta, mas tá na mão da gente ir lá e olhar, porque a informação está. Há vinte anos atrás a gente tinha que correr atrás da informação, de todos os jeitos possíveis e imagináveis, em estudos e não sei o que, a informação ela era difícil de conseguir. Hoje é o contrário, eu tenho uma abundância de informação e o difícil é a gente conseguir tirar exatamente os "Insights" relevantes para o negócio e antecipar o que a gente precisa para os nossos "stakeholders".
[Barbara Viana]:
Erica, e me conta de você: qual foi a sua jornada para chegar nesse cargo de vice-presidente na América Latina? Pensando até em ajudar pessoas que se interessam pela área, tem que ter alguma formação ou experiência específica?
[Erica Diago]:
Bom, eu acho que quando a gente fala de jornada, minha jornada ela começou... Eu brinco, assim, a jornada da gente começa quando a gente tá na escola, no banco da escola, é lá que tudo começa, né? O quanto que você é curioso ou curiosa, quanto que você gosta de estudar ou não? O quanto que você é criativo ou criativa, e quanto que você coloca as suas ideias? Então, assim, a sua carreira começa lá no banco escolar.
Eu tenho uma formação antes de "Insights" e tal, eu trabalhei 10 anos na indústria de telecomunicações e com um "background" bem diferente, meu "background" era financeiro, né? Eu comecei minha carreira fazendo FP&A, fazendo o controle, fechamentos e tal, dentro da indústria de telecom e depois eu fui migrando para planejamento estratégico, planejamento de vendas, sempre áreas de "planning", e depois eu acabei caindo no "marketing", assim... numa área de planejamento de "marketing" e depois numa área de dados, né? Enfim, construção de CRMs, DBMs, lá atrás... e depois eu acabei migrando pra bens de consumo e cai na área de "Insights" e lá eu me encontrei.
Então, eu acho que eu não tive uma formação específica em "Insights", eu não sou uma pessoa purista em "Insights", eu tenho uma formação bem mais holística, bem mais abrangente, mas eu tenho uma cabeça bastante voltada para planejamento, para números, um mix entre o quali e o quanti, né? Um mix entre números e também o que que a gente consegue observar, uma questão de juntar informação, uma questão de trabalho meio de lógica, que faz um pouco, que permeia um pouco essa área onde a gente trabalha. Mas eu acho que, mais do que qualquer coisa, não tem uma formação específica, mas tem alguns "skills" bem importantes, assim, eu sempre fui uma pessoa extremamente curiosa, muito, muito curiosa mesmo... de gostar de estudar e gostar de aprender e tal.
Nesse momento, por exemplo, eu estou encantada pela transformação digital, então estou estudando, lendo tudo, me reeducando, né? Desaprendendo para poder aprender novos conceitos e eu acho que é meio isso assim... gostar dessa área de "Insights" e querer trabalhar aqui, eu acho que os únicos pré-requisitos são: curiosidade, uma curiosidade absurda e genuína pelo outro, pelo que o outro está falando, por aprender, por estudar, por observar, e ter essa questão de ser disciplinado o suficiente para aprender, né? Porque a gente tem que ter uma disciplina bastante profunda para aprender, porque eu brinco um pouco... quem assistiu o Pinóquio, né? A gente tem meio que o papel do Grilo Falante, assim. A gente vai ter que falar para organização: olha, esse é o caminho, a gente entende que aqui tem uma oportunidade ou a gente acha que não, essa é uma péssima ideia, mas para isso a gente precisa ter conteúdo mesmo. E aí requer estudo, dedicação, meio por aí...
[Barbara Viana]:
Você separa algum momento da sua semana ou do seu dia para você estudar esses temas que te interessam? Como que você se organiza? Porque hoje a gente tem uma rotina doida, né, Erica? Como que você usa essa disciplina durante a sua semana, o seu dia a dia?
[Erica Diago]:
Além da gestão de uma função importante, que tem bastante gente que tá na América Latina inteira, eu tenho uma carga de viagens importante e eu tenho três filhas, meu marido e tenho três filhas, um cachorro e dois aquários, e isso requer, assim, uma multiplicação do tempo. Então eu acho que tem alguns recursos que acabam te ajudando, né? Eu acho que você tem... nos momentos onde você pode ouvir alguma coisa, né? Ouvir podcasts, ouvir audiobooks, isso acaba otimizando, isso acaba multiplicando um pouco seu tempo.
Eu gosto de ler livros ao mesmo tempo, então o livros simultâneos... Então eu tenho nesse momento uns três, quatro, que eu vou lendo ao mesmo tempo, sobre diversos temas, e eu vou lendo em em ordens meio caóticas, então vou vendo os temas que vão me interessando, eu vou lendo e marco e tal... Mas, sim, eu tenho uma personalidade mais agitada, o que acaba fazendo com que eu faça muitas coisas ao mesmo tempo. Mas eu acho que, se alguém precisa de alguma dica, assim, eu sou bem ruim acho que para dar dicas, mas eu acho que reservar um pouco de tempo, tem que ser antes de você entrar na máquina, sabe? Tem que ser no começo do seu dia, no seu deslocamento... "ah, mas eu estou só trabalhando de casa", então o guarda meia hora antes de você dar um sinal que você está verde no Zoom para você poder ler um pouquinho, ou termina um pouquinho antes, coloca lá que você está "offline", mas, na verdade, está "offline", é só para ninguém atrapalhar naquele momento para você poder ler.
Mas eu acho que, mais do que encontrar os espaços, o segredo é disciplina. Então, assim, ter uma disciplina ferrenha para você aprender, faz parte, assim, então, eu preciso aprender de alguma forma e a disciplina vai fazendo parte disso. Outra coisa importante que eu tenho, é ter um caderno na mão, um caderno, qualquer caderno, para você escrever as coisas, ou que você quer aprender, ou que você esqueceu, ou que você viu que se interessou e quer voltar, um artigo, não sei o que.... tenha um lugar pra você anotar, porque a gente esquece e depois você pode voltar com mais calma. São coisas que, para mim, via de regra, funcionam.
[Barbara Viana]:
E como que é ser vice-presidente América Latina? Tem muita diferença regional? Como que vocês aproveitam as riquezas de cada país? E falando de Brasil, tá? Já vou emendar aqui na pergunta, tem alguma particularidade?
[Erica Diago]:
Tem algumas diferenças. Eu fui desenhando minha carreira para um lado mais Internacional de maneira não intencional, tá? Nunca foi minha intenção. A área foi se transformando, eu fui me transformando com a área e quando eu me dei conta já estava na região há muito tempo. Em 2024 faz dez anos de companhia, então eu tô há oito anos e meio na companhia agora e eu fiquei praticamente um ano só no Brasil, depois eu já fui migrando para a região. Eu acho que tem algumas coisas bem importantes, assim... quando você senta numa cadeira de região, a primeira coisa é você ter uma humildade absurda para aprender traços culturais.
Faz muita diferença você entender culturalmente quem são seus interlocutores. E isso sem nenhum juízo de valor, mas faz muita diferença. É o modo como você trata com um argentino, que é um pouco mais frontal, o modo como você trata, de repente, o mexicano, que tem uma certa formalidade... Você tem que aprender esses rituaisculturais para poder navegar no sistema. Você não consegue ser exatamente "playing" o tempo todo. Você tem que aprender como que você navega no sistema, respeitando a diversidade cultural de cada país e de cada sociedade, isso é fundamental. Alguém parou para me ensinar isso? Não. Eu fui aprendendo através de observação, através de investimentos de tempo, perguntando, é fundamental perguntar quando você tá na região... É, posso fazer isso? É adequado que eu me comporte dessa maneira? Posso fazer tipo de pergunta, como que a melhor forma de fazer a pergunta? É muito importante você ter esse jogo cultural e esse jogo político para você aprender a navegar num sistema que é altamente complexo.
A complexidade que você tem uma operação como o Brasil, por exemplo, é de um tipo. A complexidade que você tem operando na região é outra... E tem um segundo, uma segunda camada de complexidade operando em uma região, que é você influenciar... Não necessariamente quem está na região tem a última palavra, mas você tem a capacidade de influenciar fortemente os países, né? Então, você saber demonstrar valor, agregar valor, como que você consegue entregar alguma coisa que realmente tem um impacto no país e no negócio. Como que você consegue alinhar a agenda da região com o negócio, para que você possa, de verdade, participar daquelas discussões.
Então, eu acho que é importantíssimo se educar, ter humildade para ouvir, para aprender culturalmente quais são as grandes diferenças e elas existem, e entender, de verdade, como eu posso ser útil, sabe? Eu sempre falo para as equipes, né? Como que eu te ajudo? Como é que eu posso te ajudar dentro de determinadas conversas? Eu acho que esse é o papel, assim, a região tem que ser um "enabler", tem que ser alguém que abre portas e janelas, tem que poder elevar a voz de um país, quando o país tá precisando de ajuda, tem que conseguir trazer um pensamento diferente, mais robusto, quando algum país também precisa de ajuda e acho que essa oportunidade de trafegar dentro de culturas diferentes é super enriquecedora... Então, assim, eu sou super suspeita, porque eu acho fantástico, assim, e te abre muitos horizontes, sabe?
E, com relação ao Brasil, se tem alguma particularidade? Não, assim, eu acho que, tirando o fato de que é o único país que fala português, né? Porque toda América Latina fala espanhol, eu acho que o Brasil tem uma informalidade e tem uma proximidade que é muito boa de estar, sabe? Você consegue estar de uma maneira muito próxima, muito informal, muito acolhedora. Eu acho que isso são características do Brasil, mas que não são tão diferentes de alguns outros países. Nós, sim, somos menos formais, o que também faz com que a gente consiga, né, se conectar e se organizar em sistemas menos estruturados e tal, mas não é tão diferente assim.
Eu acho que a única dica para o pessoal do Brasil que está escutando eu falar, "eu queria muito uma carreira Internacional, uma carreira regional e tal", eu acho que é bem importante investir em, ao longo do tempo, aprender a falar o espanhol legal, aprender a se comunicar, eu acho que pra gente é mais intuitivo, às vezes falar inglês e serve, e tá correto, serve, funciona. A gente tem esse jogo de cintura, de falar o "portunhol", que também funciona muito bem, mas acho que é uma vantagem quando você vai aprendendo e você vai se conectando com essas outras sintonias, também vão te abrindo mais caminhos e mais portas. Acho que é um investimento que vale a pena também para quem tem essa ideia.
[Barbara Viana]:
Isso se relaciona com o que você falou no começo, né, de ter curiosidade tanto pelo país quanto pela língua, né? Em aprender coisas novas e tudo mais. Eu acho que esse combo dá bom, né?
[Erica Diago]:
Dá muito bom, dá muito bom... dá muito bom e te dá uma tremenda vantagem competitiva, entendeu? Porque vai te preparando e vai te robustecendo, assim... Eu acho que te deixa uma pessoa mesmo mais potente, mais forte, mais preparada, com mais capacidade de improvisar, com maior visibilidade... Eu acho que é bem legal, assim, faz uma diferença.
[Barbara Viana:
Na Pepsico, como que você já transformou "Insights" de consumidores ou consumidoras em oportunidade de negócio, resultados, ações, enfim... tem algum caso, assim, bem legal que você pode contar pra gente?
[Erica Diago]:
Olha, eu acho que a gente tem alguns casos do meu time, dos quais, assim, acho que a gente se orgulha muito... e não vou falar que são casos os meus, são casos que a gente faz em conjunto com os times, né? Que é um trabalho também de construção coletiva, assim. Acho que "Insights" também, ele não é um trabalho solo, ele é um trabalho de construção coletiva, de um ir desafiando o pensamento do outro até a gente chegar lá. Eu acho que tem algumas coisas que a gente pode falar, acho que todo o trabalho de bebidas hoje que está aí acontecendo, que fala sobre ocasiões de consumo, que faz um entendimento bastante profundo, bastante detalhado, de que tamanho de embalagem que a gente usa, como é que a gente trabalha ocasiões de consumo adequadamente pra gente poder ter uma melhor oferta no ponto de venda, com o melhor preço e com uma melhor execução, vem todo de um entendimento profundo do consumidor e das escolhas que esse consumidor faz.
A gente já teve, na parte de alimentos, a gente já teve "Insights" super interessantes que falam desde os sabores, 'que sabor que tá rolando, o que está acontecendo agora? Ah, a gente tem uma oportunidade de um sabor x', isso vem da nossa observação e aí a gente entende que tem lá uma oportunidade que a gente pode trabalhar uma determinada linha de sabor para os nossos consumidores. E também tem momentos em que a gente diz não, que a gente fala 'hmm, acho que não é uma boa oportunidade, acho que não vale a pena a gente cair por aí', por conta desse trabalho ou por conta dessa razão, desse, dessa que a gente também já fez.
Então eu acho que hoje, o que a gente enxerga, é que existem determinadas coisas que vocês vêem como linhas de sabores, portfólio de sabores, portfólio de texturas, mais crocante, menos crocante e tal, que a gente tem no portfólio, que surgem de coisas que a gente observa com o consumidor e de trocas que a gente tem... Bebida tem esse outro exemplo, sei lá, acho que tem outras coisas assim que a gente pode... que a gente vê e que não necessariamente vocês vêem, mas que a gente tá lá por trás, lá no começo, lá nas primeiras discussões.
[Barbara Viana]:
Não, estou aqui pensando, tá? Porque Doritos Pizza e Torcida Pão de Alho, gente, eu estou apaixonada por esses dois sabores, assim, foram inovações maravilhosas, sensacionais. Imagino que tenha passado por todo esse processo né, Erica, de olhar, de observar...
[Erica Diago]:
E a gente vem, porque a gente tem dados que falam pra gente, dessa comida desses, né? Que sabores que são mais relevantes, né? O que que as pessoas estão buscando hoje? Que a gente enxerga nos dados todos... Ah, a gente tem lá, pizza com um sabor super relevante, é pizza de calabresa que tem um sabor super relevante, que faz todo o sentido. Ah, a gente tem pão de alho com uma tradição, uma comida de boteco, que faz todo o sentido. Então, tudo isso a gente vai lá monitorando e vai entendendo pra gente poder conectar com a A&D, para que eles possam fazer esse desenvolvimento, com o pessoal de "marketing" depois para que eles possam falar 'ah, faz sentido esse conceito? Não faz sentido? Temos uma oportunidade aqui?', mas, sim, é um trabalho em conjunto para analisar a informação que está aí, né? Uma informação que está disponível para todo mundo.
[Barbara Viana]:
Bom, você publicou recentemente no LinkedIn um texto falando que liderar é trazer à tona a melhor versão de cada um, cada uma, que gente é feita para brilhar, como na canção do Caetano. Como que você coloca isso em prática, Erica?
[Erica Diago]:
Ai, Babi, você sabe que, acho que de tudo que eu faço, é... quanto mais eu fui evoluindo, né, me desenvolvendo na minha carreira, o mais legal é desenvolver gente, acho que disparado, assim, é a parte mais legal do trabalho. Além de eu ser apaixonada pelo meu trabalho e gostar, estudar e tal, mas acho que desenvolver gente é uma das coisas mais interessantes que a gente faz na vida, sabe? Assim como criar as minhas crianças, minhas filhas, também é tão maravilhoso quanto e eu, de verdade, acredito nessa canção do Caetano, que a gente foi feita para brilhar, não foi feito para morrer de fome, todo mundo tem o melhor lado. E eu acho que às vezes a gente não pode fazer a gestão de talento, né? É gestão de talento, então o talento já fala tudo, o talento é alguma coisa que brilha, alguma coisa que vem aos olhos, assim, salta aos olhos das pessoas.
Então, eu acho que existem dois tipos de olhar, né? Tem um olhar que é o copo meio vazio, que você fica o tempo inteiro tentando fechar seus "gaps". Você fica o tempo inteiro ali, tal, não sei o quê, e eu acho que tem uma fase da vida que, realmente, a gente ainda está aprendendo muito, então você vai, mapeia seus "gaps", vê o que você tem para desenvolver e tal. Aí tem uma fase da vida que você começa a ver que você tem muito a melhorar ainda, que determinadas coisas, talvez o ideal seja você chegar num nível médio e o bom mesmo é você descobrir naquilo que você é bom, naquilo que você brilha, para você ser muito bom, muito bom e eu acho que o grande, a grande sacada do líder é conseguir ver o que é isso que é muito bom em cada um, pra você fazer as pessoas brilharem.
Eu acho que primeiro fazer com que as pessoas encontrem as áreas de oportunidades delas e possam levá-las, essas áreas, ali, pra fechar o "gap", tal, ok, mas levar ali numa área até onde ela consegue entender que está tudo bem. Mas o mais bonito é quando a gente vê o que cada um tem de diferente, de bom para oferecer, e como que você pode fazer essas pessoas brilharem. Aí tem várias formas. Eu acho que primeiro confiar nos seus times, confie nas pessoas. A gente, via de regra, tá cercado de pessoas muito boas, assim, então confie nas pessoas, elas vão fazer o melhor delas e, principalmente, quando você dá chance das pessoas se apresentarem em fóruns e tal, elas não vão deixar por menos, elas vão lá dar tudo o que elas têm e é muito incrível ver essa transformação.
Dar essa oportunidade, acreditar e confiar que a coisa está sendo feita faz muita diferença, né? Eu acho que, além disso, de você confiar é: tenha diálogos abertos, crie espaços de confiança onde as pessoas que trabalham com você se sintam cômodas para te procurar. Porque elas sabem que vão encontrar em você uma palavra de verdade para o desenvolvimento delas. Não é uma crítica pessoal, é alguma coisa que vai ajudá-las no desenvolvimento e alguém que vai ouvi-las genuinamente, né, e vai buscar soluções para crescer. Eu acho que esses espaços de confiança e de "feedbacks" verdadeiros, assim, às vezes as pessoas falam pra mim: pô, você é tão transparente, assim, mas eu consegui entender seu "feedback", agora entendi...
As pessoas estão esperando por isso. A gente só tem que saber, claro, escolher as palavras e tal, mas ter conversas claras, diretas e que ajudem as pessoas a se desenvolverem, a crescerem, a buscarem o melhor do potencial que elas têm. As pessoas são... Eu acredito na falta de limites. As pessoas não têm limites, é só a gente decidir que a gente quer ir e a gente vai. Acho que é isso tanto para as minhas filhas, quanto para as pessoas que eu lidero, é só deixar ir que todo mundo vai.
[Barbara Viana]:
Super inspirador isso! Erica, recentemente a PepsiCo lançou uma campanha que ficou maravilhosa, por sinal, com o Ronaldinho Gaúcho, Messi, o jogador francês Paul Pogba e o "digital influencer" Iran Ferreira, que é o famoso luva de pedreiro. Essas campanhas que envolvem "influencers", artistas, personalidades também nascem em "Insights"?
[Erica Diago]:
Então, não necessariamente elas nascem em "Insights", mas a gente tem uma participação relevante, porque a gente consegue mapear o que está rolando, o que está "trending", né? Quais são os temas, quais são as pessoas, quais são as personalidades, o que que está acontecendo? Essa campanha específica de Pepsi, ela é um esforço global e regional de muitas mãos que trabalharam em conjunto, trazendo um pouco daquilo que é tão icônico para a Pepsi, né? Que é diversão. É uma marca que basicamente fala de diversão em um outro nível, ela fala de entretenimento, né? É uma marca que entretém.
E acho que esse histórico de grandes filmes de Pepsi em cima de entretenimento, ela traz um elemento super atual que a gente consegue falar, que são os jogos online, então você vê que ele é basicamente uma fantasia em cima de um mundo de jogos, com personagens que são super relevantes e que, sim, "Insights" tem uma participação, primeiro em entender se aquele contexto faz sentido, é um contexto legal e tal. A gente consegue testar essa campanha antes com os consumidores e ver, tem a ver, não tem a ver. A gente consegue mexer alguma coisa, consegue melhorar a execução, "Insights" também consegue indicar onde corrigir, onde melhorar e tudo mais, e depois "Insights" tem um outro papel muito importante, que é o de medir os resultados dessa campanha, né? Que que essa campanha trouxe? Quanto que ela gerou para a gente, quanto que ela impactou, quanto que ela gerou de "buzz", quanto que as pessoas falaram? Então, todos esses dados depois vão ser trabalhados por equipes de "Insights" que vão devolver esses resultados para a companhia.
Então, sim, assim, "Insights" fica participando o tempo todo. Eu acho que... eu brinco, a gente trabalha meio atrás das cortinas, é uma função que trabalha muito dando o suporte de informação de dados e tal, mas eu acho que "Insights" tem um protagonismo gigante, a partir do momento que a gente tem uma voz clara dando diretrizes para que lado a gente vai, né? Que lado que a gente vai. O barco vai para a direita, vai para a esquerda? O que que está acontecendo? Que oportunidades a gente tem, que oportunidades que a gente não quer ir de jeito nenhum? Que movimentos que estão acontecendo lá fora que a gente devia se antecipar... Então, "Insights" tem essa coisa viva e a gente tem que ter essa voz ativa como função para poder ajudar a organização a estar no lugar que ela precisa estar antes que as coisas aconteçam.
[Barbara Viana]:
Boa, Erica. E aí, partindo para o finalzinho aqui do nosso episódio, a gente tem um quadro super especial, que se chama Sabor do Conhecimento. Nele, a gente compartilha conteúdos que a gente curte, enfim, para inspirar a galera que tá ouvindo a gente.
Tem algum filme, série, livro que você tem aí, que você curte muito, para indicar?
[Erica Diago]:
Olha, tem várias coisas que estão rolando nesse momento, assim, sabe? Eu assisti duas séries recentemente, interessantes e que eu recomendo. Uma está, acho que no Paramount+, que a história do criador do Uber e que eu acho que desmistifica bastante a questão de "startup" e tal, e que eu vou te falar que, quando eu terminei, o que eu mais senti foi orgulho da nossa cultura, sabe? De respeito e de seriedade, porque mostra como que foi essa criação, né? Dessa coisa de cultura e tal, e importância de você zelar, prezar por um ambiente de trabalho, mas, ao mesmo tempo, mostra a genialidade do cara que consegue ter uma ideia diferente, então acho que vale a pena assistir. E, nessa mesma linha, eu assisti uma também chamada "WeCrashed", que está na AppleTV, que fala sobre a criação do WeWork também, que eu acho que também vale a pena dar uma olhada... De série eu acho que tem.... mais essa eu não consigo ter muita paciência, né? Eu vejo, são séries curtinhas, eu não sou uma pessoa que eu super consegue ficar na série.
Recomendo dois livros, um que eu recomendei para o meu time que chama "A brand story" ("Building a Storybrand"), que fala sobre sete passos para a gente construir uma narrativa poderosa quando a gente está montando uma apresentação ou quando a gente tá fazendo "storyline". Existem sete passos bastante estruturados que falam de como a gente monta uma narrativa potente, e que é um livro muito legal. Tem um outro livro que eu fiquei muito apaixonada, que chama "Pense de novo", acho que em português, em inglês é "Think Different" ("Think Again"), do Adam Grant, que fala de uma maneira super espontânea, leve e tal, mas fala da importância da gente reexaminar, reavaliar e rechecar nossos próprios preconceitos, e como que a gente lida com isso na emergência, como que a gente pode pensar diferente, pensar rápido, e aprender coisas que a gente já achava que estavam super sedimentadas.
É um livro que vale muito a pena, muito, muito a pena, assim, porque ele faz você repensar certos conceitos que a gente já achava que estavam tão sedimentados, e aí você fala, nossa, não tinha pensado sobre essa ótica, e acho que vale muito a pena a gente pensar de várias maneiras sobre o mesmo tema, faz a gente aprender. É um livro que recentemente aí, eu gostei muito de ler, e agora estou lendo um livro sobre TikTok, então aí depois eu posso contar isso. Ainda estou começando, que fala sobre a história do TikTok e como que ele revolucionou a indústria. Esse depois eu posso, posso contar mais pra frente.
[Barbara Viana]:
Que incrível, que incrível. Amei as indicações, principalmente essa última, desse livro que você comentou... Vou ler e depois te conto, tá? E eu tenho uma indicação aqui também, que é um livro que se chama "Insights para um mercado em transição", do autor Walter Longo. Ele fala sobre Ideas e conselhos pra gente se virar no universo profissional, de negócios, e universo digital, que estão sempre em evolução e por isso que a gente precisa se atentar bastante aos benefícios, problemas que podem surgir, enfim, e quais são as possíveis soluções.
Bom, Erica, obrigada, mais uma vez, por você ter topado o nosso convite e por você estar aqui hoje. Foi maravilhoso conversar com você, conhecer mais de "Insights", fique apaixonada pela sua área. Você só reforça a relevância dessa área para a companhia, o quanto ela está aí permeando todas as outras áreas e funções, então é incrível conhecer um pouquinho mais desse trabalho maravilhoso. Obrigada por compartilhar também a sua jornada, que é muito inspiradora, trazer essa inspiração para cá também, através da sua fala, então foi um prazer, obrigada mesmo, e eu espero te encontrar em em próximas oportunidades aí também.
[Erica Diago]:
Bom, eu que agradeço demais, Babi, eu agradeço o espaço, tempo, a paciência de quem está ouvindo e me escutando até agora. E é isso, assim, eu acho que também quem quiser trocar uma ideia e quiser me procurar, estou sempre fácil de achar no zoom, eu respondo o Zoom, é só me chamar, assim que der dois minutos eu sempre respondo, pode me achar também no e-mail e, assim, eu acho que... vamos conversar! Eu acho que essa é a parte mais legal assim do trabalho, né? Conversando a gente consegue criar novas ideias, novos conceitos, a gente consegue evoluir e é para isso que a gente está aqui.
Então, para quem não é da companhia, né, e que não vai conseguir me acessar pelos canais internos, eu também estou no LinkedIn, então quem quiser também se conectar, mandar um e-mail, trazer perguntas também, é super fácil de encontrar. Erica Diago, é assim que eu estou no LinkedIn, e também com o maior prazer vou poder responder e enfim... A gente continua conversando por lá também. Muito obrigada, de verdade, pela oportunidade, foi incrível para mim também.
[Barbara Viana]:
Boa obrigada, Erica. Obrigada para todo mundo que está aqui ouvindo a gente. E é isso, pessoal. Até o próximo episódio.
[Erica Diago]:
Até mais. Obrigada, gente.